Luanda – O ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Manuel Homem, apontou, hoje (terça-feira), a necessidade da implementação de um programa de literacia digital, para fazer face ao acentuado crescimento de crimes científicos.
Dados disponíveis indicam que o país regista, em média mensal, um mínimo de mil infracções cibernéticas, com destaque para clonagem de cartões de crédito, transferências ilícitas via internet banking, venda simulada de produtos via Internet, espionagem e incitamento à violência.
Consta ainda das transgressões o acesso ilegítimo a programas, sabotagem e falsidade informáticas, inutilização do sistema informático, ameaças virtuais, fraude de computadores e programa espião.
O sector da banca totaliza 6,9 por cento dos ataques, enquanto os telemóveis suportaram 34,9 por cento, devido à inobservância de medidas de segurança por parte dos usuários.
Os dados dão conta que Angola é o segundo país que mais ataques cibernéticos registou no continente africano, de uma lista liderada pela Nigéria.
Segundo o ministro, que falava na abertura da webinar sobre crimes informáticos à luz no novo Código Penal, há, igualmente, necessidade de a difamação, por via das novas tecnologias, ser considerada um ilícito para que se possa regular o uso das novas tecnologias.
"O governo aposta na criação contínua de condições técnicas que permitam o país a estar cada vez mais preparado para enfrentar os desafios digitais e trazer garantias e confiança para os cidadãos e empresas", reforçou.
Manuel Homem acrescentou que as tecnologias de informação em Angola têm crescido, tendo em conta a aposta do Governo nos últimos anos.
O ministro informou que o país conta com mais de seis milhões de utilizadores de Internet.
“Naturalmente, hoje, com o investimento do Executivo nas novas tecnologias, regista-se o alargamento da base para que os cidadãos tenham, cada vez mais, acesso e que se crie novos hábitos que proporcionem comportamentos muitas vezes inadequados.
Na óptica do ministro, é necessário criar e regular um paradigma orientador para a convivência pacífica e construtiva na utilização das novas tecnologias.