Zango - O número de chineses indiciados de crimes de mineração de criptomoedas no país, nos últimos três anos, eleva-se para 40, com a apresentação pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), hoje (segunda-feira), em Luanda, de mais um cidadão de 30 anos de idade.
Trata-se de um engenheiro informático a residir em Angola há dois anos e que tinha em dois apartamentos na Centralidade Vida Pacífica, Distrito Urbano do Zango, uma mineradora de criptomoedas, informou o porta-voz do SIC, Manuel Halaiwa, quando falava aos jornalistas a propósito da apresentação do mesmo indivíduo alegadamente pelo mesmo motivo.
De acordo com a fonte, o cidadão arrendou dois apartamentos, num dos quais tinha 48 máquinas para desenvolver as moedas e noutro 36 que funcionavam como Data Center para armazenar as receitas virtuais, no valor de meio milhão de dólares.
Para Manuel Halaiwa, o cerco feito às grandes mineradoras, que se escudavam nas fábricas de blocos e outras, fez com que os supostos autores deste tipo de crimes buscassem por equipamentos de ponta e menos barulhentos para instalar em apartamentos.
“Daí que as últimas determinações, foram em zonas residenciais mas com alto consumo de energia eléctrica e com algum risco para a vizinhança”, precisou.
Assim sendo, enfatizou, concorre na prática de crimes de mineração de criptomoedas, activos virtuais e outros conexos, bem como por falsificação de documentos para usar no arrendamento dos apartamentos.
O mesmo cidadão, também indiciado nos crimes de branqueamento de capitais e fuga ao fisco, produzia moedas digitais denominadas ORES, num total de mais de dois milhões de kwanzas por mês.
Para manter o sistema funcional, acrescenta, o engenheiro gastava 80 mil kwanzas de consumo de energia eléctrica/mês, 40 mil kwanzas de internet e renda de dois apartamentos a cerca de 150 mil kwanzas/ mês.
Por outro lado, referiu que o chinês detido foi o principal engenheiro na montagem dos equipamentos e operacionalização das duas grandes mineradoras de criptomoedas desmanteladas nas províncias do Huambo, em 2023 e Bengo no ano em curso.
Acções do género já foram registadas nas províncias do Cuanza Norte, Bengo, Huambo, Luanda, Cuanza Sul, Benguela, Bié. Em Luanda, já foram desmantelados vários pontos de mineradoras de criptomoedas, tais como Botomona (Icolo e Bengo), Fábrica de Blocos ( Viana), numa oficina mecânica (Belas), entres outros, num período de mais de três anos. DP/SEC