Ondjiva - A directora do Gabinete da Acção Social, Família e Igualdade do Género no Cunene, Georgina Braga, sensibilizou nesta quinta-feira, na cidade de Ondjiva, às famílias no sentido de eliminarem as barreiras do silêncio e denunciarem os actos de violência.
Durante o III trimestre do corrente ano, o gabinete registou 22 casos de violência, contra os 30 do período anterior. Do total, 17 foram resolvidos, quatro encaminhados aos órgãos de justiça e um está pendente.
Falando no acto de abertura da jornada dos 16 dias de activismo pelo fim da violência contra mulher e meninas, a responsável lembrou às vítimas de agressões física, psicológica e sexual que a violência não se tolera, mas denuncia-se.
Desta feita, disse ser necessário transformar a mente das pessoas, para construir um mundo melhor, uma vez que, os dados demonstram que a maior parte da violência ocorre dentro dos próprios lares.
Fundamentou a importância de mobilizar as organizações e sociedade em geral para reforçar a sensibilização das famílias, desafiando as barreiras do silêncio, para melhor resposta em prol de uma sociedade justa e mais inclusiva.
Georgina Braga disse ser preciso o envolvimento das famílias na luta contra a violência, com vista a garantir os direitos da mulher e menina, face aos casos de assédio nas escolas e locais de trabalho, violação sexual, gravidez e casamento precoce, entre outros males.
A responsável salientou ainda a necessidade de advogar protecção para as vítimas, aplicação de medidas punitivas aos agressores, promover o engajamento de homens e rapazes no combate a violência e promoção do género.
“Precisamos unir forças para mudar essa realidade e garantir que todas as mulheres e meninas tenham o direito de viver em um ambiente seguro e livre de violência”, enfatizou.
Fez saber que o lema do presente ano "Vamos nos unir para acabar com a violência contra a mulher”, leva a uma reflexão em torno dos efeitos da independência e emancipação da mulher como medida para a intolerância de todas formas da violência contra mulher e menina.
A campanha contra a violência doméstica acontece entre os dias 25 de Novembro (Dia internacional para eliminação da violência contra as mulheres) e o dia 10 de Dezembro dia internacional dos direitos humanos.
Promovido desde 1991 pelas Nações Unidas, a campanha decorre sob o lema ” unidos no combate a violência contra a mulher e menina”, visa homenagear as irmãs Mirabel assassinadas a 25 de Novembro de 1960.
O objectivo é sensibilizar as famílias e a sociedade a mobilizar-se contra violência doméstica, desafiando as barreiras do silêncio e a denunciar as acções de violência no seio familiar, em prol de uma sociedade justa e mais inclusiva. FI/LHE/OHA