Luanda – A Vice-Presidente da República de Angola, Esperança da Costa, afirmou, esta quinta-feira, em Luanda, que a paz e a democracia representam bens inalienáveis e impenhoráveis do povo, sendo a sua defesa um desafio para todas as mulheres.
Esperança Costa, que intervinha na abertura do I Fórum Internacional da Mulher para Paz e Democracia, referiu que o desafio para as mulheres deve ser “em cada lugar e em todos os tempos, sem os quais não se pode promover os direitos fundamentais, inerentes à pessoa humana, os valores do desenvolvimento e da prosperidade”.
Entende que o papel da mulher deve ser destacado em todos os domínios, nomeadamente na política, na economia, na ciência e inovação, na música, na cultura e no desporto, merecendo especial atenção a camada feminina no meio rural, a luta contra a gravidez precoce, a promoção da escolarização e o combate à pobreza, conforme os compromissos internacionais assumidos pelos Estados e Governos.
Esperança Costa recordou que o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou, por unanimidade, a 31 de Outubro de 2000, a Resolução n.º1325, que reafirma a importância da participação das mulheres e da inclusão, na perspectiva do género, nas negociações da paz, nos planos humanitários, nas operações de manutenção da paz, da governação e na construção da paz, pós-conflito.
“Como Estado-membro, Angola tem promovido a igualdade de direitos e de oportunidades, bem como a implementação do Plano Nacional de Acção para a Implementação da Resolução 1325 (2000) sobre as Mulheres, Paz e Segurança. Angola atingiu a igualdade de género em mais de 40% de mulheres na vida política e na liderança”, asseverou.
Esperança Costa, recorrendo ao discurso de investidura, a 15 de Setembro de 2022, do Presidente da República, João Lourenço, citou a seguinte afirmação: “Honraremos o compromisso de continuar a lutar pela igualdade do género, pela igualdade de oportunidades e promoção da mulher para os mais altos cargos de direcção e chefia no aparelho do Estado, nos cargos públicos e de liderança em diferentes sectores da sociedade angolana”.
A Vice-Presidente da República expressou que em todas as esferas, a mulher assume, cada vez mais, uma nova postura, um novo paradigma, independentemente da geografia e do campo de actuação, sendo que o seu multifacetado papel deixou de limitar-se à administração do lar, da educação e cuidado dos filhos.
“Hoje, o seu papel passa também pela liderança de iniciativas na educação, na pesquisa, na tecnologia, na inovação e no desenvolvimento sócioecónomico. Esse é o retrato da nova mulher, que se lança às oportunidades e revoluciona o empoderamento, a maternidade, a família e o voluntariado, nesta sociedade em plena transformação”, salientou.
Assim, apontou que é necessário continuar a superar as barreiras e condicionalismos socioculturais, estereótipos e preconceito, pois, remover estas barreiras é tornar a mulher protagonista e agente das transformações da época.
Sublinhou que os actuais desafios da humanidade exigem um olhar mais atento à formação e à especialização da mulher, sendo urgente reforçar a sua capacitação, particularmente, na alfabetização, no acesso equitativo à educação de qualidade, no ensino técnico e profissional, em alinhamento com o 4º Objectivo de Desenvolvimento Sustentável.
Figuras importantes como a ex-Presidente da Libéria, Ellen Johnson, ex-Vice-Presidente da Costa Rica, Epsy Cambell Barr, representantes das Nações Unidas e diplomatas vão apresentar os cinco painéis temáticos em abordagem no evento que decorre até sexta-feira.
“Os desafios da globalização no processo de empoderamento do género”, “Inovação Tecnológica e educação para o alcance da igualdade do género”, “A formalização como mecanismo de inclusão social e financeira”, “Desafios da segurança alimentar e alterações climáticas no continente africano” e o “Papel da mulher na consolidação da paz e preservação de conflitos”, são os assuntos agendados para debate no encontro internacional.
O fórum, que decorre sob o lema: a inovação tecnológica como ferramenta para o alcance da segurança alimentar e combate à seca no continente Africano, tem como público-alvo mulheres líderes de organizações regionais africanas, de países membros, chefes de governo e membros da CPLP, da Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico (OEACP), representantes de missões diplomáticas, de empresas públicas e privadas, entre outros. AC/ART/VM