Soyo – Com os olhos postos na construção e recuperação de infra-estruturas nos mais variados domínios, a cidade do Soyo, província do Zaire, completa, esta sexta-feira, 50 anos desde que ascendeu a esta categoria.
Sob o lema “Todos unidos pelo desenvolvimento do Soyo e por uma Angola melhor”, o antigo Santo António do Zaire foi elevado à cidade a 5 de Abril de 1974, através da portaria administrativa nº 320, do então Alto-comissário e Governo-geral de Angola, Fernando Augusto Santos e Castro.
Banhada pelo Oceano Atlântico e pelo rio Zaire, a terra do “ouro negro” registou, nos últimos anos, ganhos significativos em diversos sectores, com a construção e reabilitação de vários projectos estruturantes, nos domínios sociais e económicos.
No entanto, o município mais populoso da província do Zaire, com cerca de 300 mil habitantes, enfrenta, ainda, enormes desafios em várias esferas.
Rede viária
O acesso ao município do Soyo, a partir de Luanda, com trânsito no município do Nzeto, ficou mais facilitado, desde o ano de 2017, com a inauguração da auto-estrada Soyo/Nzeto, numa extensão de 140 quilómetros.
Três anos antes tinha sido inaugurada a estrada nacional EN-110 que liga o Nzeto, província do Zaire, a Caxito (Bengo), que encurtou ainda a distância entre o Soyo e a capital do país e vice-versa.
Antes da conclusão e entrada em funcionamento destes troços rodoviários, a viagem entre Soyo e Luanda e vice-versa durava quase uma semana, devido ao avançado estado de degradação em que esta via se encontrava, toda ela de terra batida.
O camionista José Alfredo, que já frequenta este itinerário há mais de 10 anos, conta que o subtroço da actual auto-estrada, que mais incómodo provocava, era a zona conhecida por 12 pontes, uma área pantanosa e lamacenta que era desprovida de manilhas ou passagens hidráulicas.
Com a reabilitação da estrada, o local ganhou uma enorme e moderna ponte que fez esquecer, para sempre, essa odisseia.
Actualmente, decorrem as obras da conclusão do troço de aproximadamente nove quilómetros, da zona dos mangais à ponte sobre o rio Mbridge, no Nzeto, assim como uma das faixas da mesma via expressa, de 35 quilómetros, no sentido Soyo/Nzeto.
Em reabilitação estão, também, os sub troços rodoviários Cacuaco/Quifangondo (Bengo e Luanda), sob a égide do Ministério das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação.
Está prevista, no mesmo pacote, a reabilitação do troço entre Casa da Telha e Mukula, município do Tomboco, numa extensão de aproximadamente 27 quilómetros, para encurtar a distância entre Mbanza Kongo e Soyo, sem passar por Nzeto.
O maior problema, segundo alguns munícipes, está na ligação entre a sede municipal do Soyo e as comunas do interior do município, cujas vias de terra batida estão em estado avançado de degradação, incluindo alguns pontecos.
O administrador municipal, José Mendes Belo, disse que algumas vias têm beneficiado de trabalhos de terraplenagem, no âmbito do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) e do Programa Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza (PIDLCP).
O gestor garante que os trabalhos prosseguirão, na proporção em que forem alocados os recursos financeiros ao seu município.
Indústria
O Soyo é tido como um dos pólos industriais em plena ascensão a nível do país, destacando-se unidades fabris no domínio da indústria petroquímica e da produção de fertilizantes.
Neste âmbito, o destaque vai para a fábrica de processamento do gás liquefeito “Angola LNG”, o projecto Falcão 2, que visa o aumento e a melhoria do fornecimento de gás das unidades secas e húmidas da fábrica Angola LNG para a Central eléctrica do Ciclo Combinado, assim como a futura fábrica de fertilizantes.
Angola LNG
Localizado junto à costa marítima, na baixa da cidade do Soyo, o projecto de Gás Natural Liquefeito de Angola foi concluído no início de 2016 com alterações e melhorias para a sua capacidade e fiabilidade.
Com uma capacidade de processamento de 1,1 mil milhões de pés cúbicos de gás natural por dia, a central da Angola LNG retomou a sua produção e os carregamentos ainda em 2016.
