Internet em banda larga gratuita atinge 13 mil usuários em Angola

     Tecnologia           
  • Luanda     Sábado, 27 Novembro De 2021    00h05  
Torres de telecomunicação ( Foto ilustração)
Torres de telecomunicação ( Foto ilustração)
Divulgação

Luanda – Pelo menos 13 mil angolanos, de nove das 18 províncias do país, têm acesso diário livre e gratuito à internet, através dos pontos de distribuição deste serviço – o “Angola on-line”, considerado hoje pelas Nações Unidas como uma necessidade básica dos cidadãos, tendo em conta que o acesso a informação é um direito fundamental.

No país existem já instalados 111 pontos de distribuição de internet, “espalhados” pelas províncias do Bengo, Benguela, Bié, Cuanza Sul, Cunene, Huambo, Huíla, Luanda e Namibe, facilitando o contacto directo com notícias e informações privilegiadas, actualizadas ou em tempo real, através de um click.

Com isso, o Executivo pretende contribuir, de forma significativa, para que a população destas localidades, sobretudo a comunidade estudantil, encontre condições favoráveis para trabalhos de pesquisa, uma vez que a informação constitui-se “arma poderosa para o desenvolvimento de uma nação”.

Nesta conformidade, o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MTTICS) projecta expandir os serviços às demais províncias do país, com a instalação de mais pontos, principalmente nas escolas, universidades e locais de acesso público.   

Esta estratégia, tem como pano de fundo, melhorar o acesso dos cidadãos nacionais à internet, cujos indicadores apontam para números muito baixos, em Angola, com sete milhões de usuários dos serviços fixos e perto de 15 milhões para os móveis, num universo de cerca de 32 milhões de habitantes.

O país está, igualmente, a trabalhar na melhoria dos cabos submarinos, da rede da fibra óptica e de micro-ondas, além de concluir, com a República da Rússia, a construção do Angosat-2, cujo plano contempla, a formação de quadros nacionais no domínio da indústria espacial.

Baixa taxa de penetração de internet  

Face aos dados apresentados, o Executivo esmera-se para aumentar substancialmente o número de subscritores de internet em todo o território nacional, segundo projecções do Instituto Nacional de Estatística (INE). À semelhança do mundo, em Angola, perto de 23 em cada 100 habitantes tem acesso ou faz uso desta ferramenta.   

A procura pelos serviços de internet no país abriu um mercado apetecível e disputado por vários provedores, sendo que, nesta praça, concorrem, entre outros, a Angola Cable, Angola Telecom, Infrasat, Unitel, Movicel, NetOne, ITA, TS2, Quantis, Business com Network, Tikona Digital Networks, TVCabo e ZAP.  

Em relação aos preços, os provedores praticam taxas diversas. A TVCabo, por exemplo, oferece planos mensais de internet “residencial” com taxas que vão de Kz 12.450 (1Mb) a Kz 91.150 (20 Gb). Já a Angola Telecom, primeiro operador do mercado, tem pacotes para falar e navegar desde Kz 10.260 a 36.786 kwanzas.  

Na opinião dos utentes, e segundos estudos comparados, a Movicel e a sua principal concorrente na telefonia móvel, a Unitel, têm preços díspares para serviços de internet. A primeira, através dos pacotes Movinet, apresenta soluções de Net que vão de Kz 100 (100 Mb), para um dia, a Kz 18.000 (15 Gb) para 30 dias.  

Já a segunda tem o plano Net ao dia, sendo que o mais barato custa Kz 200 e dá direito a 200 megabites. O mais alto é o plano Net 30 Gb comercializado a Kz 35.000.  

Tipos de internet  

Angola dispõe de internet providenciada por fibra óptica, satélite e a cabo. Nesta altura, há uma estratégia para se aumentar a capacidade da banda larga, continuando-se a desenvolver infra-estruturas do sector e a construir-se a rede nacional, com cinco milhões 767 quilómetros de fibra, e reparar-se um milhão e 553 quilómetros de cabos.

Deste modo, a rede de fibra óptica estará interligada com a infra-estrutura de micro-ondas e, para tal, serão erguidos, numa extensão de 3.211 quilómetros, 113 sites.  

A velocidade média de banda larga em Angola registou melhorias consideráveis nos últimos anos, tendo passado de 1.05 Mbps, em 2017, para 4.15 Mbps, o que levaria em média 2 horas e 44 minutos para efectuar o download de um filme de 5 GB.  

Os dados constam de uma pesquisa de 2020 projectada pela Cable.co.uk em colaboração com o projecto M-Lab, que analisou a velocidade média de banda larga do mundo, tendo como variáveis a velocidade média de download e o tempo médio que se levaria num determinado país para efectuar um download.

O referido estudo descobriu que a velocidade média de download a nível global é de 24,84 megabits por segundo (Mbps).  

