Luanda - A venda ambulante desordenada em passeios e bermas ao longo da Avenida Fidel de Castro, nos municípios de Belas e Talatona, está a torna-se perigosa para a mobilidade de viaturas e peões.
O cenário tem maior incidência na zona do antigo controlo, nos dois sentidos, com ligação a Estrada Nacional (EN) 100.
Nesta zona, que liga os distritos urbanos do Morro dos Veados, Vila Verde (Belas) e do Benfica (Talatona), o comércio é feito em passeios e bermas da estrada, com realce ao fim do dia, apesar da presença da polícia.
A ANGOP constatou, durante uma ronda, que a luta pela sobrevivência obriga a esta prática com maior presença de mulheres, cientes do risco que podem correr, devido a movimentação de viaturas, por ser uma estrada rápida (via expressa).
Na zona com mais de dois mil metros, a venda desordenada na berma e passeio continua, sobretudo, a partir das 16 horas até ao período da noite.
Quem por ali passa a bordo de uma viatura enfrenta uma série de dificuldades, para transpor o engarrafamento provocado por esta prática comercial proibida.
A falta de empregos é o argumento apresentado pela população, que dia-a-dia procura a sua sobrevivência com o comércio ambulante.
"O Governo diz para as pessoas não venderem nas ruas, mas não há mercados, não há emprego, temos famílias para sustentar", reclamaram.
As vendedoras informaram que no final do dia é o período mais calmo para a realização das suas actividades comerciais e que aumentam a presença de clientes que procuram os serviços para as suas refeições nocturnas.
Alguns vendedores ambulantes reclamam da falta de espaços em alguns mercados, mas realçam que as vendas em locais indicados pelas administrações distritais, comunais e municipais não são rentáveis, razão pela qual preferem comercializar os produtos nas ruas.
Os vários mercados indicados pelas autoridades administrativas estão quase sem vendedores, tudo porque muitos destes comerciantes preferem vender nas ruas, em detrimento dos locais adequados.
Antunes da Costa, taxista na rota Girafa/Zango-3, disse não perceber as razões que levam os fiscais e a polícia a permitir que as "zungueiras" ocupam os passeios e berma da estrada.
Enquanto isso, a munícipe Manuela Quiala também mostrou-se inquieta com este procedimento, já que as pessoas que realizam a venda até em horas improprias.
‘’Às vezes há dificuldades de entrar com as viaturas no interior do bairro porque há entradas bloqueadas pelos vendedores", disse o morador Manuel Ferreira.
Carlos Gouveia, residente do Benfica, solicita o retorno da polícia na fiscalização do espaço, para que se repor a circulação normal de pessoas e viaturas.
Preocupado com a situação, o administrador de Belas, Miguel de Almeida, informou que será feita uma campanha com vista a retirada deste mercado ambulante para se evitar transtornos.
"À venda ambulante não é proibida na Lei, mas deve ser exercida com normas e disciplina, quanto que os passeios são para peões e à venda deve ser feita em locais apropriados com boas condições", sublinhou.
