Benguela - Cento e sessenta pessoas participaram num simulacro de grande escala no Porto do Lobito, para avaliar a eficácia da capacidade de resposta da unidade face a possíveis ameaças de terrorismo, soube este sábado a ANGOP.
Além dos fuzileiros a bordo de duas lanchas Rodman, um bote e mergulhadores especializados, estiveram ainda envolvidos neste simulacro, com a duração de 40 minutos, agentes do Serviço de Investigação Criminal (SIC), Protecção Civil e Bombeiros, Migração e Estrangeiros (SME) e médicos da Clínica do Porto do Lobito.
Inserido no programa anual de formação da empresa portuária, o simulacro é destinado a testar o estado de prontidão operacional das forças de segurança do Porto do Lobito, para prevenir actos que possam comprometer as suas infra-estruturas e navios.
O portão n° 3 foi a escolha do primeiro cenário do simulacro, onde dois terroristas armados com armas automáticas e duas granadas tentaram invadir as instalações do Porto, mas foram detectados pelo scanner operado por elementos da Direcção de Segurança (DSA) do Porto do Lobito.
Acto contínuo, ambos os terroristas foram rapidamente detidos pelas forças de segurança, que frustraram assim a tentativa de invasão das instalações portuárias.
A detecção de uma bomba presa ao chassi de uma carrinha junto ao depósito de combustível do Porto do Lobito foi o segundo cenário, no portão número 4.
Tal como o primeiro cenário, os dois envolvidos também foram imediatamente detidos pela segurança portuária e, posteriormente, presentes ao Serviço de Investigação Criminal (SIC), para interrogatório.
O Serviço de Migração e Estrangeiro (SME), que também interveio neste simulacro, procedeu à averiguação da nacionalidade dos infractores.
As vítimas sobreviventes receberam assistência imediata por parte dos Serviços de Protecção Civil e Bombeiros, assim como da Clínica do Porto do Lobito, presentes no local.
A terceira etapa do simulacro decorreu na Baía do Porto, durante a qual o Sistema de Segurança e Tráfego Marítimo (VTS) identificou uma embarcação suspeita a deslocar-se em direcção ao interior da baía do Lobito.
Essa situação levou à activação da lancha-patrulha do Porto do Lobito, que detectou que se tratava de uma embarcação terrorista. Assim, foi accionado o Comando da Região Militar Sul da Marinha de Guerra.
Essa operação de neutralização da acção terrorista envolveu uma troca de tiros, que culminou com a captura de dois indivíduos implicados, dois feridos e igual número de mortos, cujos corpos foram encaminhados à Medicina Legal.
Segundo o presidente do Conselho de Administração do Porto do Lobito, Celso Rosas, a iniciativa visou cumprir as recomendações do Código ISPS (Código Internacional para a Segurança de Navios e Instalações Portuárias).
O foco, segundo o responsável, esteve centrado em exercícios de emergência para avaliar o tempo de resposta, a coordenação e a execução de procedimentos de evacuação e salvamento, envolvendo recursos internos e entidades externas ao porto.
Celso Rosas sublinhou a importância destes exercícios, pois permitem ao Porto do Lobito avaliar a eficiência da mobilização da equipa, as comunicações, os recursos utilizados, o tempo de resposta e a adesão aos protocolos de emergência.
Na prática, o simulacro evidenciou a capacidade de intervenção qualificada em caso de incidentes, com o interlocutor a asseverar a necessidade de se proteger o Porto do Lobito - uma infra-estrutura crucial para o Corredor do Lobito - contra eventuais ameaças externas e internas.
O Porto do Lobito realiza regularmente simulacros de emergência internamente, com a colaboração de agentes externos, com o objetivo de testar o seu plano de contingência e melhorar a agilidade operacional e a capacidade de resposta dos seus profissionais.
Estas actividades são também fundamentais para identificar oportunidades de melhoria nos processos de gestão em situações reais de emergência, garantindo o cumprimento dos rigorosos padrões de segurança nacionais e internacionais. JH/CRB