Caimbambo – A vice-governadora para o sector Político, Social e Económico da província de Benguela, Lídia Amaro, destacou, este sábado, a importância da circulação das carruagens clínicas do Projecto Tata Uhayele, na promoção e prevenção da saúde nas comunidades recônditas.
A governante, que participou do acto de abertura das primeiras consultas médicas nas duas carruagens clínicas, paradas na estação de Calenguer, comuna do Wiyangombe, município de Caimbambo, lembrou que a prevenção da saúde tem sido um dos principais desafios do Governo.
O Projecto Tata Uhayele, ora lançado pela Fundação Ngana Zenza para o Desenvolvimento Comunitário- FDC, acredita Lídia Amaro, vai permitir alargar o sistema de saúde e prestar maior e melhor assistência médica e medicamentosa à população nas áreas abrangidas.
Por isso, a vice-governadora agradeceu o gesto da Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço, por ter privilegiado a província de Benguela com o lançamento do projecto “Cuide da Sua Saúde”, na tradução do Umbundo para o português.
Também ressalta que a iniciativa vai trazer uma componente importante: a sensibilização da população para que cuide dos bens públicos, valorizando e preservando mais os comboios.
“É um projecto que vai dar impulso ao Corredor do Lobito e enquanto Governo estamos aqui para apoiar que seja um sucesso”, expressou.
A adesão dos utentes, aponta ainda a vice-governadora, está boa pois o projecto foi bem concebido por atender às preocupações da população em termos de saúde.
E apelou às demais organizações para que sigam o exemplo da Fundação Ngana Zenza para o Desenvolvimento Comunitário de elaborar projectos de impacto na vida das comunidades, não só na área da saúde, como da assistência social e educação.
A formação para a humanização dos serviços de saúde é também ressaltado pela vice-governadora que sublinha quão importante é que os utentes também tenham educação para a saúde.
Por seu turno, o administrador municipal de Caimbambo, José Ferreira, afiança que as carruagens clínicas são mais um contributo significativo para prestar cuidados primários de saúde onde não há postos de saúde e técnicos.
Daí ter enaltecido a visão da Primeira-Dama em trazer os serviços médicos e medicamentosos mais próximos das populações que vivem ao longo do Caminho de Ferro de Benguela, com primazia para Caimbambo.
População satisfeita com carruagens clínicas
Avelino Miguel, residente na aldeia da Calenguer, não escondeu a sua satisfação logo que viu de longe uma composição parada na estação, com o único propósito de dar assistência médica a quem precisa.
Ele considera que a população da comuna do Wiyangombe, maioritariamente camponesa, está alegre com os serviços de saúde que fazem muita falta na aldeia, como oftalmologia e pediatria.
Manuela António, uma jovem que aguardava a sua vez na fila, queixou-se de que padecia de problemas de visão e por isso mal ouviu dizer do Projecto Tata Uhayele veio tentar uma consulta há muito adiada.
“Acho muito bom. Estão a fazer um lindo projecto porque ajuda as pessoas que não conseguem fazer uma consulta na cidade de Benguela”, observou.
Médicos em prontidão
Júlio Abreu, médico oftalmologista e muito solícito com os idosos, diz ser uma sensação única poder ir ao encontro da comunidade do Wiyangombe que não tem serviços de saúde de especialidade.
“Como médico, devemos ir ao encontro das comunidades para triagem e fazer diagnóstico”, explicou, contando ter diagnosticado três pacientes com cataratas que precisam de cirurgia no Centro Oftalmológico de Benguela, para evitar a cegueira.
A seu ver, é preciso continuar a trabalhar a favor das comunidades para prevenir doenças crónicas não transmissíveis, mas sempre primando pela humanização.
Já o técnico de análises clínicas Joaquim Tchingalule afirmou ser um privilégio fazer parte de um projecto inovador que leva saúde às comunidades carenciadas no interior da província de Benguela.
Enquanto isto, a médica pediatria Bernardete Paulo admite ser uma grande valia fazer parte do projecto e ajudar na assistência sanitária de quem não tem possibilidades de ir aos hospitais de referência, no litoral de Benguela.
“Estamos a interagir directamente com a população para melhorar as condições de saúde ali onde não há como o médico chegar”, acrescentou, avançando que boa parte dos pacientes avaliados apresentou febre, dor abdominal e tosse.
Atenção, amor e calor humano para com as crianças doentes é o que a médica promete, enquanto mede a temperatura corporal de uma criança que a observa atentamente.
O objectivo principal do Projecto Tata Uhayele, uma iniciativa da Fundação Ngana Zenza para o Desenvolvimento Comunitário- FDC, sob a égide da Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço, é prestar cuidados primários de saúde às comunidades vulneráveis ao longo do caminho-de-ferro de Benguela.
As duas carruagens clínicas estão equipadas com consultórios de pediatria, clínica geral, ginecologia-obstetrícia, oftalmologia, farmácia, laboratório de análises clínicas, área de triagem e esterilização. JH/CRB