Benguela – Utentes do Consulado Geral de Portugal em Benguela solicitam mais eficiência e celeridade no atendimento para obtenção de vistos, por razões de turismo, estudo, saúde ou visita familiar, apurou esta quarta-feira a ANGOP.
O Consulado Geral de Portugal em Benguela, cuja área de jurisdição compreende as províncias do Cuanza Sul, Huambo, Bié, Huíla, Cunene, Namibe e Cuando Cubango, é um dos poucos consulados de carreira no Sul de Angola.
É também o único Consulado de carreira na província de Benguela, facto que reflecte o relacionamento bilateral privilegiado entre os dois países, assente sobre fortes laços históricos, culturais, de amizade e de cooperação.
Com documentos em mãos, o jovem Yuri Epalanga, oriundo da província da Huíla, reclama da morosidade no atendimento presencial no Consulado Geral de Portugal em Benguela, depois que fez o agendamento online para obter o visto de turismo.
Yuri Epalanga explicou que saiu do Lubango após receber um telefonema do Consulado para dar entrada dos documentos, mas diz-se impressionado com os utentes, especialmente crianças e idosos, que ficam muito tempo de pé à espera da chamada, fora das instalações, o que cria desconforto.
Na sua opinião, o Consulado Geral de Portugal em Benguela precisa de novas instalações, para reduzir o tempo de espera no atendimento por parte dos funcionários e dignificar os utentes das oito províncias abrangidas pela jurisdição do serviço consular.
Já Alex Camati diz que está a tentar obter, pela primeira vez, o visto de turismo para Portugal, para visitar a sua irmã, porém, mostra-se desapontado com a demora no atendimento desde Janeiro.
“Estou na correria desde Janeiro. Pediram-me para vir hoje e já estava cá na semana passada”, referiu, alegando ter cumprido todos os requisitos, daí não entender o porquê de tanta demora passados seis meses.
Encostado a uma árvore onde esperava a chamada, o jovem aventou a hipótese de que, se tudo corresse conforme planeado, já teria ido a Portugal para encontrar-se com a irmã que imigrou atrás dos seus sonhos.
Face à demanda por parte dos utentes, Alex Camati também sugere que já é tempo de se construir um novo Consulado Geral em Benguela, para corresponder à cada vez mais crescente necessidade de circulação dos cidadãos entre os dois países.
Quem também se mostra indignado com o atendimento é o cidadão Luís Pereira Duval, residente no Lobito, que lamenta ter perdido, há uma semana, uma viagem para Portugal, porque o Consulado ainda não terá corrigido uma falha detectada no visto.
“Já tenho um visto para múltiplas entradas de seis meses, mas detectou-se uma falha quando fui a Portugal, em Maio. A minha data de nascimento estava errada e aconselharam-me a deixar o passaporte no Consulado para retificar”, disse.
Foi então que, ao regressar ao país, Luís Pereira Duval deixou o passaporte no Consulado e, agora, reclama de não conseguir reavê-lo, apesar das incontáveis idas à cidade de Benguela.
Diante desse cenário, o cidadão considera que os utentes têm de ser atendidos o mais rapidamente possível, porque faltam ao trabalho várias vezes para resolver assuntos consulares.
Acomodação
Por outro lado, tanto Luís Pereira Duval como Alex Camati reprovam a forma como são acomodados os utentes, geralmente ao relento, sentados em pedras ou encostados à parede, enquanto aguardam o atendimento no Consulado.
A necessitar de um visto por razões de saúde, Adelina Huquele, sentada no passeio na berma da estrada, pede mais atenção dos funcionários para com os utentes que de segunda a sexta-feira vão ao Consulado.
“Chego aqui e me dão voltas, estou a pôr o visto por causa da saúde dos meus filhos”, desabafa Adelina, visivelmente inconformada, reclamando que ninguém lhe presta atenção nenhuma, desde segunda-feira que tenta entregar os documentos solicitados.
A ANGOP tentou ouvir a Cônsul-Geral de Portugal em Benguela, Lina de Castro Mota, mas esta mostrou-se indisponível. JH/CRB