Benguela – A certificação do Aeroporto Paulo Teixeira Jorge, na Catumbela, Benguela, para operação internacional de voos de passageiros e carga, visa aumentar a conectividade do país, destacou, nesta quinta-feira, o secretário de Estado para os sectores da Aviação Civil, Marítimo e Portuário, Rui Carreira.
Rui carreira falava no Aeroporto Internacional Paulo Teixeira Jorge, após a outorga da certificação da categoria ICAO7 (International Civil Aviation Organization, na sigla em inglês), que permitirá a essa infra-estrutura operar aeronaves internacionais.
Na prática, trata-se de aeronaves como Boeing 737-900, uma versão alongada do popular 737, com capacidade para transportar mais passageiros em rotas de médio alcance; e o Airbus A321, uma aeronave de corredor único que é amplamente utilizada em voos domésticos e internacionais de curta e média distância.
Para o secretário de Estado para a Aviação Civil, o aumento da conectividade da província de Benguela e do país, através do Aeroporto da Catumbela, é um factor decisivo para diversificação da economia, integração regional e proximidade das comunidades.
O governante sublinha que, com esta certificação, o Aeroporto Paulo Teixeira Jorge está agora habilitado a dar os próximos passos para acolher tráfego de passageiros e carga de qualquer parte do mundo e para qualquer destino.
No entanto, Rui Carreira chama a atenção para a necessidade de se respeitar as especificações do aeroporto e limitações técnicas, a lei e a regulamentação económica de acesso ao mercado, contribuindo assim para o aumento das receitas da SGA (Sociedade Gestora de Aeroportos).
Reforçando a ideia de que a SGA deve colocar-se ao dispor das empresas e das pessoas, tendo o aumento da conectividade em vista, lançou um repto a todos os operadores nacionais e estrangeiros para fazerem as suas pesquisas de mercado, contando agora com mais este aeroporto no litoral de Angola.
De igual modo, fez saber que a ANAC (Autoridade Nacional da Aviação Civil) outorga esse certificado com base na Convenção de Chicago, de 1944, que cria a Organização da Aviação Civil Internacional - OACI - ou ICAO, na sigla em inglês, e nos termos da lei da aviação civil angolana e seus regulamentos.
Lembrou que Paulo Teixeira Jorge, “um insigne filho desta linda província de Benguela, de que foi também seu governador” e, seguidamente, ministro das Relações Exteriores, foi o signatário do instrumento jurídico que oficializou, a 20 de Janeiro de 1977, a adesão da então República Popular de Angola à Convenção de Chicago, de 1944.
Deu a conhecer que Angola caminha firme para a implementação da decisão de Yamoussoukro e do mercado único de transporte aéreo em África, um instrumento que consagra a política de céu aberto intra-africana e entre as companhias aéreas africanas.
“Passos significativos já foram e continuam a ser dados, com especial destaque para a assinatura de memorandos de entendimento com os demais países africanos, onde se atribui os direitos de tráfego às companhias aéreas, que preencherem os requisitos estabelecidos”, explicou.
O governante espera que esta nova etapa possa contribuir para o crescimento do tráfego aéreo, acrescentando que as autoridades ficarão atentas para que se cumpram rigorosamente as normas da concorrência e se respeitem os direitos dos passageiros.
“Este é o momento há muito esperado pelos benguelenses”, notou, reconhecendo que a dinâmica dos empresários da província e da região é tal, que terão agora uma grande oportunidade de expandir os seus negócios, através desta porta aberta para outras geografias.
No entendimento de Rui Carreira, um dos sectores-chave que mais ganhará é o do turismo, onde Benguela tem forte potencial, sugerindo que sejam valorizados os recursos naturais, o povo e a sua cultura.
Com capacidade projectada para 2.2 milhões de passageiros por ano, o Aeroporto Internacional da Catumbela foi inaugurado há doze anos, para impulsionar o desenvolvimento e o crescimento económico e social desta região, e do país, em geral.
A infra-estrutura aeroportuária tem uma pista de três mil e 700 metros de comprimento e 45 de largura, capaz de receber, em simultâneo, três aviões de grande porte como o Boeing 777-300 em horas de pico (3 (mas não permitido com categoria ICAO7). JH/CRB