Lubango – Trinta jovens da província do Cuanza Sul receberam formação da prática de rapel, nos últimos três meses, uma promoção da organização chilena “Climbing for a Reason”, em parceria com a Climb Angola, com vista a explorar a modalidade e impulsionar o turismo de aventura nas suas localidades.
A "Climbing for a Reason" é uma organização sem fins lucrativos co-fundada por Luis Birkner e Mateo Barrenengoa, para levar a arte de escalar às comunidades carentes em todo o mundo. A iniciativa envolve o ensino da modalidade, a construção de paredes de escalada, a tomada de algumas falésias, oficinas de nós e a doação de equipamentos.
Durante o evento, na Huíla, esses formadores capacitaram agentes da Polícia Nacional, bombeiros e técnicos do Instituto Nacional de Emergências Médicas de Angola (INEMA), em acções de salvamento e resgate em situações de acidentes em penhascos.
A ideia é que a partir da escalada, permitir que as comunidades pobres tenham a oportunidade de explorar os recursos de sua terra, segundo o co-fundador Luis Birkner, que falava no final do 1º Festival Internacional de Escalada de Angola, realizado no Miradouro da Serra da Leba, na Humpata, província da Huíla e que encerrou no último domingo.
Referiu que no Cuanza Sul desenvolveu-se um projecto de formação de um grupo de 30 crianças e jovens, os primeiros do projecto em Angola, que aprenderam a escalar pedras que estão ao redor da aldeia, para assim, através do turismo terem uma fonte de rendimento, como guias desse turismo de aventura.
Luis Birkner, que esteve com a sua esposa, que também é formadora, por três meses a capacitar crianças e adolescentes daquela província, frisou estar agora a partir para o Chile, mas deixando todas as bases para que os formandos possam continuar a praticar.
Declarou que na comunidade onde estiveram há muitas crianças que passam o dia nas lavras, pelo que trouxeram o conhecimento do rapel, com vista a que os interessados apreendam a modalidade e possam, com tempo, desenvolver a prática para obter rendimento seguro.
Salientou que durante os nove dias trouxeram ao festival seis dos formandos, entre eles uma menina, que aproveitaram a experiência de praticar, em território diferente do seu, e vão agora com mais propriedade para as suas localidades.
Há estudos em curso para se criar o primeiro núcleo de escalada do país, na Huíla, que vai formar pessoas interessadas em aprender e desenvolver a modalidade, uma iniciativa a ser desenvolvida pela Climb Angola em parceria da Associação de Promotores e Operadores de Turismo (HOTOUR).
Durante o Festival Internacional de Escalada de Angola foram realizadas, dentre outras actividades, o slacklining, um workshop de aparafusamento de rochas para sustentação dos cabos de escalada, desenvolvimento de rotas, oficinas de busca e de resgate para a polícia, bombeiros e Instituto Nacional de Emergências Médicas de Angola, assim como música ao vivo, cinema, dança tradicional e exibição do artesanato local.
A prática do rapel consiste em descer um paredão, que pode ser uma rocha ou uma cachoeira, ou um vão livre, com o auxílio de cordas.
O termo rapel apresenta dois sentidos, o mais usado e conhecido se aplica no alpinismo (desporto que envolve a escalada das altas montanhas), no entanto, o rapel se aplica a esta prática e consiste na descida através de uma corda dupla sustentada em um ponto na qual o escalador utiliza para deslizar-se rapidamente.
É uma modalidade praticada, na maioria das vezes, em superfícies irregulares ou complexas para uma descida vertical. EM/MS