Huambo – As comunas do Alto-Hama, Bimbe, Cuima, Chilata, Galanga e Sambo, na província do Huambo, passam a partir deste mês, à categoria de município, no âmbito da implementação da nova Divisão Político-Administrativa.
Trata-se de uma iniciativa do Executivo, aprovada a 14 de Agosto de 2024, pela Assembleia Nacional, que visa aproximar os serviços públicos junto à população.
Na nova configuração, o país passou a ter três novas províncias, perfazendo 21 regiões, 326 municípios e 378 comunas.
Os mais recentes municípios da província do Huambo, antes pertencentes ao Bailundo (Bimbe), Caála (Cuima), Chicala-Cholohanga (Sambo), Londuimbali (Alto-Hama e Galanga) e Chilata (Longonjo) juntam-se as actuais 11 municipalidades desta região do país, que passa a contar com 17.
Eis o perfil dos novos municípios:
Alto-Hama
O actual município do Alto-Hama, com uma extensão territorial de 781 quilómetros quadrados, conta com uma população estimada em 51 mil 759 habitantes, distribuídos em oito omblas e 65 aldeias.
Possui inumeras potencialidades turísticas, agrícolas e comercial, para além de ser um grande entroncamento nacional das rodovias transnacionais que fazem parte da Rede Rodoviária Transafricana, com cruzamento das estradas nacionais 120 (Huambo/Luanda) e 250 (Benguela/Bailundo).
Reza a história que em 1920 apareceu, na localidade, o caçador português Joaquim Monteiro de Almeida, que, passado alguns anos, pretendeu fazer actividade agrícola e comercial, tendo, para o efeito, solicitado ao soba Jahulo da aldeia de Chisseia, que lhe mostrou o rio Wama, que viria dar nome à vila, que mais tarde passou a ser designada Alto-Hama.
Bimbe
O novo município do Bimbe, a 65 quilómetros da vila municipal do Bailundo, conta com uma população estimada em 122 mil 218 habitantes, na sua maioria camponeses familiares, distribuídos em 66 aldeias, que perfazem dois e 514 quilómetros quadrados.
Dispõe de recursos minerais, flora e fauna, horografia e correntes hidrográficas.
O nome Bimbe surge em homenagem a uma das primeiras habitantes conhecida por Mbimbi e muito activa no comércio.
Cuima
Com um forte potencial hidroeléctrico e florestal, o actual município do Cuima, tem uma população estimada em 86 mil 306 mil habitantes, distribuídos numa extensão territorial de mil 412,85 quilómetros quadrados, na sua maioria produtora de milho, feijão, soja, tubérculos, legumes e vegetais, estando, actualmente, apostar em outras áreas de produção, com realce para o arroz, trigo e mandioca.
O município dispõe de inúmeras potencialidades turísticas, como a albufeira do Gove e as quedas dos rios Cunene, Calai Brita, Fátima Põe e Chiwelo.
Conta com a barragem hidroeléctrica do Gove, interligada ao Sistema Eléctrico Nacional, um aeroporto, inaugurado em 2012, para servir de alternativo ao aeroporto Albano Machado, na cidade do Huambo, para além vários outros investimentos públicos e privados, com realce para a fábrica de Água do Cuima e agência do Banco Internacional de Crédito (BIC).
Localizado a 73 quilómetros da cidade do Huambo e a 50 da Caála, tem uma área florestal de 18 mil hectares, com árvores fora do prazo para a exploração e 300 hectares repovoados, para facilitar o processo da industrialização do país.
Chilata
Antes pertencente ao município do Longonjo, tem uma população estimada em 38 mil e 77 habitantes, na sua maioria, camponeses familiares, cujos recursos minerais disponíveis são o ouro (já comprovado) o diamante o manganês, que precisam de prospecção.
A sua designação surgiu em 1956, quando um cidadão português, não identificado, porém oriundo da província de Benguela, colocou a sua primeira casa comercial na aldeia Chila e ao fazer a prospecção para a instalação do Posto Administrativo, notou que área era bastante pantanosa e baixa, o que dificultaria a instalação do mesmo, obrigando-o a localizar uma zona de altitude e que possibilite a obtenção de água por sistema de gravidade.
Daí, reza a história, passou a designar a localidade de Chila-Alta e mais tarde por Chilata.
Galanga
Com uma extensão territorial de 608 quilómetros quadrados, o novo município da Galanga, que dispõe de inúmeras potencialidades agrícolas, tem uma população estimada em 43 mil 161 habitantes.
A localidade, um das mais destruídas pela guerra, desde as suas infra-estruturas físicas comerciais e agro-pecuárias, tem agora, com a nova Divisão Político-Administrativa a oportunidade de se reerguer e colocar os serviços públicos mais próximos dos seus habitantes.
A origem do nome resulta de Ngangla, que em língua nacional Umbundu significa “Não Tolerante”, dado o facto de os soberanos terem degolado o primeiro cidadão português que chegou na região, na tentativa de estabelecer o regime colonial.
Sambo
O novo município do Sambo possui uma superfície territorial de dois mil 750 quilómetros quadrados, num total de 28 ombalas e 202 aldeias e com grandes potencialidades hídricas, com destaque para os rios Cunene e Cuvango.
Tem uma população estimada em 88 mil 442 habitantes, cuja maioria faz da agricultura familiar a principal fonte de sustento.
O Reino do Sambo, um dos cinco reinos dos povos Ovimbundu do Planalto Central de Angola, a par do Bailundo, Chingolo, Chiyaka e Huambo, foi fundado pela rainha Alemba, proveniente do município do Bailundo.
Reza a história que a Alemba, cujo filho era Vassambo, que viria dar nome a localidade com a chegada dos portugueses, viveu por volta de 1700-1740 e dedicava-se ao fabrico de panelas, cabeças e gamelas de barro.
A palavra Alemba significa "Vou consolar, aliviar, amenizar a aflição, as contrariedades de alguém e confortar"
A província do Huambo, localizada no Planalto Central de Angola, com uma extensão territorial de 35.771 quilómetros quadrados, era constituída pelos municípios do Bailundo, Caála, Cachiungo, Chicala-Cholohanga, Chinjenje, Ecunha, Huambo, Londuimbali, Longonjo, Mungo e Ucuma.
Com uma população estimada em dois milhões 800 mil habitantes, contava, antes da nova Divisão Político-Administrativa, com 37 comunas e três mil 387 aldeias. ALH