Lubango - O ministro do Turismo, Márcio Daniel, alertou, esta sexta-feira, no Lubango, para a necessidade de Angola buscar experiência de outras regiões para tirar maior proveito da área de conservação transfronteiriça do Okavango-Zambeze, actualmente pouco explorada.
O ministro, que falava no acto central do Dia Mundial do Turismo, assinalado sexta-feira, 27, afirmou que o país está comprometido em tirar proveito dessa área de conservação transfronteiriça e os desafios passam pela aposta nas infra-estruturais rodoviárias, abastecimento de energia eléctrica, comunicações e postos fronteiriços.
A componente angolana desta área transfronteiriça de conservação Okavango/Zambeze é de 90 mil quilómetros quadrados, integrados pelos municípios do Cuito-Cuanavale, Mavinga, Rivungo, Dirico e Nankova e a parte integrante de dois parques nacionais, Luenga Luiana e Mavinga.
Para o ministro “não é tolerável” que a mesma paisagem, vida selvagem, abundância de recursos hídricos signifiquem para a Zâmbia, Botswana, Zimbabwe e Namíbia, milhares de turistas, recursos cambiais, postos de emprego e para Angola somente a natureza inexplorada.
“Temos de alterar o estado de coisas. Não se trata de inventar a roda. Esta já foi inventada há vários anos e vem sendo aperfeiçoada. Temos apenas de ter humildade de aprender com quem já faz turismo de natureza e faz bem”, disse.
Ressaltou que a par deste aprendizado, se Angola almeja ter qualidade do serviço que existe nos países vizinhos, há necessidade de atribuir ao empresariado nacional os incentivos e condições de trabalho que os Governos desses países atribuem aos seus empresários, sob pena de continuar a perder para a concorrência vizinha.
O Governo, segundo o ministro, leva a cabo a estruturação de uma linha de financiamento dedicada ao turismo, pois sem uma aposta séria em financiamentos e dar tracção ao empreendedor, todo o discurso sobre o turismo para a diversificação da economia não passará do papel.
Para tal, Márcio Daniel disse que o ministério trabalha na diversificação e sofisticação das fontes de financiamento para a actividade turística, com a introdução da taxa turística no Ordenamento Jurídico Nacional, para fortalecer a resiliência e o sistema de garantias, necessário para almofadar o risco dos tomadores de crédito junto do sistema financeiro.
As celebrações do Dia Mundial do Turismo convidam a todos a reflectir sobre o papel fundamental que o turismo desempenha no fortalecimento da paz e do desenvolvimento global. Este ano decorre sob o lema "Turismo e Paz",
O turismo é um veículo crucial para a promoção da compreensão mútua, a união entre os povos e o progresso económico e social.
O projecto regional Okavango/Zambeze (KASA), lançado em 1993, constitui a maior iniciativa transfronteiriça do Continente Africano, com 444 mil 462 quilómetros quadrados. Liga 36 áreas de conservação a nível de Angola, Zâmbia, Zimbabwe, Botswana e Namíbia, na região da África Austral.EM/MS