Mbanza Kongo – Cento e 75 pessoas, num universo de 33 famílias, encontram-se, desde sábado (23), ao relento, no município do Nóqui, província do Zaire, em consequência das cheias provocadas pelo transbordo do rio Zaire.
Para avaliar os prejuízos provocados, também, pela abertura das comportas da central hidroeléctrica do Inga, instalada na região de Matadi, na República Democrática do Congo (RDC), a Comissão Provincial de Protecção Civil, encabeçada pelo seu coordenador, Adriano Mendes de Carvalho, deslocou-se na manhã desta quarta-feira à vila fronteiriça do Nóqui.
O também governador da província do Zaire acompanhou de perto o trabalho que está a ser desenvolvido pela comissão de protecção civil e parceiros, principalmente nas aldeias ribeirinhas que se encontram submersas para possíveis soluções.
Na sede municipal estão afectados os moradores dos bairros 1º de Maio e Popular, assim como os habitantes das aldeias de Kinzundu e Kinganga, que viram os seus campos agrícolas arrasados pelo transbordo deste rio considerado o segundo maior de África, depois do Nilo.
As cheias, segundo as informações prestadas pelas autoridades municipais do Nóqui ao governador, alagaram, também, uma paróquia da Igreja Kimbanguista, um estabelecimento comercial e um edifício público.
Adriano Mendes de Carvalho manifestou-se desapontado com a situação, pelo facto de o Governo Provincial não ter sido comunicado pelas autoridades da região do Congo Central (RDC) de que iriam abrir as comportas da barragem do Inga, a maior daquele país vizinho.
Refira-se que o rio Zaire é banhado por ambos os territórios vizinhos (Angola e RDC), cujos habitantes das aldeias ribeirinhas fazem deste canal como fonte de subsistência.
Com uma população estimada em mais de 20 mil habitantes, o município do Nóqui dista a 175 quilómetros da cidade de Mbanza Kongo e subdivide-se em três comunas: Mpala, Lufico e Sede. DA/PMV/JL