Andulo - A vice-governadora para a área política, social e económica do Bié, Alcida Camatele Sandumbo, solicitou hoje, no município do Andulo, a necessidade de se alargar o Kwenda para todos os municípios da província, visando promover o desenvolvimento sustentável das famílias ainda em situação de vulnerabilidade.
A responsável discursava no acto de abertura das primeiras jornadas de reflexão sobre o desenvolvimento local, promovidas pelo Instituto de Desenvolvimento Local (FAS).
De acordo com Alcida Sandumbo, a ideia é continuar a trabalhar para impactar a vida de mais famílias, através das componentes das Transferências Sociais Monetárias, Inclusão Produtiva e Municipalização da Acção Social.
O Bié afigura-se na oitava província mais extensa do país, deste modo, revelou ter actualmente um nível de pobreza acentuada em 78 por cento, de acordo dados do INE, publicados em 2020.
Por isso, entende que o encontro de reflexão sobre o desenvolvimento local das comunidades poderá trazer novos caminhos e métodos de actuação de assistência social, quer para o país quer para a província do Bié, de modo particular.
Além do Kwenda, concorrem também para o desenvolvimento das famílias no Bié outros programas, como o Plano Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza (PIDLCP), composto por oito eixos de actuação, nomeadamente a construção de escolas, postos de saúde, merenda escolar, preparação de terras, distribuição de insumos agrícolas entre outros.
Com 70.314 quilómetros quadrados, vivem na província do Bié perto de dois milhões de habitantes, distribuídos em nove municípios e 32 comunas.
FAS procura no Andulo novas linhas de actuação
O director-geral do Instituto de Desenvolvimento Local (FAS), Belarmino Jelembi, disse que o encontro visou procurar novas linhas de actuação, a julgar pelas actuais necessidades das comunidades em Angola.
Desta feita, disse que o encontro abordou aspectos ligados a intervenção do FAS em todo o território nacional, marcada fortemente pela implantação do Kwenda, que visa o fortalecimento da protecção social, com várias componentes.
Informou que no Bié, por exemplo, o Kwenda cadastrou, até ao momento, mais de 195 mil famílias dos municípios do Cuemba, Camacupa, Chitembo, Cunhinga, Nharea e Andulo, este último com maior volume de agregados, fixado em 151 mil.
Ao todo, 163 mil famílias já beneficiam dos pagamentos com as diversas recorrências.
Realidade do Kwenda no Centro e Sul de Angola
Participam no encontro responsáveis dos departamentos do FAS das províncias do Huambo, Benguela, Cuando Cubango, Cuanza Sul, Huila e Cunene, que procuram, igualmente, colher experiências, sobretudo na componente da inclusão produtiva.
Na província do Cuanza Sul, segundo a directora local do FAS, Carolina Aguiar, está no Andulo para colher experiências para nos próximos dias implementar esta componente, uma vez que o Andulo já deu passos significativos.
“Estamos ainda num processo embrionário, onde formamos já o grupo de protectores locais, para a abertura das caixas comunitárias de crédito e criação de animais de pequeno porte”, avançou.
A nível do Kwenda, referiu que o Cuanza Sul cadastrou, até agora, 180 mil agregados de sete municípios, dos 12 existentes, designadamente Celes, Ebo, Quilenda, Mussende, Cassongue, Quibala e Conda.
Destes, 100 mil agregados já beneficiam dos valores.
Já no Cunene, o director do FAS local, Benvindo Chilunda, disse a população local se dedica fortemente na criação de animais de pequeno porte.
Mostrou-se expectante com a experiência que colheu no Bié, o que certamente poderá implementar o mais rápido possível, mormente a componente da caixa comunitária de crédito.
Nesta província estão cadastradas mais de 93 mil famílias, destes 63 mil já beneficiam do dinheiro até na quinta recorrência, cujos valores rondam os mais de quatro mil milhões de Kwanzas.
O Cuando Cubango cadastrou já cerca de 23 mil famílias nos municípios do Cuito Cuanavale, Cuchi e Rivungo. Outros 15 mil agregados, aguardam pelo cadastramento nos próximos dias nos municípios de Calai, Dirico e Cuangar. LB/PLB