Luanda -O director de Navegação Aérea e da Biblioteca Técnica da Autoridade Nacional de Aviação Civil de Angola (ANAC), Nzakimuena Manuel, considerou a melhoria contínua do sistema de aviação civil angolana e o processo de modernização em curso crucial para garantir a navegação aérea robusta e segura.
Em entrevista ao Jornal de Angola, por ocasião do Dia do Controlador e Tráfego Aéreo, assinalado a 20 desde mês, o director de ANAC fez uma discrição do estado do sector e dos investimentos feitos pelo Executivo angolano nos últimos anos.
Referiu que o investimento em tecnologia moderna e programas de formação e capacitação de profissionais será fundamental para garantir que o país esteja bem servido em relação aos meios técnicos e humanos de navegação aérea.
Conforme o responsável, o Programa de Modernização do Espaço Aéreo de Angola, além dos equipamentos, reserva uma parcela do orçamento para a formação e capacitação dos técnicos/especialistas ligados aos serviços de navegação aérea.
Considerou que o referido programa reflecte o compromisso do Governo angolano em melhorar a segurança, eficiência e sustentabilidade do sector de aviação".
Ao modernizar a infra-estrutura e os sistemas, disse, Angola pretende não apenas atender aos requisitos internacionais, mas também fomentar o crescimento económico e o desenvolvimento social por meio de um sector aéreo mais robusto.
"É uma iniciativa que está a ser implementada com sucesso e quando for concluído terá um impacto significativo tanto a nível nacional quanto internacional", realçou.
O actual programa, que está a ser implementado em colaboração com a Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), visa a modernização das infra-estruturas, a actualização de equipamentos, por meio da substituição ou actualização de sistemas de radar, assim como da comunicação e navegação para atender padrões internacionais e melhorar a detecção e monitoramento de aeronaves.
Os projectos incluem a melhoria das estruturas aeroportuárias para aumentar a capacidade e eficiência, incluindo a construção ou renovação de terminais, pistas e outras instalações de apoio, assim como a introdução de tecnologias avançadas para melhorar a segurança operacional, como sistemas de gestão do tráfego aéreo e ferramentas de monitoramento em tempo real.
Entre as acções contínuas constam ainda os programas de formação para controladores de tráfego aéreo e outros profissionais da aviação, para garantir que estejam capacitados a operar com as novas tecnologias e em conformidade com as normas internacionais.
Referiu ainda que o Governo tem dado incentivos, também, para o desenvolvimento de uma indústria aeronáutica local, incluindo manutenção, fabricação de peças e serviços relacionados, bem como apostado na criação de um ambiente atraente para companhias aéreas internacionais e regionais, incentivando a competição e o aumento das opções de voos para e de Angola.
Em Angola, disse, bem como em outros lugares ao redor do mundo, a melhoria contínua nesse campo é crucial para o fortalecimento da confiança no sector Aéreo e no seu desenvolvimento futuro, pelo facto da aviação civil ser um sector que opera sob rigorosos padrões de segurança.
Adiantou que a frequência e a natureza dos incidentes dependem de vários factores, incluindo a segurança das operações, a qualidade da infra-estrutura, a formação dos profissionais e a gestão de risco operacional adoptada.
A regulamentação é feita com base nos Regulamentos da Segurança Aérea de Angola (RSAA) e da Autoridade Nacional de Aviação Civil, sustentadas nas normas e recomendações da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), que estabelece directrizes para a segurança e a eficiência da aviação civil.
Falou, por outro lado, que a missão do controlador de tráfego aéreo inclui, entre outros, a gestão de emergências e é ele que deve reagir rapidamente a situações de emergência, fornecendo orientações aos pilotos e coordenando acções com outras autoridades ou serviços de emergência, assim como ajudar a planear rotas de voo eficientes, levando em consideração as condições meteorológicas e as aeronaves existentes em voo em tempo real.
O país conta com 100 controladores de tráfego aéreo.
Em termos de aeronaves, onde são incluídos voos domésticos, internacionais e sobrevoos, pode-se avançar uma média de 15.000 aeronaves anualmente.
O espaço aéreo de Angola é caracterizado por várias particularidades, que incluem a não limitação sobre território nacional, pois ele estende-se sobre o oceano atlântico, numa dimensão superior ao dobro da carta geográfica de Angola, cobrindo cerca de 4.108.000 Km2.
O espaço aéreo de Angola abrange uma vasta área, reflectindo a grande extensão do país na região austral da África.
A Gestão e Exploração desse espaço aéreo está sob a responsabilidade da Empresa Nacional de Navegação Aérea (ENNA).
A ANAC tem como principal missão regular e supervisionar o sector da Aviação Civil no país, incluindo o controle do tráfego aéreo, garantir a segurança, a eficiência e a organização das operações aéreas em Angola, no domínio de Regulação e Supervisão, Segurança da Aviação, Fiscalização e Certificação, Promoção de Padrões Internacionais, Desenvolvimento Sustentável da Aviação e Capacitação de Recursos Humanos.
Criada em resposta à crescente demanda por segurança e eficiência nos céus a profissão de Controlador de tráfego aéreo se desenvolveu ao longo do século XX e continua a evoluir com as inovações tecnológicas na aviação civil. ASS/VC