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Ministro reitera lançamento do “Angosat-2” em 2022

     Tecnologia              
  • Luanda • Quarta, 24 Novembro de 2021 | 14h16
Ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Manuel Homem
Ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Manuel Homem
Braúlio Pedro

Luanda – O satélite angolano de telecomunicações geoestacionário (Angosat-2), em construção pela AirBus Defence and Space, pode estar em órbita no segundo trimestre de 2022, reiterou, hoje, o ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Manuel Homem.

Em entrevista à agência Russa “RIA Novosti”, na Federação Russa, publicada esta quarta-feira (24), o governante angolano referiu ser importante para Angola que o satélite Angosat-2 seja lançado em 2022, desde que não haja qualquer impedimento.

“O primeiro semestre de 2022 deve ser decisivo para a implantação do projecto. Muito será demonstrado pelo trabalho em curso neste momento, pois espera-se que nenhuma outra circunstância impeça o cumprimento dos prazos” augurou o o titular o sector das Telecomunicações e Tecnologias de Informação.

Apesar da intenção do governo angolano em criar um satélite, argumentou o interlocutor, geralmente encontra-se alguns desafios e problemas, sendo que durante a construção do satélite, são usados componentes produzidos na Rússia e outros adquiridos fora da Federação Russa.

“Ao avaliar-se um projecto temporariamente, é necessário antecipar certas circunstâncias que fogem do nosso controle, tal como a pandemia da Covid-19, que fez com que os especialistas angolanos não pudessem se deslocar livremente à Rússia e vice-versa, além de haver países terceiros envolvidos na criação do satélite”, concluiu.

Na ocasião, Manuel Homem salientou que o governo angolano acredita no sucesso do projecto, consciente da possibilidade de alguns problemas na parte de engenharia, por nunca poderem ser descartados, entre outros imprevisíveis.

Operadores celulares russos em Angola

Quanto a esse assunto, explicou existirem perspectivas de entrada dos operadores celulares russos no mercado angolano, sim, e que tem havido anúncios em Angola sobre concursos públicos para participação em diversos projectos.

“Em particular, a Angola Telecom anunciou a abertura de um concurso, podendo participar empresas russas, como quaisquer outras empresas. Quem oferecer as melhores condições, ganha as licitações. Bem, se falamos de nossa cooperação no campo das telecomunicações, então ela também tem sua própria história”, frisou.

Manuel Homem recordou que “muito na infra-estrutura de Angola no domínio das comunicações, as telecomunicações foram criadas com a ajuda da Rússia”, pelo que afirma que essa cooperação é possível - sim.

Acrescentou que como estrutura estatal, o ministério não pode saber em detalhes o que está acontecendo entre os empresários privados, mas que existem alguns contactos, declarações de algumas empresas russas que estão a negociar com empresas angolanas no domínio das tecnologias de comunicação e telecomunicações.

Angosat-2

O Angosat-2 está feito acima dos 60 por cento, tem algumas inovações e correcções dos erros cometidos no Angosat-1, nomeadamente uma transmissão sete vezes mais do que o primeiro aparelho, que tinha 16 “transponders” (retransmissores) na Banda C e seis na Banda KU.

O Angosat-2 terá ainda seis “transponders” na Banda C, 24 na Banda KU e, como novidade, será acrescentado um retransmissor na Banda KA.

Com o peso total de duas toneladas, o Angosat-2 será ainda um satélite de Alta Taxa de Transmissão (HTS) e disponibilizará 13 gigabytes em cada região iluminada (zonas de alcance do sinal do satélite). O satélite será baseado na plataforma Eurostar-3000 e o tempo de vida útil será de 15 anos.

A construção deste novo satélite não trouxe custo para o Estado angolano, pelo facto de o contrato de mais de 300 milhões de dólares, rubricado com a parte russa, para construção do Angosat-1, ter acautelado os interesses de Angola, em caso de desaparecimento ou destruição do satélite.

O Angosat-1 foi um satélite de comunicação construído pela empresa russa RSC Energia que seria operado pela Infrasat.

O satélite foi baseado na plataforma USP Bus e seu tempo de vida útil era de 15 anos. O contrato foi assinado pelas partes russas e angolanas no ano de 2009. Nos anos seguintes, ambas partes realizaram um trabalho conjunto para organizar o financiamento do projecto, que tornou possível proceder à sua aplicação prática em 2012.

O satélite Angosat-1 foi lançado com sucesso ao espaço no dia 26 de Dezembro de 2017, às 19:00 UTC, por meio de um veículo Zenit-3F/Fregat-SB, a partir do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão. Na sequência, houve uma perda primária de contacto tão logo o satélite entrou em órbita.

As comunicações foram recuperadas e logo perdidas novamente até à presente data.





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