Luanda - O secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), Teixeira Cândido, defendeu na sexta-feira, em Luanda, a necessidade de se continuar a primar pela unidade e espírito de equipa entre a classe jornalística, face aos desafios que incidem na liberdade de imprensa e na melhoria das condições sociais e laborais.
Ao falar à ANGOP, no âmbito da cessação do seu mandato, Teixeira Cândido enfatizou que independentemente do secretário-geral que for eleito, os jornalistas devem estar unidos.
“A expectativa é que o corpo eleito satisfaça e esteja à altura das exigências dos colegas. É verdade que é um aprendizado e temos de ouvir, pois cada um de nós tem um perfil, pode imprimir um pouquinho mais de dinâmica”, realçou.
Lembrou que antes de assumir a direcção do SJA, em 2015, acompanhou e partilhou experiência com outros profissionais que desempenharam um papel activo no sindicato.
Para o próximo mandato, o líder sindical disse que será preciso discutir a carga fiscal, porquanto ainda continua a incidir sobre todas as conquistas que o sector vai tendo.
Por exemplo, enfatizou, para os que implementaram as carreiras neste período, ficou a sensação de terem obtido alguma vitória, mas depois a carga fiscal acabou por retirar essa conquista ou vantagem remuneratória.
Considerou necessário a mobilização do sector privado, para que também adopte as carreiras profissionais ou os qualificadores ocupacionais por ser de Lei.
Explicou que a Lei Geral do Trabalho (LGT) estabelece isso, assim como existe a Lei sobre o Estatuto dos Jornalistas, que também estabelece categorias.
“Em última instância, há também um Decreto Presidencial que regula a questão do qualificador ocupacional e que impõe que todas as empresas com mais de 10 trabalhadores têm de ter obrigatoriamente este instrumento”, acrescentou.
Informou que constam ainda dos desafios a ultrapassar, a contínua defesa por uma liberdade de imprensa, porquanto não se pode falar de jornalismo sem a liberdade de imprensa ou a liberdade de exercer a própria profissão.
Lembrou ainda que dentre os programas realizados, constam a luta para o surgimento de uma Entidade Reguladora da Comunicação Social e para o surgimento de uma Comissão de Carteira e Ética, bem como a aprovação, pela primeira vez, do Código Deontológico do Jornalismo.
Por outro lado, afirmou terem procurado a implementação dos Conselhos de Redacção funcionais, embora ainda não esteja visível em todos os órgãos, assim como foram efectuados, de Cabinda ao Cunene, um conjunto de formações e capacitação dos jornalistas em matéria de Lei e de constituição dos conselhos de redacção.
O Sindicato dos Jornalistas Angolanos realiza, no sábado, o congresso que vai eleger o secretário-geral.
De âmbito nacional, o conclave vai decorrer sob o lema “o jornalismo como um bem público”, com a participação de 140 delegados.
Concorrem para o cargo de secretário-geral dois jornalistas, sendo um das Edições Novembro e outro da Rádio Nacional de Angola (RNA).
Com mais de três mil filiados, o SJA está implantado nas 18 províncias do país. JAM/SEC