Luanda - O primeiro voo experimental a partir do Novo Aeroporto Internacional de Luanda (NAIL), localizado no distrito de Bom Jesus, município de Icolo e Bengo, está previsto para o mês de Junho.
Este primeiro voo experimental servirá para se avaliar se o padrão da infra-estrutura responde as recomendações da Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO).
Esta informação foi divulgada ,na quarta-feira, à imprensa pelo coordenador do NAIL, Paulo Nóbrega, depois da visita de representantes de partidos políticos, membros da sociedade civil e do administrador de Viana, Demétrio de Sepúlveda
Segundo o responsável, há duas condições que podem impedir a certificação do Novo Aeroporto, entre as quais a construção de habitações nas imediações.
Os visitantes apontaram como maior preocupação o aumento do número de casebres no perímetro do Novo Aeroporto Internacional de Luanda que realmente pode condicionar a sua certificação.
O administrador municipal adjunto para os Serviços Técnicos e Infra-estruturas de Viana, Edson Noy, realçou que a ocupação ilegal de terras no perímetro aeroportuário acontece por falta de conhecimento de alguns cidadãos, recordando que a administração municipal não está a licenciar obras naquele local.
O responsável indicou que as casas construídas antes do surgimento do Novo Aeroporto deverão ter um tratamento especial, mas aquelas que estão a surgir neste momento vão ser demolidas.
Edson Noy referiu que a visita enquadra-se nas festividades do Dia da Paz, comemorado a 4 de Abril, e também para mostrar aos de representantes de alguns partidos políticos e membros da Sociedade Civil os ganhos obtidos depois do fim da guerra.
O representante do MPLA em Viana, Casimiro de Andrade, elogiou o trabalho, lamentando apenas a atitude de alguns cidadãos que continuam a ocupar de forma ilegal os terrenos naquela zona.
Bumba Paiva, representante da FNLA, manifestou a sua satisfação pela construção da infra-estrutura que vai garantir inúmeros empregos para a juventude, depois da conclusão do projecto.
Já Ernesto Chongolola “ Ti Show”, presidente da Associação de Apoio às Famílias Desfavorecidas de Angola, garantiu que nos próximos dias vai trabalhar com uma brigada na sensibilização da população para que deixe de construir casebres naquela zona.
O Governo angolano anunciou, em Março de 2019, que as obras do Novo Aeroporto Internacional de Luanda (NAIL), em construção por empreiteiros chineses há mais de dez anos e com financiamento da China, deviam ser submetidas a correcções de engenharia e funcionalidade, para adequar a estrutura aos padrões da modernidade, inovação e de conforto dos passageiros.
Naquela altura, o ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, referiu que as correcções ao projecto, a decorrer até 2022, seriam lideradas por uma comissão técnica.
As medidas resultam de informações constantes de um memorando sobre o estado de execução da obra, aprovado em Março em Conselho de Ministros, em que não foi avançada uma data para a abertura das operações aeroportuárias.
"Estamos a falar de um projeto que começou há dez anos, cuja concessão também é muito antiga", afirmou Ricardo de Abreu, aludindo à obra em edificação na comuna do Bom Jesus, no município de Icolo e Bengo, a 30 quilómetros do centro de Luanda.
Em Outubro de 2017, após uma visita realizada pelo Presidente angolano, João Lourenço, foi anunciado que o NAIL deveria começar as operações. em 2019, um atraso de dois anos em relação à previsão anterior, tendo o adiamento sido justificado por dificuldades financeiras.
O Governo prevê que o novo aeroporto internacional de Luanda, em mais de 90 por cento de execução, possa acolher até 15 milhões de passageiros por ano.