Lubango – Oitenta mil turistas, entre nacionais e estrangeiros, visitaram diferentes pontos turísticos da província da Huíla, em 2023, com um aumento de 37 mil, em relação a 2022, revelam as estatísticas da Associação dos Guias do Turismo e Servidores Artísticos (AGTSA).
O grosso é nacional, mas destaca-se, também, a presença significativa de turistas de nacionalidade portuguesa, brasileira, francesa, italiana, americana e holandesa, cujas visitas incidiram-se com maior realce para os municípios do Lubango, Humpata e Chibia, que detêm o potencial turístico mais divulgado, dada a proximidade.
A informação foi hoje, quinta-feira, dada à ANGOP, no Lubango, pelo presidente da AGTSA, Carlos Bumba, tendo realçado que o aumento do número de visitas de turistas deveu-se ao facto da província da Huíla ter acolhido, em Agosto último, a Feira dos Municípios e Cidades Angola (FMCA).
De acordo com Carlos Bumba, estima-se que nos meses de Abril e Setembro, os hotéis tiveram uma taxa de ocupação de 80% e nos meses de Maio e Agosto, essa percentagem chegou a 100.
Justificou que para além das festas do centenário do Lubango e as da Nossa Senhora do Monte, houve outros eventos que trouxeram à Huíla muitos turistas e excursionistas, que fizeram trânsito, que embora em direcção ao Namibe e Cunene, visitaram alguns pontos turísticos mais próximos.
Destacou que os locais mais visitados foram os “tradicionais” Fenda da Tundavala, Cristo Rei, Barracões e Miradouro da Serra da Leba, pelos factores de atracção e proximidade.
Sublinhou que para algumas turistas, o itinerário de visitas priorizou o centro histórico do Lubango, onde está o Largo 1º de Maio, a Sé Catedral, a antiga Assembleia do Povo, a rua Pinheiro Chagas que liga com a Hoje-ya-Henda até a praça Gabriel Calof, indo até a antiga estação do Caminho de Ferro de Moçâmedes (CFM).
O parque municipal de Quilengues, por estar na transição da Huíla para Benguela, acaba por ser uma atracção e pelo facto da vila estar toda restaurada e arborizada com acácias, reforçou.
Segundo Carlos Bumba, as quedas da Hungueria, as maiores de Angola, foram pouco visitadas, devido o mau estado do acesso, notando-se o mesmo com o Parque do Bicuar que também entrou, em 2022, para o itinerário turístico.
Principais reclamações e sugestões
De acordo com Carlos Bumba, a Tundavala, o Cristo Rei e a Serra da Leba, ainda são “meros” atractivos turísticos, que precisam de investimentos para que se tornem num produto turístico.
“Os turistas admiram muitos locais que visitam, mas reclamam o facto dos mesmos não serem ainda produtos turísticos, pois as pessoas acabam por ir lá “desmotivadas”, por não haver espaços para comprar, até uma água, um centro de interpretação turística sobre o tipo de clima, localização, distâncias, historial, ortografia e outros”, disse.
Referiu que na Serra da Leba tem um restaurante, mas que funciona a “meio-gás” e não consegue atender a demanda.
A província da Huíla conta actualmente com 138 guias, dos quais 18 estão a exercer a actividade de forma ininterrupta. BP/MS