Lubango - A agência de viagem e turismo angolana Tac Tour está a criar um mapa turístico do Lubango, com dados geográficos, climáticos, históricos, ambientais, arquitectónicos, entre outros, em formato físico e digital, a fim de orientar os transeuntes e turistas pela cidade.
O Lubango poderá ser assim a segunda cidade a ganhar o mapa, depois do de Luanda, criado pela mesma agência e disponível desde Setembro de 2022, com as ruas, pontos cardeais, locais de referência, a descrição dos pontos principais, entre outras informações.
Em declarações à ANGOP, o proprietário da agência, Carlos Bumba, disse que referido mapa turístico destacará Lubango, mas vai englobar igualmente os dois municípios satélites, como a Chibia e Humpata, onde é encontrado o grosso do potencial turístico da província.
No projecto, avançou, serão incluídos os pontos geográficos, o turismo de aventura como as cordilheiras da Chela, da Tandavala e da Lufinda. No mesmo segmento estarão incluídos os recintos amuralhados, como as fortalezas de pedra de Kangalongue e dos Gambos.
O mapa vai englobar ainda as potencialidades étnico-culturais dos três municípios, com rotas de arte e rituais como o Ondjelwa (festa da chuva), o Efiko (festa da puberdade), o Ekwendje (o ritual da circuncisão) e o Pita Pondjo (o primeiro contacto do bebé com o exterior).
“Nos eventos vai constar as tradicionais Festas da Senhora do Monte, a dos Barracões e as Quintas Pedagógicas, esta última consubstancia-se em agrupar fazendas com vista a receber estudantes para acampar em aulas práticas de agricultura e ambiente”, continuou.
Já no turismo urbano, segundo Carlos Bumba, vai agregar um citty tour dos três municípios com pontos de arquitectura militar, religiosa, entre outras.
O também presidente da Associação de Guias Turísticos de Angola afirmou que a ideia surgiu em função das reclamações de turistas, por não existir informações concretas sobre determinadas referências turísticas, daí que decidiram criar roteiros com mapas na versão física e digital.
Declarou ser um projecto privado da agência, que conta com recursos próprios, mas para a Huíla já recebeu o apoio institucional do Governo, por via do Gabinete provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos, com a supervisão do gabinete da vice-governadora para o sector Político, Social e Económico.
Vamos agora incluir os serviços províncias da Huíla dos institutos Nacional de Ordenamento do Território e Habitação (INOTU) e do Geográfico e Cadastral de Angola (IGCA), por ser um trabalho transversal, pois a criação de um mapa tem regras e deve estar dentro dos padrões à semelhança do de Luanda.
“Estamos a prever que depois destas conversações teremos em três meses o material, nem que numa primeira fase teremos só o mapa e depois o roteiro com a descrição. São mapas que poderão ser acompanhados por vídeos a serem disponibilizados nas plataformas digitais para orientar as pessoas”, detalhou.
Explicou já terem feito a concepção do projecto, estando agora na fase de elaboração e depois para ensaios, ao que seguir-se-á a oficialização do Estado e, posteriormente, a parte comercial.
Destacou que vai ter múltiplas vantagens, como disponibilização de informação, o acréscimo ao acervo da província, melhoramento da reputação da cidade, do ordenamento do território, assim como ser uma ferramenta de consulta para a academia.
A ideia, segundo a fonte, é que continue a ser um produto privado, para garantir as questões de manutenção e possíveis actualizações com o tempo e através dos parceiros que queiram reforçar a sua marca por via da publicidade terão como manter a conservação.
Agência mostra interesse em fazer para outros municípios do país
Carlos Bumba informou que inicialmente vai ser só do Lubango com os outros dois municípios satélites, mas fica o repto para as administrações que queiram, pois a agência tem todo interesse em fazer, mas tem custos e depende das prioridades de cada municipalidade.
Frisou existirem municípios que, do ponto de vista governativo, não estão muito virados para o turismo, sendo uma questão de sensibilidade e visão, mas nem todos precisam ter vocação turista.
A nível do Instituto de Fomento Turístico de Angola (INFORTUR), conforme a fonte, existe a intenção de se fazer roteiros para o Namibe, a Huíla, Benguela, Malanje e o Zaire, pelo que também têm a instituição como parceira.
Alertou a possibilidade de nos próximos tempos quando for criado o mapa turístico da Huíla, o município da Bibala, no Namibe, poderá ser enquadrado na metodologia dos municípios de interesse turístico na Huíla, pois turisticamente é mais viável ter a Bibala como extensão da Huíla, que do Namibe, pela proximidade.
Está, igualmente, prevista a elaboração de um mapa da província que poderá a estar pronto em Outubro, que vai englobar os 14 municípios.
“Talvez tenhamos um novo modelo de fazer turismo que não fique presa a nossa actual Divisão Político-Administrativa. O modelo não pode ser o mesmo, na Huíla vai acontecer isso, há coisas de um município que vão estar acoplados a outro mais próximo", continuou.
A Tac Tour Angola é uma agência de promoção e animação turística, consultoria, concepção, execução e fornecimento de roteiros/ itinerários turísticos no País, existe desde Janeiro de 2020 e tem a sede em Luanda, com representações na Huíla e no Namibe.
O objectivo da agência é de promover o turismo interno, desde viver e sentir Angola pelo potencial turístico, criar e forjar a cultura turística, assim como conhecer, preservar, proteger, valorizar e divulgar o património natural e cultural, através do contacto com os itinerários turísticos. EM/MS