Luanda – Os países africanos contribuíram com 425 milhões de dólares norte-americanos para financiar actividades espaciais, em 2023, numa altura que se prevê um crescimento da economia espacial global de cerca de 41%, nos próximos cinco anos.
Segundo dados da empresa de media “Space in Africa”, que se dedica à análise e consultoria na indústria africana de espaço e satélite, em 2022, a economia espacial global cresceu cerca de 8%, alcançando os 546 mil milhões de dólares.
Com isso, estima-se que esse crescimento atinja a cifra de 1,1 trilião de dólares até 2030.
A propósito, o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, ao discursar no encerramento da Semana Mundial do Espaço, disse que as actividades utilizadoras de infra-estruturas espaciais são cada vez maiores, quer na esfera económica, quer na social dos países.
Mário Oliveira considerou que, actualmente, a ciência espacial e a sua aplicabilidade está bastante diversificada, podendo ser vista como um verdadeiro ecossistema de inovação, negócios e empreendedorismo.
Nessa óptica, o governante lembrou que, durante a semana dedicada ao espaço, Angola promoveu palestras e sessões de empreendedorismo, com a apresentação de projectos que utilizam tecnologia espacial voltados para startup, pequenas e médias empresas.
Esses operadores, prosseguiu, irão dinamizar o sector das Telecomunicações e Tecnologias de Informação no país, com recurso a serviços prestados por pequenos provedores de internet, sendo possível a prestação de uma variada gama de produtos e serviços.
Segundo Mário Oliveira, os avanços com o Angosat-2, que possui altas taxas de transmissão de dados na ordem dos mais de 13 Gbps de largura de banda disponível, também foram referenciados ao longo da semana.
Mário Oliveira lembrou que, após mais de seis meses de testes de funcionamento e de serviços, o satélite angolano encontra-se em fase comercial e está a ser amplamente utilizado para prestação de serviços de telecomunicações aos operadores nacionais, assim como a empresas de outros sectores da economia nacional como os sectores dos petróleos e dos diamantes.
O acto de encerramento da Semana Mundial do Espaço ficou marcado com o lançamento do “PEN-ODS”, uma ferramenta tecnológica que visa contribuir no monitoramento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com recurso ao Programa Espacial Nacional.
Conforme o ministro, no programa da Semana Mundial do Espaço/2023, Angola incluiu palestras e seminários com prelectores nacionais e das principais agências espaciais, como a NASA, ROSCOSMOS e ESA-Agência Espacial Europeia, além de startup de diferentes países, a fim de apresentar, igualmente, as diversas formas de empreender no sector espacial.
Nesta semana, destacou a concretização de três dos cinco eixos da Estratégia Espacial Nacional: Capacitação e promoção do sector espacial, crescimento da indústria e tecnologias espaciais e afirmação internacional do Estado angolano no domínio espacial.
Sob o lema “O espaço e o empreendedorismo”, a Semana Mundial do Espaço, cuja Angola celebra pelo sexto ano consecutivo, ficou marcada com a realização de diversas actividades alinhadas com o eixo 2 da Estratégia Espacial Nacional: “Capacitação e Promoção”, com destaque para os feitos do país no sector espacial para se alcançar os ODS.
De 04 a 10 de Outubro comemora-se internacionalmente a Semana Mundial do Espaço (SME ou WSW, da sigla em inglês), uma data estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objectivo de celebrar o contributo da ciência e da tecnologia espacial para o melhoramento da condição humana.
Neste ano, a SME coincide com a aproximação do dia 12 de Outubro, data do primeiro aniversário do lançamento do Satélite Angolano. QCB/AC