Em 2019, a produção diária total foi de 746 milhões de pés cúbicos de gás natural e 30 mil barris de líquidos.
Constitui um dos maiores projectos energéticos do continente africano e é o primeiro projecto em Angola de gás natural liquefeito (GNL), operado pela Angola LNG Limited (ALNG), em parceria com a Chevron e por outras empresas petrolíferas.
Esta central dá suporte ao desenvolvimento do campo petrolífero offshore e ajuda a Chevron a dar resposta às necessidades mundiais de maior produção de gás natural.
Projecto Falcão 2
O projecto de gás denominado Falcão 2, localizado no bairro de Kintambi, periferia da cidade do Soyo, tem uma capacidade de processar 125 milhões de pés cúbicos por dia.
O mesmo compreende infra-estruturas terrestres destinadas à melhoria do fornecimento de gás das unidades secas e húmidas da fábrica Angola LNG para a actual Central Eléctrica do Ciclo Combinado do Soyo.
Inaugurado em 2023, com um custo de 42,8 milhões, o projecto Falcão levou 26 meses a ser construído, desde o lançamento da primeira pedra, a 28 de Setembro de 2021.
O mesmo enquadra-se na estratégia do Executivo de maximização do uso de gás na indústria química e outros projectos, permitindo também a diminuição da queima de gás nas operações petrolíferas.
Compreende oito quilómetros de gasoduto para a entrega de "gás seco" à Central de Ciclo Combinado, garantindo a entrega diária de 78 milhões de pés cúbicos à Central Termoeléctrica.
Deverá fornecer, igualmente, 50 milhões de pés cúbicos de gás/dia à fábrica de fertilizantes "Amufert", em construção no Soyo, numa parceria entre o Grupo Opaia e a Sonangol.
Refinaria de Petróleo
A Refinaria de Petróleo do Soyo, uma obra também em curso, terá capacidade de processar 100 mil barris de petróleo por dia, sendo 40% gasolina e 30% gasóleo, num investimento calculado em 3,5 mil milhões de dólares.
Contará com uma unidade de processamento e uma outra de provisionamento de petróleo bruto, um sistema de transportes e instalações de acessórios, bem como um cais para ancorar dois petroleiros com a capacidade de até 100 mil toneladas de petróleo bruto.
O projecto vai criar três mil empregos indirectos e, durante as operações, mil empregos directos.
A infra-estrutura foi lançada a 13 de Maio de 2022, com previsão de conclusão da obra em 2025, devendo ocupar uma área de aproximadamente 712 hectares, na localidade de Matanga, zona sudoeste do Soyo.
Nasce em parceria entre a Sonangol e o Consórcio Quanten Angola, empresa americana que venceu o concurso público, para o seu financiamento e construção, em Março de 2021.
Complexo Industrial de Produção de Fertilizantes
Outro projecto, relevante para a região e o país, que o Soyo contará, a partir do primeiro trimestre de 2027, é a primeira fábrica de produção de fertilizantes do país que criará três mil e 500 postos de trabalho.
A infra-estrutura conta com financiamento de uma empresa privada do grupo empresarial angolano “OPAIA”, avaliado em 2,2 mil milhões de dólares, e poderá tornar o país auto-suficiente em fertilizantes e impulsionar a agricultura nacional.
A fábrica, cujas obras arrancaram em Janeiro deste ano, terá uma capacidade de produção anual na ordem de um milhão e 200 mil toneladas de fertilizantes, tendo como matéria-prima o amónio e a ureia.
Complexo de processamento do pescado
No conjunto das unidades fabris destaca-se, também, o complexo pesqueiro do Soyo, dimensionado para processar 10 mil toneladas de pescado diverso por mês, orçado em 80 milhões de dólares. O empreendimento entrou em funcionamento em Setembro de 2023.
O projecto é afecto à empresa Seatag e co-financiado por empresários angolanos e chineses. Está implantado numa área de oito hectares, tendo proporcionado, numa primeira fase, 800 postos de trabalho directo.
Processa, também, peixe seco na ordem de 250 toneladas por mês.
Entre as valências, a referida infraestrutura possui seis naves com 24 túneis de congelação, seis tanques de processamento e duas câmaras de conservação, com capacidade de acondicionar cinco mil toneladas de pescado cada.
