Luena – Trinta e cinco pessoas morreram na província do Moxico vítimas de HIV-SIDA, durante o primeiro semestre de 2022, informou, esta quinta-feira, no Luena, a supervisora local do programa de VIH/SIDA, Clotilde William.
A responsável que falava no quadro da celebração do 1º de Dezembro, Dia Mundial de Luta contra esta doença, disse que comparativamente ao período homólogo, houve uma redução de quatro casos.
Disse que a redução da taxa de mortalidade nesse período coincide com o número de utentes aconselhados e testados, que baixou de 23 mil 041 em 2021 para 22 mil 786 doentes, dos quais mil e 281 seguem a Terapia Antirretroviral (TARV).
Lamentou pelo facto de muitos pacientes, principalmente que se encontram em estado vulnerável de pobreza, abandonarem o tratamento, exemplificando que no primeiro semestre deste ano, 484 doentes interromperam o tratamento.
Quanto aos pacientes menores de idade, disse que 60 crianças seguem tratamento em diversas unidades da província, no último semestre, menos 37 que no período anterior.
Na ocasião, a embaixadora do programa “Nascer livre para brilhar” nesta província, Maria Muangala, apelou ao engajamento de todas organizações sociais no processo de consciencialização das famílias, com informações sobre mecanismos de prevenção da doença.
De acordo com a directora do Instituto Nacional de Luta contra o Sida (INLS), Lúcia Furtado, Trezentos e vinte mil cidadãos, em todo país, são portadores de VIH, o que representa dois por cento da população infectada.
Fez saber que a província mais afectada é o Cunene com 13 por cento, seguido de Luanda, Cuando Cubango, Moxico e Lunda Norte, sendo as mulheres grávidas as mais diagnosticadas, enquanto que em relação ao tratamento com anti-retrovirais, o país atingiu uma cobertura de 41 por cento nos vários géneros.
Sobre a carga viral, informou que não se conseguiu fazer a medição deste indicador porque os dados que o país apresenta não representam 50 por cento de pessoas que têm acesso ao serviço, pelo que a expansão é uma prioridade. (Carga viral é um exame realizado em laboratório que monitora a quantidade de vírus presente no sangue do paciente infectado).
Actualmente, acrescentou, os 164 municípios têm a possibilidade de beneficiar deste serviço, através do envio de amostras, sendo que as do Norte encaminham para o laboratório do Instituto de Sida em Luanda, e as províncias do Centro e Sul para o laboratório regional de geologia molecular em Benguela.
No quesito da prevenção, adiantou que Angola não conseguiu atingir a meta 90/90/90, e apenas 57 por cento das pessoas sabem o seu estado serológico, pelo que foram feitas algumas adaptações tendo em conta os novos compromissos e orientações que o país foi assumindo, lembrando que em 2016, na Declaração Política da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre o Fim da Sida, os países se comprometeram com as metas 90-90-90, que visam levar testagem e tratamento do HIV para a grande maioria das pessoas que vive com VIH até o final de 2020 e reduzir a carga de viral em seus organismos a níveis indetectáveis, para que se mantenham saudáveis e evitem a propagação do vírus.
Essa estimativa previa que se até 2020 os países conseguissem atingir a estratégia 90/90/90, até 2030 se iria seguramente acabar com a Sida como problema de saúde pública mundialmente.