Lobito – Após vinte e quatro meses de intensas discussões, o Conselho de Administração e a Comissão Sindical do Porto do Lobito assinaram, nesta terça-feira (03), o primeiro acordo colectivo de trabalho, soube hoje a Angop.
De acordo com o primeiro secretário da Comissão Sindical, Ezequiel de Carvalho, o referido acordo trouxe melhorias, tanto nas condições de trabalho como na qualidade de vida dos trabalhadores. Ezequiel de Carvalho apontou como exemplo, o aumento salarial na ordem de 20 por cento, o cartão alimentar que passou de 30 a 50 mil Kwanzas e o subsídio de natal que se fixou em cem por cento, contrariamente aos 60 que eram pagos durante a gestão anterior da empresa. “Outro benefício produzido pelo acordo, foi a entrega de mais Equipamentos de Protecção Individual (EPI), material de escritório e a recolha e distribuição do pessoal”, enfatizou. A título excepcional, segundo ele, foi atribuído o subsídio de risco às categorias de estivadores, operadores e técnicos de raio x, afectos a clínica da empresa, sempre que estiverem expostos a substâncias perigosas durante a operação. No entanto, o Conselho de Administração avisou que serão tomadas medidas contundentes, sempre que forem detectados actos de violação, abuso de poder e nepotismo, de formas a disciplinar os infractores. O Presidente do Conselho de Administração do Porto do Lobito, Celso Rosas, parabenizou a Comissão Sindical pela forma como negociou o acordo, sublinhando que a empresa só pode dar aquilo que tem, referindo-se aos subsídios legislados, nomeadamente os de saúde, transporte e alimentação. “As questões mais difíceis a debater foram as percentagens referentes aos salários e subsídios”, admitiu o PCA. Afirmou ainda que ficou satisfeito com a elevada maturidade da Comissão Sindical por esta compreender que a empresa pertence a todos os trabalhadores e em função disso, foi possível encontrar equilíbrio. Com mil 580 trabalhadores efectivos e 59 colaboradores, o Porto do Lobito, intrinsecamente ligado ao Caminho de Ferro de Benguela, joga um papel importante na manutenção do “Corredor do Lobito”, no que toca a exportação de minérios vindos da República Democrática de Congo e da Zâmbia para a Europa e América. |