Rivungo - A área do Bico de Angola, na província do Cuando Cubango, constitui, actualmente, a de maior interesse para o fomento do turismo no país, fruto da sua quantidade de biodiversidade de fauna selvagem.
A afirmação é do presidente do Conselho da Administração da Agência Nacional para a Gestão do Okavango (ANAGERO), Rui Lisboa, feita esta quarta-feira, no quadro da visita de uma delegação de empresários nacionais e estrangeiros, encabeçados pelo ministro do Turismo, Márcio Daniel, para constatar as potencialidades de investimento.
Na ocasião, Rui Lisboa disse que a localização privilegiada do Bico de Angola permite, facilmente, integrar o país no grande destino turístico da Área Transfronteiriça de Conservação Okavango-Zambeze, composta ainda pelo Botswana, Namíbia, Zâmbia e Zimbabwe.
Assegurou existir um interesse particular do Executivo em dar primazia a esta área, para atracção de investimentos e, ao mesmo tempo, trabalhar nas questões de acesso, de infra-estruturas e serviços básicos, a fim de viabilizar toda a actividade económica na região, com principal ênfase para a promoção do turismo.
Adiantou que, para além do Bico de Angola, estão, igualmente, as áreas do Mucusso, no Dirico, e no Licua e Luengue, que oferecem grandes potencialidades na biodiversidade da fauna selvagem.
Explicou que a realização da visita da delegação, chefiada pelo ministro do Turismo, entre 19 e 21 do corrente mês, visa apresentar as propriedades do Bico de Angola, enquanto principal santuário da vida selvagem do país, aos empresários nacionais e estrangeiros que manifestaram o interesse de investir na Região angolana do Okavango.
Referiu que durante o 1º Fórum de Investidores, realizado em Menongue, capital do Cuando Cubango, em Janeiro último, foi apresentado e aprovado o primeiro guia de investidores para a Região angolana do Okavango e assinados sete memorandos de entendimento, com potenciais empresários.
Depois desta acção, acrescentou, inicia assim a fase de implementação dos referidos memorandos, que passa, necessariamente, por visitas de constatação do terreno, para a recolha de toda a informação necessária e elaboração de projectos de investimentos.
Por sua vez, o representante da empresa Lupupa e Resort Atlântico, Luís Carvalho, enalteceu a iniciativa do Governo angolano, por mostrar todo o manancial que existe no Bico de Angola aos potenciais investidores.
Com empresas ligadas ao turismo nas províncias de Luanda e Cuanza-Sul, disse que estas iniciativas devem continuar a ser espalhadas pelo mundo, para buscar mais investidores estrangeiros.
O empresário Desidério dos Santos, afecto ao Grupo Opaia, disse ter integrado a delegação com o objectivo de constatar as potencialidades parque nacional Luengue-Luiana, com interesses de ver as valências que o espaço representa a nível do mundo.
“Como é uma das áreas preferidas pelo Governo, nós temos muito interesse em fazer parte desta dinâmica, pois o Ministério do Turismo está intrinsecamente ligado às questões de implementação do turismo. Nós como estrutura privada, temos interesse em dinamizar e crescer face às potencialidades existentes, daí que queremos fazer parte dos primeiros empresários a se instalar localmente”, assegurou.
Por ser a primeira vez, o empresário disse que a intenção passa em ter, durante a visita, uma percepção do local, para a criação de condições intrínsecas para desenvolver qualquer projecto ligado ao turismo e aumentar o potencial em investimento.
Fazem parte da delegação, representantes de 10 empresas, entre nacionais e estrangeiros, alguns com conhecimento da área angolana do Okavango e memorandos de entendimentos já assinados com a ANAGERO.
Igualmente outros empresários que visitam a área pela primeira vez, com intenção de fazer reais apostas em investimento, porque o futuro do turismo em Angola e na África Austral passa pela região angolana do Okavango, principalmente, pelo Bico de Angola. FF/ALH