Luanda - A segurança alimentar e as acções do Executivo angolano para conter os efeitos das alterações climáticas no sul do país foram abordadas, segunda-feira, em Nova Iorque, durante a reunião da segunda Comissão da Assembleia Geral da ONU.
Segundo uma nota de imprensa a que a ANGOP teve acesso esta terça-feira, ao intervir no encontro sob o tema “Construir uma recuperação sustentável para todos”, o representante permanente de Angola junto das Nações Unidas, Francisco José da Cruz, apontou os projectos estruturantes para tornar as comunidades rurais das províncias do Cunene, Huíla e Namibe mais resilientes.
O diplomata fez referência ao projecto Cafu, orçado em mais de 130 milhões de dólares, que consiste num sistema de captação e transferência de água do rio para várias aldeias da província do Cunene, através de um canal com 160 km de extensão. O projecto beneficia mais de três milhões e meio de pessoas.
Durante a abordagem, o embaixador falou do Diálogo Nacional sobre Sistemas Alimentares, no âmbito da Segunda Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do país, com vista a promover um sistema alimentar sustentável para erradicar a fome.
Francisco José da Cruz referiu ainda que o país aderiu à Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida, proposta pelo G-20, e negociou condições favoráveis com os seus principais credores, tendo conseguido adiar o pagamento de parte do mesmo para este ano (2023).
O representante permanente de Angola junto da ONU ressaltou a parceria com os Estados Unidos da América, que garantiu um financiamento de cerca de mil milhões de dólares para a construção de duas centrais de energia solar fotovoltaica de grande escala.
Trata-se de projectos que irão produzir mais de 500 megawatts, proporcionando acesso a energia limpa e renovável, para apoiar as necessidades energéticas e os compromissos climáticos de Angola, incluindo a geração de energia 70 por cento livre de carbono até 2025.
O diplomata referiu ainda que o Executivo adoptou como prioridade o investimento no capital humano e na redução da pobreza, tendo destacado os investimentos em sectores chaves, como Saúde e Educação, Energia e Água, Transportes e Obras Públicas, de forma a acelerar o desenvolvimento económico e social de Angola.
Fez ainda menção à execução de programas como o Kwenda, PREI e PRODESI.
A Segunda Comissão é uma das seis principais comissões da Assembleia Geral das Nações Unidas e trata de questões económicas e financeiras globais. ANM/ART