Rivungo - O ministro do Turismo, Márcio Daniel, assegurou, esta quinta-feira, que o Executivo vai dar uma particular atenção às infra-estruturas de promoção do sector e atrair mais turistas para a região angolana do projecto da Área Transfronteiriça de Conservação Okavango-Zambeze (KAZA).
Em declarações à imprensa, no quadro da visita de 72 horas ao Cuando Cubango, o governante garantiu que destes pontos turísticos do país virados para atracção de turistas estrangeiros e nacionais, consta o Bico de Angola, por fazer parte da componente angolana do projecto KAZA.
Márcio Daniel disse que a ambição e o compromisso do Governo, na parte angolana do Okavango-Zambeze, passam em ter os mesmos atractivos que outros países possuem, para a promoção do turismo sustentável, com salvaguarda e conservação ambiental, da fauna e da flora.
Por isso, defendeu que as comunidades residentes nas zonas de turismo devem sentir o impacto nas suas vidas, através das receitas arrecadadas, nomeadamente na geração de postos de emprego para a juventude e as mulheres locais.
De acordo com o ministro, o projecto da Área Transfronteiriça de Conservação Okavango-Zambeze representa, actualmente, para os outros países, como Namíbia, Zâmbia, Botswana e Zimbabwe, um conjunto de impactos nas economias e nas pessoas, por criar milhares postos de emprego e aos Estados.
Neste particular, referiu-se do caso da Victoria Falls, no Zimbabwe, que atrai milhares de turistas, o que pode acontecer no Bico de Angola, com a criação de atractivos para que os turistas visitem o lado da Região Angolana do projecto Okavango.
No que diz respeito à geração de empregos, o ministro recordou que a Organização Mundial do Turismo, aponta que para uma cama há um posto de trabalho, sendo que se construir um Lodge de mil camas haverá mais de mil postos de trabalhos.
O governante considerou que esta visão estratégica pode ser possível e exequível com apoio do Estado angolano ao empresariado nacional, conforme acontece com os outros quatro países que integram o projecto KAZA.
Márcio Daniel disse ser importante investir no turismo, pois cria o impacto directo na vida das pessoas, sendo uma grande fonte de arrecadação de receitas
Quanto aos empresários presentes na comitiva, o ministro afirmou que estão a constatar o potencial do Bico de Angola e saber do Estado soluções a qualquer obstáculo, para que a parte de Angola tenha o mesmo tipo de oportunidades que existem noutros países.
Por seu turno, a vice-governadora do Cuando Cubango para o sector Político, Social e Económico, Helena Chimena, reafirmou o compromisso mútuo entre o Governo local e o Ministério do Turismo, para alavancar o sector, uma vez que tem havido muito interesse dos investidores para aquela a zona do Bico de Angola.
Considerou de essencial a promoção do turismo no Cuando Cubango, pois irá gerar mais empregos, crescer a economia do país e garantir o bem-estar social das comunidades circunvizinhas do projecto, para quem é pertinente a visão do Executivo quanto ao desenvolvimento do turismo naquela região.
Reiterou a necessidade da criação de condições de acessibilidade para o interior daquela província, no sentido de que as potencialidades da fauna e flora na Região Angolana do Okavango, bem como alavancar a economia da região, através do Corredor do Lobito, através da linha férrea.
Projecto KAZA
Este projecto (ATFC-KAZA) abrange uma zona aproximada de 520 mil quilómetros quadrados.
Deste número Angola detém a segunda maior parcela com 90 mil quilómetros quadrados, superada pela Zâmbia, com 97 mil, enquanto os restantes 98 mil quilómetros pertencem ao Zimbabwe, Botswana e Namíbia - este último com a menor parcela territorial.
De referir que, essa área inclui, do lado angolano, os parques nacionais de Luengue-Luiana e Mavinga, que se interligam com várias atracções turísticas dos outros países integrantes, como as quedas de Victoria Falls (Zimbabwe), Delta do Okavango (Botswana), parque do Bwabwata (Namíbia) e parque do Kafue, na Zâmbia.
De referir que, nesta quinta-feira, o ministro do Turismo, Márcio Daniel, manteve um encontro com o cônsul geral de Angola no Okavango Este, Oliveira Guilherme. FF/ALH