Lubango – A contribuição das receitas do turismo no Produto Interno Bruto (PIB) em Angola, passou de 1,3 por cento em 2016 para 0,01%, 2022, ou seja, um decréscimo de USD 628 milhões para 24 milhões, sendo a pandemia da COVID-19 uma das causas, soube a ANGOP.
Durante esse período, Angola recepcionou um milhão, 351 mil, 733 turistas estrangeiros vindos, sobretudo, do Médio Oriente, Estados Unidos da América, de países africanos e da Europa, sendo esses últimos na maior porção, representando 51%, do global, seguido de africanos com 17% e asiáticos com 15%.
Os dados foram revelados no Lubango, pelo director-geral do Instituto de Fomento Turístico do Ministério da Cultura e Turismo, Afonso Vita, que falava no âmbito do Plano Nacional de Fomento ao Turismo (PLANATUR), assinalando que a pandemia Covid-19 constituiu um factor importante nessa quebra de receitas.
Sublinhou que o quesito viagem apresenta um maior indicador com 60% das receitas, correspondentes a 69 mil 653 turistas, 12 mil 726 dos quais vieram em negócio, 22 mil 528 de férias e 24 mil 826 estiveram em trânsito para outros destinos.
“Os dez países que de onde vieram a maior parte desses turistas para Angola no âmbito do PLANATUR, são liderados por Portugal com 46%, Brasil com 10,2 e a China com 8,9”, disse.
Considerou que a visão de Angola na estratégica de longo prazo para o turismo é atingir uma contribuição de, pelo menos, 1,9 por cento para o PIB, essencialmente, aumentando o número de turistas estrangeiros de 129 mil em 2022, para dois milhões por ano até 2050.
A estratégia, segundo a fonte, passa por assegurar o investimento directo no sector, facilitar o acesso de turistas ao país e garantir a sua mobilidade internamente, o que depende do desenvolvimento de infra-estruturas e serviços públicos, assim como reforçar a certificação, formação, a capacitação de quadros e regulamentação da actividade turística.
As visitas do turismo internacional, disse Afonso Vita, indicam o principal motivo das viagens tem sido as férias e o lazer, representando 56% e que o transporte aéreo é o meio mais utilizado para as viagens, representando 58%.
Lembrou que o turismo é uma actividade de importância crucial para o crescimento da economia de qualquer país, tendo em conta a sua capacidade de geração de empregos e de receitas, bem como de contribuição para o aumento do “PIB”, com impactos na melhoria da qualidade de vida da população.
Para o responsável, Angola tem um “forte” potencial no sector, o que representa uma oportunidade “exponencial” para transformá-lo num segmento estratégico para o processo em curso de diversificação da economia, impulsionando, igualmente, o desenvolvimento social, protegendo e valorizando os recursos naturais.
Defendeu a necessidade de o sector continuar a efectuar apostas focada em explorar, ao máximo, este “motor” económico de excelência, passando pela adopção de medidas ousadas e inovadoras, com o envolvimento do Estado, do empresariado privado e das comunidades locais, afim e estruturar a ofertas turísticas, apoiar as empresas no sector, incentivar a procura turística e asseverar a satisfação dos turistas.
Recentemente Angola anunciou a selecção das províncias da Huíla, Benguela, Luanda, Namibe, Malanje, Cuando Cubango e Zaire como destinos prioritários para turistas, por disporem de boas estradas e hotéis de qualidade, considerados recursos turísticos estratégicos, numa primeira fase.
A selecção foi feita pelo Instituto de Fomento do Turismo (INFORTUR) e teve em conta 15 recursos estratégicos exclusivos, de entre eles os acessos e a qualidade de hotéis. JT/MS