Humpata - A gruta de Ondimba, na localidade do Tchivinguiro, município da Humpata, província da Huíla, conta com um projecto para a sua turistificação, cujo financiamento virá de empresas italianas fixadas em Angola, através de uma mediação da Embaixada transalpina.
Trata-se de um projecto que surge com a visita do antigo ministro conselheiro da embaixada da Itália em Angola, Giuseppe Boccuzzo, no local, em 2022, que está a ser coordenado pela agência de promoção e animação turística “Tac Tour”, iniciativa que está em estudo.
A gruta não tem estudos científicos sobre a sua formação geológica e com uma investigação na área de espeleoturismo (exploração turística de carvenas) novos dados serão revelados sobre a sua história.
A turistificação da gruta, para além dos estudos, compreende um sistema de iluminação por extensão, uma trilha para evitar que as pessoas se percam, a sinalização dos pontos de paragem, a construção de um campo de campismo e caravanismo, bangalôs, entre outros equipamentos, incluindo todo material necessário para a realização do turismo de aventura.
Em declarações à ANGOP, hoje, sexta-feira, nesta cidade, a propósito do assunto, o responsável da Tac Tour, Carlos Bumba, disse estar a trabalhar com especialistas em geologia, arqueologia, biologia e hidrologia, aguardando por um espeleólogo português, que está para chegar em Angola ainda no ano em curso para concluir o trabalho.
Explicou que tão logo o especialista chegue a Angola, a primazia será dada à gruta do Tchivinguiro, mas como não há um estudo sobre outras no país, o mesmo vai já fazer uma avaliação extensiva as do Sassa (Cuanza Sul), Cabo Ledo (Luanda), Zau Evua (Zaire) e do Nzenzo (Uíge).
Afirmou que a ideia é fazer uma geminação entre a gruta do Tchivinguiro com as grutas da Itália já trabalhadas, para que se colha a experiência de cada uma delas e assim colocar a da Humpata na rota internacional do turismo.
“A gruta é das poucas no mundo que agrega outros tipos de turismo e com isso empodera a comunidade, valoriza o espaço, eleva o conhecimento de quem a visita, da comunidade local e promove o desenvolvimento da zona’’, acrescentou.
Carlos Bumba ressaltou que só depois do estudo científico profundo será possível apresentar um plano orçamental, para que a embaixada italiana possa apoiar o trabalho de geminação e turistificação, com o patrocínio de empresas italianas.
Justificou a escolha da Huíla para se iniciar os trabalhos, em função da haver estudos de uma arqueóloga portuguesa que identificou na província perto de 80 cavernas não exploradas.
A gruta, localizada no Tchivinguiro, nas proximidades da Serra da Leba, a 45 quilómetros da sede municipal da Humpata, é uma das "maravilhas naturais" da Huíla, caracterizada por uma montanha com algumas perfurações que constituem as referidas cavernas, com galerias no seu interior e um lago situado na parte frontal da gruta. EM/MS