Luanda – O administrador executivo da Agência de Protecção de Dados (APD), Amaro Santos Figueiredo, defendeu, esta quarta-feira, que as empresas de táxis personalizados adoptem procedimentos para limitar o acesso a informações confidenciais dos seus clientes.
Em declarações à ANGOP, o responsável fundamentou que essa medida permitiria evitar o mau uso das informações dos passageiros, por parte dos motoristas, realidade que afirma estar a registar-se em Luanda.
Amaro Santos denunciou que a APD regista, diariamente, várias denúncias de motoristas de algumas empresas de táxis por aplicativos que utilizam, fraudulentamente, os dados pessoais dos clientes.
Conforme a fonte, os dados dos clientes são usados para a feitura de ligações perturbadoras, em especial às mulheres, após o término da viagem.
“ Se os dados pessoais e o mapeamento da trajectória dos cidadãos utilizadores dos aplicativos de táxi forem parar às mãos de criminosos, podem resultar em consequências muito graves”, alertou.
Sem precisar o número de denúncias recebidas até ao momento, o administrador da Agência de Protecção de Dados realçou que alguns motoristas fazem ligações com abordagens amorosas e indecentes às clientes, bem como propostas de negociações inapropriadas.
Para mitigar esta prática de contravenção, a APD, desde o início do corrente mês, está a realizar reuniões técnicas com as empresas que operam neste segmento económico, para perceber de que forma são processados os dados pessoais recolhidos aos passageiros.
Para ter acesso aos táxis personalizados, os clientes devem apresentar dados como o nome, terminal telefónico, a morada e trajectória da viagem.
Amaro Figueiredo explicou que esta medida pedagógica visa apurar as medidas de segurança e de protecção, a partilha dos dados com os motoristas, bem como afinar mecanismos de protecção e salvaguarda das informações dos clientes, para prevenir contravenções.
O administrador executivo da Agência de Protecção de Dados manifestou, por outro lado, preocupação com as escolas e colégios privados que divulgam, inadvertidamente, os dados dos alunos menores de idade, em panfletos, fotografias em sites e outras formas de exposição dos dados.
Relativamente ao uso de perfis falsos nas redes sociais, dos aplicativos Facebook, Messenger, WhatsApp e Instagram, a APD, através da representação da Meta em África e Médio Oriente (empresa proprietária dos aplicativos aqui referenciados), pode remover e eliminar imediatamente as contas falsas, desde que o proprietário efectue a denúncia.
Segundo o administrador, a onda crescente de perfis falsos e criminosos levou a Agência de Protecção de Dados a deliberar que as queixas feitas à instituição merecerão tratamento imediato (a eliminação da conta falsa).
“A partir de agora, todo cidadão que vir a sua conta clonada ou duplicada em perfil falso nas redes sociais Facebook, Messenger, WhatsApp e Instagram pode denunciar na APD, pois o tratamento é célere”, disse.
A Agência de Protecção de Dados (APD), criada em Outubro de 2019, tem como objectivo principal garantir, à distância de um clique, uma comunicação aberta e simples sobre protecção de dados com as entidades públicas e privadas, responsáveis pelo tratamento de dados pessoais.OPF/AC