Menongue - Sete empresas representadas por 12 investidores nacionais e estrangeiros trabalham na província do Cuando Cubango, no quadro da implementação dos memorandos de entendimento assinados no Primeiro Fórum de Investidores da Região do Okavango, decorrido em Menongue, em Janeiro deste ano.
O presidente do Conselho de Administração (PCA) da Agência Nacional para a Gestão da Região do Okavango (ANAGERO), Rui Lisboa, disse segunda-feira à imprensa que a delegação encontra-se no Cuando Cubango a realizar trabalhos de campo para a delimitação de investimento.
Os investidores vão igualmente efectuar os estudos necessários para a elaboração dos projectos finais, procedimentos obrigatórios que constam do guia de investimentos, segundo o PCA.
Posteriormente, afirmou, os projectos serão submetidos à Agência para o Investimento Privado e Promoção das Exportações de Angola (AIPEX) para que os investidores tenham os benefícios legais previstos na lei do investimento.
"Estamos aqui para a concertação que se impõe com o Governo da província do Cuando Cubango e depois avançar para a realização do trabalho de campo, a partir desta quarta-feira, 22 de Maio", sublinhou.
De acordo com Rui Lisboa, as empresas estão a solicitar que sejam tratadas as questões legais relativas à atribuição das concepções para a atribuição do investimento, realçando a existência de empresas interessadas em realizar investimentos nos municípios do Calai, Dirico e nas regiões do Luengue/Luiana e Mucusso.
Explicou que a maior parte das empresas estão interessadas na construção de lodges, embora algumas apostem mais em projectos integrados, sendo que, para além de infra-estruturas destinadas ao alojamento, vão igualmente apostar na agricultura, para dar suporte às necessidades de alimentação.
“O momento consiste em trabalhar já para a materialização das intenções, o que pressupõe o cumprimento de todos os requisitos previstos na lei. Esperamos lançar ainda este ano as primeiras pedras para a construção dos lodges em algumas regiões. As empresas estão avançadas, já mobilizaram capital financeiro, só precisam que o Governo conceda os espaços para realizar o investimento”, disse.
Sobre o papel da AIPEX em todo o processo, o PCA da ANAGERO explicou que esta instituição tem a responsabilidade central da captação do investimento de todos os projectos privados que, após o seu registo, as empresas podem concorrer e beneficiar da lei do investimento.
Anunciou que a visita às áreas para a implementação do investimento será realizada de 22 a 30 do corrente mês, com a integração do Instituto Geográfico e Cadastral de Angola (IGCA), para a delimitação dos espaços nas localidades já identificadas, bem como empresas especializadas na realização de estudos de impacto ambiental.
De acordo com o responsável, os parques nacionais de Luiana, Luengue e Mavinga representam os principais santuários de vida selvagem, pelo que para o desenvolvimento do ecoturismo deve-se pensar também em criar condições favoráveis para os mesmos, para serem facilmente integrados no destino turístico da região.
Deste modo, defendeu a realização de planos de gestão dos referidos parques e o mapeamento das zonas de interesse turístico, para, rapidamente, atrairem os investidores que estão muito ávidos em investir não só nos parques, mas também noutras áreas da região do Okavango.
Considerou importante a experiência da Namíbia na implementação namibiana, por tratar-se de um roteiro turístico que para além de Angola abrange outros países membros da iniciativa regional
Para além de Angola, o Projecto da Área Transfronteiriça de Conservação do Okavango/Zambeze integra o Botswana, a Namíbia, a Zâmbia e o Zimbabwe. MS/FF/PLB