O complexo conta ainda com áreas de tratamento, embalamento, secagem, armazenamento e facturação, para além de um cais de 115 metros de comprimento e dez de largura que permite a atracagem de quatro embarcações de pequeno, médio e grande porte de forma simultânea.
Energia eléctrica
A Central Eléctrica do Ciclo Combinado do Soyo, em funcionamento desde 2017, conta com quatro turbinas a gás e duas a vapor, para uma potência de 750 Megawatts, com recurso à transformação do gás, proveniente das operações de diversos blocos petrolíferos e do projecto Falcão 2.
O Ciclo Combinado do Soyo está inserido nos projectos estruturantes do sector eléctrico nacional, interligando os sistemas Norte, Centro e Sul do país.
Detém linhas de transmissão e subestações que permitem interligar o sistema Norte e criar condições para electrificação da província do Zaire, ao longo de mais de 400 quilómetros, com mais de 1.500 torres.
Enquanto a cidade do Soyo está devidamente electrificada com a energia da rede nacional, o mesmo não se pode dizer em relação às comunas do interior do município que clamam ainda por este serviço.
Água potável
A água potável é um dos grandes desafios para o município do Soyo que conta, actualmente, com uma densidade populacional acima dos 300 mil habitantes, destes apenas 15 por cento dos munícipes beneficiam deste precioso líquido.
O actual sistema de captação, tratamento e distribuição de água potável de Nvuembanga tem uma capacidade de apenas 32 mil metros cúbicos, insuficiente para atender à demanda.
A ANGOP sabe, de fonte oficial, que está a ser elaborado um projecto de ampliação do sistema de água potável para o município do Soyo, pelo ministério de tutela.
Hotelaria e Turismo
Neste domínio, o Soyo conta, actualmente, com cerca de 80 hotéis e unidades similares de uma (1) a quatro (4) estrelas.
O leque inclui aldeamentos, hospedarias, resorts, hospedarias e guest houses (casa de hóspedes), localizados na cidade e periferia, segundo o director municipal de Promoção do Desenvolvimento Económico Integrado, Hortêncio Joaquim Sabino.
Em relação ao turismo, a cidade do Soyo possui muitos locais de atracção turística, com destaque para os canais fluviais que circundam a zona baixa, à praia dos pobres, junto à foz do rio Zaire, assim como os locais históricos, para impulsionar o turismo cultural e religioso.
Destacam-se, entre os sítios históricos, a Ponta de Padrão, local onde o navegador português Diogo Cão, desembarcou em 1482, na sua primeira expedição a África em direcção à Índia, assim como o Porto de Mpinda, onde, em 1491, desembarcaram os primeiros missionários portugueses, dando assim início à evangelização cristã na região da África Subsariana.
Comércio
Este sector continua a ser dominado pela actividade informal, no município, apesar de se registar um aumento do número de munícipes licenciados para o efeito, sobretudo jovens, de acordo com o responsável pela Promoção do Desenvolvimento Económico Integrado, Hortêncio Joaquim Sabino.
Só no primeiro trimestre do ano em curso, segundo o responsável, a Administração Municipal atribuiu mais de 200 licenças comerciais provisórias e mais de 30 alvarás comerciais.
A fonte refere que os ramos de prestação de serviços e as lojas de conveniência dominam a actividade comercial no Soyo, assim como a venda de produtos da cesta básica, material de construção civil, farmácias, entre outros.
Transportes
Neste domínio, o destaque recai para a construção do Terminal Fluvial de Passageiros e Cargas, que permitiu a retomada da ligação marítima entre Luanda, Soyo e Cabinda e vice-versa.
A infra-estrutura ocupa uma área total de 30 mil metros quadrados, erguida na baía da zona baixa da cidade, banhada por um dos canais do rio Zaire.
O empreendimento possui um cais de 200 metros de comprimento e três rampas, duas das quais para a atracagem de navios de passageiros, também conhecidos por Catamarãs, ao passo que a outra serve para as embarcações de carga.
Operado pela empresa Secil Marítima, o Terminal Fluvial de Passageiros e Cargas do Soyo criou 60 postos de trabalho, numa primeira fase, e entrou em funcionamento em Abril de 2022.
Conta, ainda, com um edifício com duas salas de embarque e desembarque, uma das quais VIP, localizada no primeiro piso.
