Lobito – Um seminário sobre o Código Internacional para Protecção de Navios e Instalações Portuárias (ISPS) juntou, nesta terça-feira, no Lobito, província de Benguela, funcionários do Porto local e o do Soyo, para reflectirem sobre aspectos de segurança, soube a Angop.
Durante a acção formativa, analisou-se também a avaliação de risco e o ISPS code: evidências de conformidade, medidas de protecção do Porto, enquanto objecto crítico e o papel do PFSO.
Ao tomar a palavra, o Presidente do Conselho de Administração do Porto do Lobito, Celso Rosas, alertou sobre a vulnerabilidade das infra-estruturas, que podem ser utilizadas por organizações criminosas para realizarem as suas acções.
Fez referência ao comércio internacional que, segundo ele, contribui para a proliferação de actividades criminosas altamente sofisticadas na ascensão do crime organizado, tornando-se numa ameaça transnacional.
“Apesar do transporte marítimo ser considerado mais lento em relação aos outros meios de transporte, é o meio preferido do comércio mundial, não apenas pelos baixos custos, mas também devido a possibilidade de transportação de maior quantidade de carga, tornando, por isso, as infra-estruturas portuárias vulneráveis ao crime organizado”, explicou.
Celso Rosas realçou que redes de crime organizado podem corromper ou subornar trabalhadores portuários, agentes de órgãos públicos ou privados que actuam nas instalações, bem como elementos de prestação de serviços, tornando-os permissíveis a receber rendimentos destas, para ocultação de contrabando, tráfico de seres humanos, órgãos e materiais proibidos.
“Dada a importância que a actividade marítimo-portuária tem na economia nacional, torna-se necessário preservar a segurança deste tipo de actividades e garantir o seu normal funcionamento”, advertiu o PCA.
O manager do Porto do Lobito fez votos de que este seminário municie os presentes com as ferramentas necessárias para o reforço do seu desempenho no contexto da prevenção e resposta pró-activa a eventos que possam criar prejuízo ao normal funcionamento das infra-estruturas portuárias.
Aproveitou para lembrar sobre a importância da realização de acções de simulacro, para medir a capacidade de intervenção dos trabalhadores das áreas em situações reais.
Em termos de benefícios, o Administrador para a Área técnica, Infra-estrutura e Segurança, Joaquim Cristiano, afirmou que os responsáveis pela segurança portuária irão actuar no sentido preventivo contra acções susceptíveis de criar distúrbios no funcionamento das infra-estruturas do Porto.
Para ele, as medidas preventivas são um reforço no controlo das áreas consideradas críticas, como as de acesso marítimo ou rodoviário, e também na própria vigilância do recinto portuário.
Fez saber que uma falha no sistema, como o caso de um ataque ao Porto, afecta imediatamente a sua imagem em termos de segurança, resultando no seu descrédito, fazendo com que os armadores procurem outros portos.
Por sua vez, o Presidente do Conselho de Administração do Porto do Soyo, João Zumba, considerou o seminário de proveitoso, uma vez que reconhece que o Porto do Lobito tem bastante experiência em assuntos do género.
O código ISPS surgiu depois do atentado de 11 de Setembro nos Estados Unidos da América, devido a ausência de uma atenção rigorosa, relativamente a actividades terroristas sobre a modal marítima e as infra-estruturas portuárias
