Namibe – O Serviço de Investigação Criminal (SIC) deteve na manhã desta quarta-feira, em Moçâmedes, um encarregado de educação acusado de agredir fisicamente e com gravidade, uma professora do colégio da filha menor, na capital provincial do Namibe.
O detido, um cidadão nacional de 38 anos de idade identificado apenas como funcionário do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, é acusada de ter cometido o crime de ofensa grave à integridade física de Maria Buximan, de 27 anos de idade, professora de Química do Colégio Saidy Mingas, em Moçâmedes.
A agressão teria ocorrido no interior do estabelecimento de ensino, depois de o acusado ser notificado pela direcção da escola por alegado "mau comportamento" da filha de 14 anos de idade.
Segundo relatos, esta última teria sido surpreendida na posse de um "medicamento frequentemente usado por adolescentes como droga", depois de ser vista a sair com frequência com indivíduos adultos estranhos ao colégio, entre outras condutas censuráveis.
O porta-voz do SIC no Namibe, José Lolina, indicou que o detido foi apresentado ao Ministério Público para os devidos trâmites legais.
A professora Dialundama Maria Buximan manifestou a sua indignação pelo incidente e exigiu que a justiça seja feita.
“Estou indignada com a situação, sinto-me humilhada e envergonhada. Fui agredida diante dos estudantes e professores da minha instituição, eu gostaria que a Justiça fosse feita, independentemente da influência que ele tem ou possa ter, e espero que a lei seja justa e se faça a justiça”, desabafou.
A este propósito, a directora do Gabinete Municipal da Educação de Moçâmedes, Inês Pinto, garantiu que a professora terá um acompanhamento psicológico junto da família, a fim de ajudá-la a ultrapassar a situação, e que medidas de correcção junto da entidade empregadora do agressor serão tomadas.
“É a primeira vez que registamos acto do género, e temos uma apreciação negativa. Trata-se de um acto reprovável, não podemos permitir que um encarregado, que devia ser um parceiro directo da escola, espanque um professor, e pior ainda, dentro de uma escola. Independentemente do desentendimento que estes tenham tido, todo e qualquer conflito pode e deve ser resolvido com diálogo" , disse.
Salientou ainda que o Ministério da Educação, junto da entidade empregadora do agressor, encontrará medidas coercivas para punir esta acção, para não incentivar actos como este vindos de outros encarregados. LG/FA/IZ