Dundo - Oitenta e oito (88) refugiados da República Democrática do Congo (RDC), que se encontravam desde 2017 no assentamento do Lóvua, província da Lunda Norte, chegaram hoje, quarta-feira, ao país de origem.
O regresso deste grupo, enquadra-se no programa de repatriamento voluntário organizado, retomado segunda-feira, depois da sua suspensão em 2020, devido a Covid-19.
De acordo com uma nota do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), os mesmos foram repatriados através da fronteira do Tchicolondo, em transporte disponibilizado pela Organização Internacional para as Migrações (IOM) e se instalaram nas províncias de Kasai Central, Lomami, Sankuru e Lualaba.
O programa prossegue na próxima terça-feira, através do posto fronteiriço do Chissanda.
Atualmente o assentamento do Lóvua controla 6.912 refugiados , dos quais cerca de 10% manifestaram a intenção de regressar à RDC.
Em Maio de 2017 um grupo inicial de 35 mil cidadãos da RDC chegaram à província da Lunda Norte, fugindo de actos de violência na zona do Kasai, uma crise que levou à declaração de uma situação de emergência.
Em 2019, devido à melhoria da situação na RDC, mais de 17 mil destes refugiados regressaram ao país de origem de forma espontânea, com meios próprios.
Nesse mesmo ano, depois de um acordo entre os governos de Angola, da RDC e o ACNUR, foi organizado um retorno voluntário, que levou ao regresso de 2.912 refugiados, de forma organizada.
No entanto, em Fevereiro de 2020, a operação acabou por ser interrompida, primeiro devido às más condições das estradas e da ponte sobre o rio Kasai e, mais tarde, devido à COVID-19 que levou ao encerramento das fronteiras entre os dois países.
O repatriamento está a ser organizado pelo ACNUR em conjunto com os governos de Angola e da República Democrática do Congo (RDC) e com a colaboração da Organização Internacional para as Migrações (OIM) e parceiros.