Um armazém, parque de contentores, uma estação para a acomodação de geradores de energia eléctrica, dois tanques de combustíveis de 150 metros cúbicos, para o abastecimento dos navios que fazem a rota Luanda/Soyo/Cabinda e vice-versa fazem ainda parte desta infra-estrutura.
O Terminal engloba, também, tanques de água potável de 200 metros cúbicos e 120 mil metros cúbicos, este último para servir o sistema contra incêndios.
Quanto ao transporte terrestre, a rota Luanda/Soyo e vice-versa, é operada por quase todas as empresas do sector no país, nomeadamente Macon, Ango-real, Real Express, Cidrália e outras.
O transporte aéreo, nos dias que correm, deixou de ter um peso significativo no Soyo, onde a TAAG, a companhia de bandeira, deixou há anos de escalar esta cidade. A linha Luanda/Soyo é apenas frequentada por aeronaves para o transporte de pessoal ligado às empresas petrolíferas que operam na localidade.
A mobilidade urbana é garantida por taxistas, autocarros colectivos e moto- taxistas, com realce para estes últimos.
Cultura
As actividades culturais, que englobam espectáculos musicais, teatro, exposições de artes e artesanato, pintura e outras, a nível da cidade do Soyo, são menos expressivas, devido, sobretudo, à escassez de espaços, segundo o agente cultural António Maria.
Explicou que, o único espaço público que antes era muito utilizado para diferentes eventos culturais e manifestações artísticas era o cine clube local, que agora deixou de satisfazer a demanda, dada a exiguidade do espaço.
Constata-se, para quem circula pela cidade do Soyo, que os espaços à beira das artérias da urbe são agora os locais escolhidos por artesãos e pintores para exporem os seus trabalhos acabados.
Contam-se, pela cidade e arredores, os estúdios para a gravação de músicas, embora haja um enorme potencial, entre os jovens locais, para o canto, sobretudo, ao estilo “Kuduro”.
Os usos, hábitos e costumes ancestrais estão bem presentes entre os munícipes, que também preservam a língua nacional Kikongo ou a sua variante, Kisolongo, assim como os trajes africanos e a comida tradicional, afirmou o soba do bairro Kitona, António José Rosa.
Agricultura
No Soyo continua a predominar a agricultura de subsistência ou familiar, segundo o director local do sector, Agostinho Seke, que disse estarem as autoridades a trabalhar para a transição desta actividade para a mecanizada.
O “calcanhar de aquiles”, de acordo com o responsável, continua a ser a falta dos meios mecanizados ou tractores agrícolas, dando conta que a empresa detentora de máquinas agrícolas subvencionadas pelo Executivo, há quatro anos, se encontra no município do Nzeto.
Quanto à agricultura intensiva, praticada por grandes fazendeiros, destacou as fazendas agropecuárias de Mbuika, Mbemba Lumueno e Mário, localizadas na periferia da sede municipal.
Entre as culturas praticadas, mencionou a mandioca, a jinguba, o milho, o feijão macunde, entre outras, ao passo que na actividade da pecuária destaca-se o gado bovino, caprino, suíno e a criação de algumas aves.
Disse que boa parte da produção destes fazendeiros é escoada para o município, enquanto uma ínfima é canalizada para outros mercados da província do Zaire e do país.
Pescas
Neste sector, o destaque recai para a pesca artesanal, praticada na costa marítima e nos canais do rio Zaire, estando credenciadas, até a presente data, 39 cooperativas.
A corvina, o cachucho, o bacalhau, o peixe-espada, os mariscos, com destaque à lagosta e o bagre são as espécies mais capturadas pelos armadores artesanais locais.
Saúde
A rede sanitária do Soyo é constituída por 20 unidades, nomeadamente um hospital municipal, igual número de centros materno-infantil, oito postos e 10 centros de saúde, totalizando 351 camas, segundo a chefe de secção da Saúde Pública da Direcção Municipal do sector, Rosária José.
O sector conta com 49 médicos, sendo 45 nacionais e quatro expatriados, todos colocados no hospital municipal, para uma população local estimada em cerca de 300 mil habitantes, registando-se um rácio de 0,09 médicos por cada mil habitantes.
O município conta com 321 enfermeiros e 65 técnicos de diagnóstico terapêutico, espalhados pelas cinco comunas e demais localidades com maior densidade populacional que dispõem de centros de saúde.
