Luanda - Três das quatro operadoras com licenças globais em Angola receberam hoje, em Luanda, os seus títulos para utilização de frequências 3.3-3.7 Giga Hertz (GHz), que lhes habilita usarem a tecnologia 5G, com vista a melhoria das telecomunicações no país.
Os referidos títulos de telefonia móvel terrestre foram entregues pelo Instituto Angolano das Telecomunicações (INACOM), às empresas de comunicações eléctricas Unitel, Movicel e Africell, esta última que efectuou, na quinta-feira passada a primeira chamada telefónica oficial, em Angola.
Na ocasião, o Presidente do Conselho de Administração do INACOM, Pascoal Ale Fernandes, disse que o 5G trará muitos benefícios, mas também desafios de implementação, daí ser fundamental haver maior cooperação e investimentos partilhados, para garantir o sucesso desta jornada.
"O quadro regulatório de partilha de infraestruturas de comunicações electrónicas é uma peça central neste capítulo", sublinhou.
Para si, é uma missão contínua, a de garantir que os operadores do mercado tenham um ambiente propício ao seu crescimento e competitividade e que os utilizadores consigam o máximo de benefícios, em termos de escolha de serviços, de preço e qualidade desses serviços.
“Para o consumidor, a tecnologia 5G vem possibilitar comutações mais rápidas e mais estáveis, com facilidade em descarregar conteúdos com recurso aos dados móveis em poucos segundos, ou assistir a streaming de alta-definição", explicou.
Segundo acrescentou, vem também dar a possibilidade de suportar maior densidade de equipamentos em simultâneo e, assim, aumentar na quantidade do serviço e abranger mais clientes por quilómetros quadrados.
De igual modo, disse ser um marco histórico para as telecomunicações no país por se tratar de uma das maiores alavancas de inclusão social pela via digital e por ser um sistema já testado pelos operadores no âmbito das mudanças que o mercado impõe.
“Este evento é a antecâmara de um ano em que se prevê boas coisas no sector das telecomunicações, e a Africell já está a funcionar com serviços de dados utilizados por alguns clientes singulares e colectivos, públicos e privados. E está para Janeiro ou Fevereiro o serviço de retalho para a grande população”, disse.
Para o administrador da Unitel para a Área Tecnológica, Amílcar Safeca, a atribuição da frequência 5G vai permitir que doravante a empresa desenvolva serviços que vão trazer outro tipo de acesso, particularmente à internet, mas com investimentos adicionais para dar resposta às áreas da telemedicina, automação, indústria, entre outros.
Já o Presidente do Conselho de Administração da Movicel, Adilson Santos, entende que estás atribuições vão permitir a empresa trazer para o país aplicações e soluções em 5G, sendo que algumas das condições já estavam criadas e a aguardar pela frequência para que este serviço chegue ao consumidor final.
Quanto a queixas por parte dos usuários, disse serem a motivação para continuarem a trabalhar e que só com estas informações a empresa perceberá que não está em condições e deve melhorar para a satisfação dos clientes.