Luanda - A melhoria dos serviços e a contínua transformação dos recursos naturais em produtos turísticos são preponderantes para maior atracção turística no país, podendo tornar Angola num dos grandes destinos de turistas.
A afirmação é do chefe de Departamento de Produtos Turísticos e Marketing do Instituto de Fomento do Turismo (Infotur), Gaspar Barreto, que, em entrevista à ANGOP, ressaltou o facto de, uma vez verificada a transformação, os recursos passarem a produtos de venda e consequente arrecadação de receitas.
O especialista falava, este sábado, por ocasião da sétima edição da Bolsa Internacional de Turismo (BITUR), a decorrer de 02 a 04 de Maio próximo, na província da Huíla, numa iniciativa do Ministério do Turismo, em parceria com a Eventos Arena, tendente a apresentar as potencialidades turísticas do país.
Segundo o entrevistado, Angola possui um grande potencial turístico, do qual não é explorado sequer 10%, pelo que precisa transformar o conjunto de atractivos, equipamentos e serviços turísticos agregados.
De igual modo, sublinhou, deve melhorar alguns aspectos de organização ligados, entre outros, à recepção do turista à chegada, desde o aeroporto até ao hotel, bem como a questão da mobilidade com o alinhamento de preços e controlo de táxis.
“Angola tem um forte potencial no turismo, o que representa uma oportunidade excepcional para potenciar o processo em curso de diversificação da economia nacional”, disse, referindo que actualmente o sector contribui pouco para o PIB.
Dados disponibilizados pelo Infotur, referentes ao período de 2016 a 2022, apontam um decréscimo na contribuição do turismo para o PIB de 1,3% para 0,01%.
Gaspar Barreto mostrou-se convicto em dias melhores para o sector, destacando a medida do Executivo angolano de isenção de visto para cidadãos de 98 países, com o objectivo de simplificar e agilizar o processo de obtenção de vistos de turismo.
Frisou que esta medida vai contribuir para o fomento do turismo no território nacional, sendo que a burocracia na obtenção de visto condicionava a vinda de turistas.
De acordo com o Decreto Presidencial nº 189/23, publicado em Diário da República, os cidadãos de países beneficiários poderão usufruir da isenção de vistos de turismo, permanecendo até 30 dias por entrada e 90 dias por ano.
O interlocutor falou igualmente do Plano Nacional de Promoção Turística (PLANATUR) que visa assegurar investimentos directos em grande escala, para facilitar o acesso dos turistas em Angola e a sua mobilidade interna.
O plano inscreve ainda a necessidade de se desenvolver infra-estruturas de serviço público, salvaguardar a formação e qualificação do pessoal para a prestação de serviços, bem como melhorar o quadro legal e regulatório da actividade turística no país.
Quanto à Bolsa Internacional do Turismo (BITUR), a realizar-se pela sétima vez, considerou importante para a promoção do turismo angolano, na medida em constitui uma oportunidade para congregar fazedores do turismo, de várias partes do mundo, para a troca de experiência e análise do sector.
Instado a pronunciar-se sobre a escolha do local, disse ser a região sul do país que mais visitantes tem registado, daí a realização do evento, este ano, na província da Huíla, embora haja também bons indicadores referentes ao Namibe e Cuando Cubango.
Destacou a parceria com a companhia aérea de bandeira, a TAAG, relativa ao desconto exclusivo de 15% a tarifas para os expositores e fez saber que estão disponíveis quatro autocarros para a transportar participantes de Luanda.
De acordo com Gaspar Barreto, a meta é atingir perto de cem expositores na bolsa que terá lugar numa das unidades hoteleiras da cidade do Lubango, para a qual confirmaram já representantes de Portugal, Marrocos e Cabo Verde.
A BITUR vai decorrer de 02 a 04 de Maio próximo, sob o lema “O turismo como factor de determinação para a diversificação da economia nacional”.
O encontro vai incidir em torno de painéis como “O papel do Estado na dinamização do turismo”, “A articulação multissectorial para um desenvolvimento harmonioso do turismo” e o “O papel das instituições financeiras para o apoio de projectos turísticos”.
Divulgar o potencial turístico do país, expor os serviços de empresas e demais actores que, directa ou indirectamente, intervêm na cadeia do turismo consta igualmente dos objectivos da bolsa, cujas edições anteriores aconteceram na capital do país. ASS/VC