Benguela– Pelo menos quatro companhias aéreas estrangeiras já manifestaram interesse em operar voos internacionais para diferentes destinos, a partir do Aeroporto da Catumbela, tão logo seja certificado, soube a ANGOP nesta sexta-feira.
A informação é do presidente da Comissão Executiva da Sociedade Gestora de Aeroportos (SGA), Manuel de Barros Gomes, acreditando que, com a certificação internacional do Aeroporto da Catumbela, prestes a acontecer, a província de Benguela ficará mais próxima do mundo.
E confirma que a SGA está a encetar contactos com várias companhias aéreas estrangeiras, que apresentam manifestação de interesse para possíveis voos directos entre Catumbela e diferentes países, com primazia para a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Embora haja bastante interesse de companhias aéreas em voar para Catumbela, o PCE da SGA defende que, para isso, a prioridade, neste momento, é concluir o processo de certificação do aeroporto, que já vai na quarta das cinco fases.
“Percebemos a ansiedade que todos temos para quando o primeiro voo internacional”, referiu, frisando que o mais importante, agora, é fechar o processo de certificação para impulsionar o crescimento da província de Benguela, uma vez que oferece potencialidades.
No fundo, o interlocutor olha para o Aeroporto da Catumbela como o íman para impulsionar sectores-chave como o Corredor do Lobito, a agricultura, a forte indústria pesqueira, o agro-negócio e o turismo na província de Benguela.
Com foco inicialmente na região, o máximo responsável da SGA revela que há conversas muito avançadas com companhias aéreas, preferindo, no entanto, manter o nome destas em segredo até aos próximos dias, visto ser surpresa para Benguela.
Seja como for, Manuel de Barros Gomes sublinha que esse interesse está condicionado, de certa forma, a um conjunto de factores na infra-estrutura aeroportuária, mas que já estão a ser alinhados de tal sorte que as companhias possam vir para Catumbela brevemente.
“Não vai ser um processo do dia para noite ou de termos várias aeronaves”, enfatizou, garantindo que haverá, nos próximos dias, alguns voos internacionais que serão feitos de e para Catumbela, assim que o processo de certificação estiver concluído.
Prospecção
O máximo responsável da SGA também põe o acento tónico em todo o ecossistema e envolvente do aeroporto, ou seja, em toda a infra-estrutura que é importante para captar companhias áreas para um mercado em franca prospecção como a província de Benguela.
“Nós estamos a colocar Benguela no mercado (internacional)”, comemora, reforçando a tese de que é preciso “vender a marca Benguela”, pois tem todas as potencialidades para captar interesse fora do país.
É nesse contexto que ele perspectiva que a internacionalização do Aeroporto da Catumbela vai ter um efeito de íman para atrair, na medida em que há várias companhias interessadas, embora não virão todas ao mesmo tempo.
Não obstante os mercados europeu e americano fazerem parte dos planos, a mesma fonte afiança ser necessário explorar e aproveitar o potencial da região, promovendo assim a marca Angola através do turismo.
Sobre o assunto, o administrador executivo da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), Manuel Chagas Gonçalves, explica que o primeiro voo internacional competirá à SGA, enquanto operador aeroportuário.
“Ainda estamos na quarta fase do processo de certificação”, esclareceu, precisando que o certificado, por sua vez, tem o seu tempo para entrar no AIP (Aeronautical Information Publication) e a partir dali a SGA irá determinar a questão dos voos internacionais.
Sobre o Aeroporto da Catumbela
Projectado para operar como um aeroporto internacional, o Aeroporto da Catumbela foi inaugurado em Agosto de 2012, tendo sido renomeado a 24 de Maio de 2022 como "Aeroporto Paulo Teixeira Jorge" em homenagem a este destacado nacionalista angolano na luta anticolonial e antigo governador da província de Benguela.
Distanciado da capital do país cerca de 670 quilómetros, o empreendimento aeroportuário é considerado como uma importante alternativa para o Novo Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto (AIAAN).
Trata-se de uma moderna infra-estrutura aeroportuária, com uma pista de três mil e 700 metros de comprimento e 45 de largura, capaz de receber, em simultâneo, três aviões de grande porte como o Boeing 777-300 em horas de pico (3 (mas não permitido com categoria ICAO7).
Na prática, esta categoria ICAO7 contempla aeronaves como Boeing 737-900, uma versão alongada do popular 737, com capacidade para transportar mais passageiros em rotas de médio alcance; o Airbus A321, uma aeronave de corredor único que é amplamente utilizada em voos domésticos e internacionais de curta e média distância.
Ainda inclui o Boeing 757-200. Conhecido por sua eficiência em rotas transcontinentais, este modelo é frequentemente utilizado por companhias aéreas para voos de médio alcance.
Em suma, a certificação ICAO7 é um passo crucial para a expansão das capacidades do aeroporto, não só aumentando a sua capacidade operacional, mas também fortalecendo a sua posição como uma alternativa viável ao Novo Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto. JH/CRB