Educação
A rede escolar do município do Soyo é composta por 59 instituições de ensino, das quais 19 escolas primárias, 15 complexos escolares, oito estabelecimentos de ensino médio e duas instituições de ensino superior.
No total, o Soyo conta com 576 salas de aula, segundo o director municipal da educação, Paulo Vemba Nsuka, frisando que estão matriculados 48 mil e 124 alunos nos diferentes subsistemas de ensino, estando disponíveis mil e 64 professores.
Ambiente
Em matéria ambiental, o Soyo continua a ressentir-se do impacto do derrame de 30 mil litros de petróleo bruto na bacia de retenção de óleo bruto ao ar livre, localizada na antiga base logística de Kifuquene, arredores da cidade, onde há cerca de 30 anos, perto de 30 mil barris de petróleo bruto foram vazados neste local após a destruição dos tanques de armazenamento do produto.
A limpeza desta zona do antigo terminal da petrolífera francesa Total tem sido sistematicamente defendida por ambientalistas locais que consideram ter afectado de forma profunda o ecossistema da zona atingida.
O ambientalista Isaac Fortunato, considera fundamental a conjugação de esforços institucionais, a nível local e central do Estado, para que este passivo da guerra seja removido para sempre, visando a preservação do ambiente e da saúde pública.
Lembrou que um ataque armado havia provocado o esvaziamento de dois tanques de provisionamento do crude com a capacidade de 400 mil litros cada, cujos volumes expandiram-se numa área considerável.
O petróleo bruto, segundo o ambientalista, em espaço aberto, liberta gases nocivos à vida humana, como resultado da poluição do ar, o que pode comprometer a saúde humana e dos animais.
Lamentou, por outro lado, aquilo que considerou como sendo nível assustador de abate de mangais na localidade, tendo sugerido sanções previstas na lei para se desencorajar tais práticas.
Recordou que os ecossistemas de mangais são responsáveis por albergar 85 por cento da biodiversidade.
Quem também se debruçou sobre esta questão ambiental é o naturalista Firmino Pedro, docente universitário, que manifestou preocupação pela queima sistemática do gás natural para a atmosfera.
Sugeriu, por isso, que esta situação seja revertida, sublinhando ser possível, dentro dos mecanismos que o avanço da ciência e da tecnologia oferecem, encontrar-se soluções viáveis e sustentáveis para dar sequência ao processamento do gás liquefeito sem poluir o ambiente circundante.
Administração quer engajamento dos munícipes
O administrador municipal do Soyo, José Mendes Belo, pediu o envolvimento dos munícipes no processo de desenvolvimento da localidade, tendo manifestado esperança de que esta localidade petrolífera continuará a trilhar os caminhos do progresso social.
Destacou alguns projectos estruturantes em curso no município, referindo-se o início da desminagem da zona onde será erguida a nova centralidade habitacional com 1500 habitações, na periferia da cidade.
Falou das potencialidades no domínio turístico do município do Soyo, que conta com canais fluviais e mais de 150 ilhas, algumas das quais habitáveis, tendo convidado os investidores nacionais e estrangeiros a dinamizar este sector na localidade.
Programa das festividades
Diversas actividades continuam a ser desenvolvidas pelas autoridades administrativas do Soyo, com o envolvimento dos munícipes, parceiros sociais e empresas privadas e do ramo petrolífero que operam na localidade.
Entre as acções destacam-se campanhas de limpeza e embelezamento da cidade, feira de exposição de diversos produtos, palestra sobre empreendedorismo e espectáculo músico-cultural.
Sobre a feira, aberta no passado dia 30 de Março e encerra a 13 do mês em curso, o destaque recai para a participação activa de mais de duas dezenas de empresas que operam na Base Logística de Apoio às Actividades Petrolíferas “Kwanda.
O Soyo é, actualmente, o município com maior densidade populacional a nível da província do Zaire. Possui cinco comunas, nomeadamente Mangue Grande, Pedra do Feitiço, Quêlo, Sumba e Sede.
É o quarto maior município da província, ocupando uma área de 5.275 quilómetros quadrados, que corresponde a 13,9 % da área total do Zaire que é de 40.130 quilómetros quadrados. PMV/JL