Luanda – O Satélite angolano, ANGOSAT-2, lançado na quarta-feira última (dia 12), em Baikonur, Cazaquistão, já abriu as antenas, enviando sinais à terra de que está posicionado na órbita apropriada, assegurou, na sexta-feira, em Luanda, o embaixador da Rússia em Angola, Vladimir Tararov.
Em declarações à imprensa, à margem da audiência concedida pela vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, o diplomata sublinhou que os sinais enviados ao solo indicam que todos os componentes estão em pleno funcionamento, facto que reforça o sucesso do Satélite angolano.
“Os sinais enviados demonstram que o aparelho está posicionado na órbita habitual, garantindo o sucesso do seu lançamento”, reforçou.
Com duas toneladas e uma alta capacidade de transferência de informação, o ANGOSAT-2 percorreu 36 mil quilómetros da superfície terrestre até à órbita geoestacionária, onde ficará na posição 23E do espaço.
Tem 15 anos de tempo de vida útil, contando com seis “transponders” na Banda C, 24 na Banda KU e, como novidade, um retransmissor na Banda KA
Trata-se de um satélite de Alta Taxa de Transmissão (HTS), preparado para disponibilizar 13 gigabytes em cada região iluminada (zonas de alcance do sinal do satélite). O mesmo será baseado na plataforma Eurostar-3000
O satélite vai cobrir o continente africano, com maior ênfase para a região sul, e parte significativa do sul da Europa
Este satélite começou a ser construído a 28 de Abril de 2018, nas instalações da Airbus, em França, onde foi instalada toda a carga útil do satélite, todos os componentes que estão a permitir o seu funcionamento
A estrutura foi depois transferida para a fábrica da ISS Reshetnev, na cidade “fechada” de Zheleznogorsk, próximo de Krasnoyarsk, na região da Sibéria, onde foi produzida a carcaça e instalado o mecanismo de arranque. Seguiu-se a transferência para o local de lançamento, na estação aeroespacial de Baikonur, no Cazaquistão
O ANGOSAT-2 surgiu com a missão de substituir o ANGOSAT-1, o primeiro satélite angolano que foi lançado em órbita a 26 de Dezembro de 2017, mas desde então enfrentou problemas.
Após o lançamento, houve uma perda primária de contacto devido a uma falha no subsistema de alimentação do satélite logo após este entrar em órbita, embora as comunicações tenham sido recuperadas, houve problemas na fonte de alimentação do satélite.
Quanto ao seu investimento, o Estado angolano investiu cerca de 320 milhões de dólares.
O contrato previa, no caso da impossibilidade de se colocar em órbita o ANGOSAT-1, a obrigação de a outra parte repor os serviços.