Luanda - A operadora de telefonia móvel Unitel está a aguardar a emissão, ainda este ano, pelo Instituto Angolano das Telecomunicações (Inacom), da frequência de rádio para o lançamento da tecnologia “5G” em Angola, no decurso deste 2021.
Com este serviço, pretende-se usar o melhor espectro de rádio e permitir que mais aparelhos acessem a internet móvel ao mesmo tempo, sendo que numa primeira fase estará mais disponíveis nos centros urbanos, soube hoje a ANGOP dessa empresa angolana.
De acordo com responsáveis da Unitel, a tecnologia 5G traduz-se numa rede de internet móvel com maior velocidade, de 10 gigabytes por segundo, com latência (atraso) de 10ms (milissegundos), para downloads e uploads, dando uma cobertura mais ampla e conexões mais estáveis.
“Nós não podemos efectuar o investimento antes de termos a confirmação da frequência que vamos usar. Só no final da semana passada que tivemos mais visibilidade a mesma, já em fase conclusiva pelo Inacom, para nos ser entregue”, refere a operadora.
Ao falar num seminário sobre os Desafios das Telecomunicações - Visão 5G, dirigido a jornalistas, nesta segunda-feira, o director para Operação e supervisão da Unitel, José Mavungo, garantiu que com a frequência o investimento será feito, imediatamente.
Essa tecnologia 5G, disse, terá abrangência faseada, tal como aconteceu com a implementação do 4G, em Angola, em termos de cobertura, iniciando nas zonas com maior acessibilidade de serviços.
“Os custos de equipamentos para tal tecnologia serão muito mais altos, o que irá pressionar o mercado”, salientou, notando, por outro lado, ser comum a redução dos custos dos meios das tecnologias já lançadas a medida que surgem outros, como o 2G, 3G e 4G, respectivamente.
José Mavungo referiu que a tecnologia 5G vai abranger os pontos com maior densidade populacional e maior demanda de serviços de dados de Banda Larga, destacando as províncias de Luanda (capital), Benguela, Cabinda, Huila.
Acrescentou que, enquanto se aguarda pelo sinal do Regulador - o Inacom -, a Unitel continua a efectuar contactos junto de fornecedores internacionais de tecnologia 5G.
Pacote “covid-19” e o seu impacto
A Unitel ofereceu 28 mil milhões de kwanzas, com o pacote “Covid-19”, lançado em Março de 2020, no quadro do Decreto Presidencial sobre o Estado de Emergência, em Angola, que obrigou ao confinamento da população, devido à pandemia.
De acordo com a directora de Negócios para Consumo da operadora, Lorena Fernandes, o referido montante foi traduzido pela oferta de 750 milhões de minutos, 320 milhões de SMS e mais de dois mil terabytes de dados, no período de Marco a Dezembro de 2020, número que causaram um impacto significativo na receita da empresa.
O pacote “Covid-19” foi descontinuado no dia 15 do mês de Abril, deste ano, após consenso com o Ministério de tutela, e outras operadoras.
Actualmente, em termos de cobertura de rede, a empresa está em 518 comunas, nas 18 províncias do país, onde exibe os seus mais variados serviços de 2G, 3G e 4G, este último lançado em 2012. A empresa tem ainda mais de 800 acordos de Roaming internacional, com 191 países.
Entre vários outros desafios, tem em carteira o lançamento do “Mobile Money”, além da continua formação de quadros angolanos com a atribuição de bolsas de estudos.