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Trajectória de Dom Alexandre do Nascimento serve de inspiração à nova geração

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  • Luanda • Terça, 08 Outubro de 2024 | 15h34
Culto em homenagem ao Dom Alexandre Cardeal do Nascimento
Culto em homenagem ao Dom Alexandre Cardeal do Nascimento
Pedro Parente-ANGOP

Luanda – A trajectória de Dom Alexandre Cardeal do Nascimento deve servir de reflexão e inspiração para à nova geração, no intuito de contribuírem para o resgate dos valores morais, cívicos e desenvolvimento dos países.

Esta posição foi manifestada por líderes religiosos, durante a missa de corpo presente do Cardeal, falecido no dia 28 de Setembro último, vítima de doença.

Os restos mortais do Cardeal, de 99 anos de idade, foram sepultados esta terça-feira, na Sé Catedral da Igreja Católica, em Luanda, em cerimónia presenciada por membros de diversas denominações religiosas, do Governo, do corpo diplomático, entre outros.

Durante a missa de corpo presente, realizada na paróquia Católica da Sagrada Família, o presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, Dom Manuel Imbamba, considerou o religioso como um ser fiel, sábio, prudente e digno, que soube construir e unir corações, inteligências e vontades ao longo da sua vida.

“Ajudastes a concretizar sonhos e ideais, estimulastes a praticar obras de misericórdia, conduzistes muitos irmãos e irmãs a Deus e ensinastes com a palavra e o exemplo a amar Angola, a pátria dos seus filhos”, frisou.

A celebração eucarística contou com a presença do Presidente da República, João Lourenço, que se fez acompanhar da primeira-dama da República, Ana Dias Lourenço, e da Vice-presidente da República, Esperança da Costa.

Por seu turno, o arcebispo da Diocese do Huambo, Dom Zeferino Zeca Martins, disse que o Cardeal cultivava uma visão alta da dignidade humana e de nobreza dos homens e mulheres.

Acrescentou que era um homem de disciplina nas questões religiosas e no trato com os homens, sendo que em tempos particularmente difíceis, afirmou-se como um pastor para os angolanos e para o mundo.

“Sacrificou-se por Angola e pelos seus irmãos, tanto no período colonial como durante a guerra civil, cultivou a paciência e a esperança que servem de lições de vida às novas gerações”, disse.

Para si, Dom Alexandre Cardeal do Nascimento foi um incontornável conciliador dos angolanos que exerceu, juntamente com outros religiosos, uma importante influência para o fim da guerra em Angola.

Referiu que o religioso olhava para uma Angola verdadeiramente próspera, enraizada no amor sincero e no respeito dignificante, consciente da prioridade do bem comum.

Durante a missa, procedeu-se a leitura da mensagem de condolências do Papa Francisco, onde destacou o religioso como um homem corajoso e livre, capaz de orientar os seus passos em prol do bem comum.

Falou da sua colaboração com a sede da Igreja Católica a favor dos mais pobres e necessitados.

Agradeceu os feitos de Dom Alexandre Cardeal do Nascimento em prol das comunidades, em particular da Igreja Católica.

A mensagem do Papa foi lida pelo núncio apostólico em Angola e São Tomé, Kryspin Witold Dubiel.

Em declarações à ANGOP a propósito, o bispo da Igreja Metodista Unida, Gaspar João Domingos, destacou os ensinamentos e orientações dadas pelo religioso que vão ajudar a liderança da Igreja em Angola e a nova geração.

“Ele é um pastor de ovelhas, viveu intensamente esses momentos da vida e, no entanto, fica o ensinamento, a experiência e o desejo de podermos imitá-lo naquilo que foi para o povo”, frisou.

Já a bispa da Igreja Anglicana em Angola, Filomena Teta, enfatizou que o Cardeal foi um sacerdote para a Igreja de Cristo em Angola e, pelos seus feitos, um pilar de referência para toda a comunidade cristã e para o povo angolano.

“Foi um cidadão que soube honrar com seus compromissos em relação à Igreja, sob construir a Igreja para a necessidade de termos uma instituição capaz de responder, não só os desafios do dia-a-dia, mas também a vontade de Deus para com os seres o humano”, afirmou.

Destacou também o humanismo, solidariedade e fraternidade patente no Cardeal.

“Fazemos votos que os seus ensinamentos nos ajudem a tornar cada vez melhor o trabalho da comunidade cristã em Angola”, realçou a bispa, para quem Dom Alexandre do Nascimento deixa um legado de patriotismo e amor ao próximo.

Alexandre do Nascimento nasceu na província de Malanje, a 1 de Março de 1925, e estudou nos seminários de Bângalas, de Malanje e de Luanda.

Em 1948, foi enviado para a Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, onde obteve o bacharelado em Filosofia e a licenciatura em Teologia, sendo ordenado Padre a 20 de Dezembro de 1952.

Enquanto padre, tornou-se professor de Teologia Dogmática do Seminário Maior Arquidiocesano do Sagrado Coração de Jesus, em Luanda, e redactor-chefe do Jornal Católico “O Apostolado”, entre 1953 e 1956, e exerceu a função de Pregador da Sé Catedral, de 1956 a 1961.

A 10 de Agosto de 1975, foi nomeado bispo de Malanje, sendo ordenado a 31 de Agosto de 1975, na Sé Catedral de Luanda,

A 3 de Fevereiro de 1977, foi promovido a Arcebispo Metropolitano do Lubango e administrador apostólico ad nutum Sanctæ Sedis da Diocese de Ondjiva.

A 5 de Janeiro de 1983 foi anunciada a sua criação como cardeal, pelo Papa João Paulo II, no Consistório de 2 de Fevereiro, em que recebeu o barrete vermelho e o título de cardeal-presbítero de São Marcos em Agro Laurentino.

Na sequência, Alexandre do Nascimento foi transferido para a Arquidiocese de Luanda a 16 de Fevereiro de 1986, tendo dirigido esta região até 23 de Janeiro de 2001.

Foi, também, presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, entre 1990 e 1997, e a 5 de Junho de 2015 ingressou na Ordem dos Pregadores.

Ao longo da sua carreira foi reconhecido com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo, entregue na Embaixada Portuguesa  em Luanda, a 19 de Julho de 2010, e tem doutoramento Honoris Causa pela Universidade Católica de Angola (2019).

Em termos de obras, Dom Alexandre Cardeal do Nascimento possui “Após 15 anos, uma hora verdadeiramente eucarística nas ruas de Luanda: alocução feita no termo da procissão do corpo de Deus”, “Caminhos da Esperança”, “Como eu li o Livro de Rute”, “Diário íntimo e outros escritos de piedade”, “Do Conceito da Civilização e suas Incidências”, “Do homem sem fé – suas possibilidades e Limites – Segundo Francisco Suarez”.

Quanto a escritos pastorais, destaque para “Experiência constitucional angolana e a justificação dos direitos fundamentais”, “Livro de ritmos”, “Meditações para o ano Santo”, “Pequeno livro de Nossa Senhora” e “Sobre o belo e a Moral”. AB/MEL/CPM/OHA



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