Luanda - Mais de 300 estudantes e professores de diversas instituições de ensino do país foram formados em tecnologia espacial, em cinco anos, informou, esta terça-feira, o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira.
Segundo o governante, que falava na abertura da Semana Mundial do Espaço, no mesmo período mais de 20 instituições de ensino primário e de mais de 30 instituições do ensino médio e superior participaram, igualmente, nas acções de formação sob responsabilidade do Gabinete de Gestão de Programa Espacial Nacional (GGPEN).
No período em causa, o GGPEN apadrinhou também a criação e lançamento do pequeno satélite angolano CANSAT.
O CANSAT é uma representação de um satélite real, em miniatura, com pouca massa e geralmente, abaixo de 300gr. O desafio para os alunos é encaixar todos os principais subsistemas encontrados em um satélite, como energia, sensores e sistema de comunicação, nesse volume mínimo.
Durante o referido período foi ainda possível criar uma rede de coordenadores locais e organizadores para a celebração da data, a promoção do género, com a participação activa de mulheres em temas ligados ao espaço, bem como formação e capacitação, transferência do conhecimento da área espacial nas diferentes esferas académicas.
Para o ministro Mário Oliveira, a participação nas actividades da semana do espaço tem contribuído para promover e acelerar a implementação dos cinco pilares da estratégia espacial nacional que são: desenvolvimento de uma infra-estrutura espacial, capacitação e promoção do sector espacial, crescimento da indústria e tecnologias espaciais, afirmação internacional de Angola no domínio espacial e a criação de estruturas.
Mário Oliveira destacou o trabalho desenvolvido pelo GGPEN, que implementa o programa de observação da terra, utilizando imagens de satélite para monitoramento de derrames de petróleo e navios, produtividade agrícola em todo o país e de projectos de reordenamento do território.
Acrescentou que Angola está posicionada entre os oito países do continente que mais avanços fizeram no sector espacial, justificado pela sua admissão, em finais de 2021, como membro do Comité para a Utilização Pacifica do Espaço Ultraterrestre das Nações Unidas ( COPUOS).
Mário Oliveira destacou ainda a vinda a Angola do jovem africano promissor Tensae Ali, um dos vencedores do prémio Top 10 abaixo dos 30 anos da indústria espacial africana que vem partilhar a sua experiencia.
De 24 anos de idade, Tensae Ali disse acompanhar o que Angola tem feito, com destaque para o investimento e capacitação dos recursos humanos e em infra-estruturas, destacando o lançamento do AngoSat2 nos próximos dias como um grande feito para o país.
O jovem disse sentir-se expectante em participar da semana Mundial do Espaço em Angola e que irá compartilhar a sua experiencia com jovens que apostam na tecnologia espacial
Angola comemora, pelo quinto ano consecutivo, a Semana Mundial do Espaço, uma data estabelecida pelas Nações Unidas para celebrar o contributo da ciência e da tecnologia espacial para o melhoramento da condição humana.
O programa inclui várias actividades, com a colaboração de parceiros como o Instituto de Telecomunicações (ITEL), o Instituto Superior Politécnico e Tecnologias e Ciências (ISPTEC) e o INFRASAT.
Desde a sua criação, o GGPEN tem desenvolvido produtos e serviços alinhados ao desenvolvimento sustentável propostos na Agenda 2030 da ONU utilizando imagens de satélites para monitorização de activos.
