Benguela – O secretário de Estado do Turismo, Augusto Laurindo Kelikemala, defendeu, sexta-feira, em Benguela, a necessidade de uma cadeia de valor do turismo em Angola rentável, através da captação de investimento privado nacional e estrangeiro.
Para isso, responsável realça que cada um dos intervenientes, neste sector, tem um papel relevante e crucial, ou seja, a formação dos profissionais deve ser o denominador comum de todas as iniciativas e do esforço colectivo.
Dessa forma, reiterou o compromisso do Governo com a criação de políticas que facilitem investimentos, o acesso ao crédito, melhoria das infra-estruturas e promoção a qualificação dos profissionais que actuam no sector do turismo.
Ainda no domínio do investimento, destacou a recente aprovação do Aviso nº 9/2024 do Banco Nacional de Angola (BNA), que, a seu ver, representa uma conquista do sector do turismo.
O Aviso 9/2024 do BNA estabelece o Regime Especial de Crédito à Habitação, Construção de Imóveis, Empreendimentos Turísticos, Estabelecimentos de Restauração e Similares.
Assim, referiu, este aviso contempla mecanismos para garantir aos empresários e aos empreendedores do sector do turismo uma opção e uma oferta de crédito com um custo mais acessível.
Por isso, lançou um repto para que os operadores da área se juntem aos esforços do Executivo no processo de ordenamento do turismo em Angola.
Conforme o governante, os objectivos estratégicos no âmbito do ordenamento do turismo passam pela criação de áreas de interesse e potencial turístico, necessárias para a existência de um modelo de organização que incentiva parcerias público-privadas
Além disso, acrescentou, facilita o investimento estratégico em infra-estruturas que melhorem a experiência dos turistas e criam mais oportunidades de emprego e de negócios para todos os angolanos.
Por outro lado, sugere ser preciso trabalhar para captar a riqueza e as oportunidades que esse potencial já demonstra internacionalmente,
“Precisamos de trabalhar todos em conjunto e em colaboração, tal como o slogan que o Ministério do Turismo adoptou: Juntos e Todos pelo Turismo”, finalizou Augusto Laurindo Kelikemala.
Enquanto isto, Jorge Nunes, promotor turístico e organizador do fórum, ao se referir do Aviso 9/2024 do BNA na vertente do sector do turismo, notou estar a gerar uma enorme expectativa dos operadores sobre os apoios preconizados.
Neste momento, frisou a fonte, alguns operadores já começaram mesmo a equacionar a construção de novas unidades ou a recuperação das existentes.
Sobre o estado da rede hoteleira de Benguela, Jorge Nunes admite que a situação não está perfeita, porquanto todas as unidades passam também por grandes dificuldades.
“Benguela é directamente afectada pelas vias de comunicação, as estradas, a dependência das companhias aéreas”, disse, afiançando que Benguela precisa de mais soluções de mobilidade, investimentos e formação, para que haja maior fluxo de turistas.
Relativamente ao Fórum Turismo, considera terem sido alcançados os resultados, uma vez que a ideia foi fazer com que as pessoas interagissem e trocassem os seus contactos partilhando informação e conhecimentos.
Jorge Nunes anunciou ainda que a 4ª edição do Fórum Turismo vai acontecer até finais deste ano, em uma outra província ainda por definir.
Cadeia de valor do turismo em Angola
Segundo dados da Comissão Intersectorial do PRODESI sobre o “Estudo da Cadeia de Valor do Sector do Turismo em Angola”, lançado em Julho de 2020, neste período Angola empregava perto de 31 mil funcionários no sector.
Destes empregos, 74% do total estão concentrados em três províncias, nomeadamente Luanda com 62%, Benguela 6% e Huíla com 6%.
O Estudo da Cadeia de Valor do Sector do Turismo em Angola aponta que 55% do total de funcionários trabalham em hotéis, 17% em pensões e 17% em hospedarias.
No âmbito do Plano Nacional de Fomento ao Turismo (PLANATUR), o Governo perspectiva que o sector do turismo venha a empregar 50 mil pessoas, no período 2024- 2027, através da concretização de metas para assegurar o investimento directo em grande escala, desenvolver infra-estruturas e serviços públicos.
Com efeito, estão previstos investimentos nos pontos turísticos do país, que numa primeira fase serão executados nas províncias de Benguela, Cuando, Cubango, Cuanza Norte, Huíla, Luanda, Malange, Namibe e Zaire.
Durante o fórum, os operadores e convidados das províncias de Benguela, Huíla, Namibe, Bié, Huambo, Cuanza Sul e Luanda reflectiram temas como “Turismo um sector transversal”, “Formação", “Estatísticas”,“Mobilidade”, “Feito em Angola”, “Financiamento do sector do turismo” e “Produtos turísticos do sul de Angola”. JH/TC/SEC