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Acidentes de Viação causam  441 mortes no primeiro semestre de 2023 em Luanda 

     Transporte              
  • Luanda • Quarta, 15 Novembro de 2023 | 06h24
Acidente de viação (arquivo)
Acidente de viação (arquivo)
Alberto Julião - ANGOP

Talatona - A capital do país registou mil e 686 acidentes de viação, com 441 mortes e mil 873 feridos, durante o primeiro semestre de 2023, informou,  esta terça-feira, o Governador  Provincial de Luanda, Manuel Homem.

Os registos tiveram um aumento de 310 acidentes e 496 feridos, em relação ao mesmo período de 2022, enquanto as mortes mantiveram a mesma cifra do ano anterior.

Manuel Homem, que prestou esta informação quando falava no acto provincial de abertura da Consulta Pública sobre a Proposta de Lei de Revisão do Código de Estrada, disse haver uma média diária de nove acidentes que resultam em 2,4  vítimas mortais e 10,4 feridas.

O governante apontou como causas o excesso de velocidade, falta de precaução dos peões na travessia,  circulação em sentido contrário por parte dos motociclistas e automobilistas, a não cedência de prioridade de passagem, mau estado técnico dos veículos, condução em estado de embriaguez, deficiente iluminação pública e mau estado das vias.

Como meta, o Governo provincial de Luanda lançou recentemente o programa de ordenamento do trânsito que  visa  promover  melhorias  em  matérias de viação e ordenamento do trânsito, formação de condutores, fiscalização de  veículos, melhoria das vais, reforço da sinalização vertical e  horizontal, promoção  da segurança e culturas rodoviárias e outros.

Propostas das associações representadas 

 A Associação dos Taxistas (ANATA) trouxe  uma contraproposta relacionada ao nível académico dos associados interessados em exercer o trabalho de  mototáxi.

O presidente da ANATA, Rafael Inácio, em declarações à imprensa,  disse que a associação defende, como  obrigação académica para obtenção da carta, a 9º classe e não a 12º como propõe o  governo.

Segundo ele, o nível de escolaridade não é condição para o combate e redução da sinistralidade rodoviária” A prática leva-nos a crer que cidadãos com níveis académicos acima da média, estão envolvidos em acidentes inimaginários”, referiu.

Rafael Inácio reprova ainda o tempo de experiência estabelecido para o exercício da função, que vai de cinco a nove anos,  a luz da Lei, para os membros  da ANATA o período de  experiência deve ser de  dois anos  e afirma o governo deve investir na instrução, por ser uma das ferramentas que molda o indivíduo para prestar um serviço  cada  vez  melhor. 

Quanto à redução da sinistralidade rodoviária, disse ser uma questão que deve envolver toda a sociedade e não só a polícia e a associação dos taxistas. 

Já o presidente da Associação dos Motoqueiros e Transportadores de Angola AMOTRANG, Bento Rafael, quer uma subdivisão dos mototaxistas em classes “A” “B” e “C” e que cada uma destas deve circular em áreas  próprias.

Por exemplo, explica, os  da classe “A” devem ser  contemplados a circular nas vias  primárias, a da  “B”  nas secundárias e a “C”  nas terciárias,  tendo  em conta o que o motoqueiro vai aprender durante a  formação, promovida pela associação.

Disse que a exigência académica que se prevê fazer é  um incentivo e que a classe encontre uma forma de evoluir de  maneira  a  melhorar a  condição académica e  profissional.

O Executivo, por via do Conselho Nacional de Viação e Ordenamento do Trânsito (CNVOT), submeteu a consulta pública, o Projecto de Lei de Revisão do Código de Estrada, a nível dos nove municípios da província de Luanda.

Principais alterações

As principais alterações introduzidas têm a ver com as novas definições, de acordo com a legislação rodoviária internacional e regional, nomeadamente ciclovia, estrada, passagem de nível, peões vulneráveis e ruas. Estabeleceu-se, também, a previsão expressa e clara das sanções para os organizadores de manifestações desportivas envolvendo veículos, peões e animais, em desrespeito às regras do Código e matérias afins.

A redução do teor máximo de álcool no sangue, legalmente permitido aos condutores, agravamento das multas ou coimas aplicáveis aos infractores e a alteração do modelo da carta de condução, constam das alterações previstas ao novo Projecto do Código da Estrada.

Consta, ainda, a alteração das regras especiais para os condutores de transportes de mercadorias perigosas e de passageiros, justificando-se a mudança do modelo da carta de condução com a necessidade de separar a categoria de "transporte de mercadoria” a de "transporte de passageiros”, adaptando-a à realidade da SADC.

A revisão do documento, segundo um comunicado do CNVOT, deve-se, igualmente, ao facto de a mesma estar desajustada à actual realidade, e é motivada pela necessidade imperiosa de combater as altas taxas de sinistralidade rodoviária, a segunda maior causa de morte no país.

O CNVOT analisou, ainda, o memorando de implementação das acções de inspecção periódica obrigatória e a troca da chapa de matrícula, execução de obras de instalação e reabilitação da rede de iluminação pública e a execução de infra-estruturas rodoviárias dentro e fora das localidades, bem como questões sobre o estado técnico das pedonais, sinalização de passadeiras e aplicação de separadores centrais das vias (betão e metálicos).
A proposta de alteração ao Projecto de Código da Estrada visa alcançar objectivos estratégicos, como melhorar o processo de formação de condutores, expandir os serviços de socorro e apoio às vítimas, desenvolver uma cultura de educação rodoviária, garantir uma gestão eficiente da segurança rodoviária e harmonizar o sistema nacional de transporte e trânsito.Mag

 





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