Luanda - A III edição da NewSpace Africa (Conferência Espacial de África de 2024) entra, esta quarta-feira, em Luanda, no seu segundo dia de trabalhos com várias intervenções em painéis consagrados ao tema das actualizações sobre as actividades das agências espaciais africanas, entre outros.
O evento, que reúne representantes das maiores agências espaciais do mundo, para abordar o papel da tecnologia do espaço no combate à pobreza, no continente africano, vai decorrer até sexta-feira (05), no Centro de Convenções do Talatona.
Trata-se de uma “enorme exposição” de 28 organizações proeminentes da indústria espacial global e 24 outras empresas que vão expor as suas soluções e serviços aos mais de 400 delegados à conferência.
O primeiro dia do certame foi marcado, segunda-feira, pelo anúncio do ministro angolano das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário de Oliveira, do projecto de construção, em Angola, de um satélite de meteorologia para reforçar a monitorização do tempo e do clima no território nacional.
Durante a sua intervenção no painel ministerial da Conferência, o governante afirmou que o país pretende dispor de um satélite de observação da terra, tendo em conta a extensão do território nacional.
“Temos na forja a concessão de um satélite de meteorologia, mas depois vamos passar para o satélite de observação da terra, porque o nosso país é extenso e tem um grande potencial de recursos naturais, com destaque para o petróleo, a agricultura e o ambiente”, destacou.
Para esse desafio, o ministro considerou importante a colaboração da academia, que deve desempenhar um papel crucial para alcançar as metas preconizadas, que passam pela concessão do satélite de observação e de meteorologia
A conferência conta com a presença de expositores das principais agências espaciais do mundo, com destaque para a americana NASA, as europeias ESA e Airbus, a chinesa CAST, a sul-africana SANSA e a queniana KSA, entre outras.
O certame é organizado pela Space in Africa em parceria com a União Africana (UA) e o Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN) do Ministério angolano das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS).
Os expositores vão apresentar os seus mais recentes avanços, partilhar conhecimentos, trocar ideias e explorar tendências e inovações emergentes na indústria espacial.
Vão participar em discussões sobre as suas oportunidades e desafios, identificar formas de colaborar e impulsionar a inovação em África e moldar colectivamente o futuro da exploração espacial, referem os organizadores do evento.
"O papel do espaço na redução do fosso da pobreza em África” é o tema principal do certame, descrito como o maior evento espacial do continente, sendo esta a primeira vez que se realiza num país da África Austral.
Pretende-se com esta iniciativa destacar o potencial transformador das iniciativas espaciais na abordagem das disparidades socioeconómicas, no continente, bem como examinar a melhor forma de tirar partido da tecnologia espacial, para revolucionar sectores como a agricultura, a saúde, o ambiente, a segurança e as infra-estruturas.
Os mais de 400 delegados presentes terão a oportunidade de explorar o impacto potencial dos quadros de cooperação entre as partes interessadas para alcançar objectivos comuns na indústria e no continente e as soluções espaciais inovadoras para resolver as desigualdades sociais, em África, segundo os organizadores.IZ