As projecções do relatório, que analisou cerca de 221 países, indicam que Angola ocupa a posição 171 em termos de velocidade média de banda larga do mundo, por levar em média 2 horas e 44 minutos para efectuar o download de um filme de 5 GB.  

O documento diz que a melhor posição do continente africano é ocupada pelo Madagáscar (posição 77ª a nível global e 1ª em África), com uma média de 18 Mbps, levando cerca de 37 minutos para efectuar o download de um filme de 5 GB. A segunda posição é ocupada pela África do Sul, com uma média de 14.4 Mbps

Custos da internet na Região Austral e Data Centers   

Num estudo sobre empreendedorismo digital em África, da União Africana (UA) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Angola ocupa a 3ª posição dos países com custos de acesso à internet mais caro na África Austral, demonstrando que a SADC está a testemunhar uma transformação digital em alta velocidade.

Essa realidade regista-se em países como o Botswana, Eswatini, Lesotho, Namíbia e a África do Sul, que está a liderar a transformação digital.

Entretanto, ao reduzir as altas taxas de desemprego, com barreiras actuais em infra-estruturas, habilidades e acessibilidade, tendem a aumentar a exclusão digital, sendo que os 40 por cento dos mais ricos da população têm duas vezes mais possibilidades de ter acesso à internet.  

A pesquisa indica que Angola ocupa a 10ª posição, numa lista de 12 países com a internet mais barata a nível da Comunidade dos Países da África Austral.

Embora a região conte com 25 grandes Data Centers (dos quais 21 deles estão implantados na África do Sul, três em Angola e um no Zimbabwe), Angola, Malawi, Moçambique, Zâmbia e Zimbabwe, permanecem nas fases iniciais da digitalização, com mais de 25% da população a ter acesso à internet.  

Os dados apontam que cerca de 14,60 milhões de angolanos têm um telefone com capacidade para aceder à internet, subida percentual de 46% comparando com o ano anterior. Avança, igualmente, que o país tem cerca 2,20  milhões de usuários activos nas redes sociais, gastando em média 3 horas e 43 minutos na internet/dia.  

A análise concluiu que cerca de 55 por cento dos usuários acedem à internet por via dos aparelhos móveis, enquanto computadores portáteis e de mesa correspondem a 43,3% de usuário, significando que um número bastante reduzido dos usuários acede por via Tablet, correspondendo apenas a 1,7 por cento dos usuários.  

Usuários/internautas em Angola  

O país conta com seis milhões 857 mil e 62 indivíduos que fazem o uso do serviço de internet. Já o nível da rede fixa de telefonia tem uma taxa de teledensidade de 0, 41% da população nacional.

Para dar cobro ao tráfego destes usuários no país, foram já instalados 22 mil quilómetros de fibras ópticas, permitindo as capitais das 18 províncias do país estarem cobertas por sinal de telecomunicações, devido ao empenho das empresas públicas e privadas do sector.   

Na verdade, a visão estratégica do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (Minttics) para o país é continuar a desenvolver infra-estruturas de telecomunicações e comunicação, para ajudar a promover a boa governação, reforma do Estado e modernização da administração pública.   

Para efeito, o Minttics está a implementar acções no sentido de atender as necessidades da população e não deixar ninguém de fora no campo do serviço da comunicação electrónica. Para isso, pretende, também, massificar e tornar mais robusta a banda larga.   

O objectivo é fazer com que toda a população possa beneficiar das vantagens das telecomunicações electrónicas, mesmo àquelas pessoas que vivem nas zonas mais recônditas do país.

Segundo o titular do sector, Manuel Homem, para aumentar a capacidade da banda larga no país, prevê-se continuar a desenvolver as infra-estruturas necessárias, construir a rede nacional com cinco milhões 767 quilómetros de fibra e reparar um milhão 553 quilómetro de cabos.

Aliás, essas medidas constam do “Livro Branco” do sector das Telecomunicações, um documento criado pelo Governo, onde estão as acções e políticas para o período 2019/2022.

Alcance da internet

Dados do Instituto Angolano das Comunicações (INACOM), referentes ao ano 2018, indicam que até àquele ano, a internet chegava a menos de um terço dos telemóveis angolanos, sendo que dos 13 milhões de utilizadores de telemóvel do país, apenas quatro milhões tinha acesso à internet, uma realidade quase inalterável.

As autoridades nacionais admitem haver uma taxa elevada de cobertura, apesar de não ainda a desejada. Nesta altura, está em curso um projecto de implementação da Estratégia Nacional de Banda Larga, cujo objectivo é fazer chegar a cobertura de banda larga a 80% da população até 2025.

Portanto, o programa “Angola Online”, promovido pelo CNTI (Centro Nacional de Tecnologias de Informação) tem estado a fomentar a inclusão digital, oferecendo acesso gratuito à internet para os habitantes da província de Luanda e as restantes 17 do país, através da disponibilização de internet Wi-Fi gratuita.

 

 

 





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