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Reformas administrativas nos marcos do 61º aniversário do Cuemba

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  • Bié • Sábado, 18 Janeiro de 2025 | 11h23
Bié: Centro da cidade do Cuemba
Bié: Centro da cidade do Cuemba
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Cuemba – A vila do Cuemba, província do Bié, comemora hoje, 18 de Janeiro, o seu 61º aniversário, desde a sua elevação a esta categoria, um percurso histórico marcado, nos últimos 12 meses, por uma série de acontecimentos significativos, destacando-se as reformas administrativas do território e na liderança.

As reformas incidiram na divisão administrativa do território, a primeira em 61 anos de existência, resultando no desmembramento da comuna do Luando, agora elevada à categoria de município, bem como na nomeação de uma nova administração.

A elevação do Luando a município, um dos 10 novos territórios administrativos que a província do Bié ganhou, passando de nove para 19, municipalidades, figurando na tipologia E, é fruto da nova Divisão Política e Administrativa do país, aprovada pela Lei n.º 14/24, de 5 de Setembro.

Esta medida do governo visa aproximar os serviços públicos da população, permitindo uma gestão mais eficiente e a alocação directa de recursos, pretende-se combater as assimetrias regionais e promover o desenvolvimento socioeconómico das localidades do interior do país.

Assim, o município do Cuemba, por sua vez, vê reduzida a sua extensão territorial de 13.250 quilómetros quadrados e a sua densidade populacional estimada, até então, em mais de 70 mil habitantes.

Já a sua nova divisão administrativa passa a ser composta por três comunas, Sede, Sachinemuna e Munhango, ao invés das quatro anteriores.

Quanto à mudança na sua liderança administrativa, o município viu, no passado dia 10, a substituição de Baptista Canolossia Jambela Albino, que exercia as funções de administrador municipal desde 19 de Maio de 2023, por Madalena Vihemba Wanga da Silva.

A nova responsável pelos destinos do Cuemba é a 10ª na histórica do município.

De 48 anos de idade, Madalena Vihemba Wanga da Silva, natural do município de Camacupa e mestre em ciências da educação, que actuava como administradora em Catabola, torna-se na segunda mulher a administrar essa municipalidade, depois de Laurinda Capocolola, no período entre 2021-2019.

Nos últimos 12 meses, o município também ganhou o primeiro procurador da República titular, que representa o Ministério Público na fiscalização da legalidade.

Trata-se do magistrado Daniel Tchivinda Mueputo, apresentado oficialmente no dia 31 de Dezembro e colocado junto ao Órgão de Polícia Criminal do município do Cuemba.

Além disso, foi institucionalizado, pela primeira vez, os Serviços de Migração e Estrangeiro (SME) locais, com a apresentação oficial, no dia 10 de Maio, do seu representante, o sub-inspector de imigração Hilário Manuel.

Em Novembro, foi apresentado o projecto de construção da central fotovoltaica, que visa melhorar o fornecimento de energia eléctrica na região, um dos momentos marcantes das acções que promovem o desenvolvimento socioeconómico do município mais a leste da província.

O empreendimento, cujas obras iniciaram no mesmo mês, está sendo erguido na sede municipal, em uma área de 21,04 hectares, onde estão sendo implementados 16 mil painéis solares, com capacidade para gerar 17 megawatts de energia limpa.

Após a conclusão, em um período de um ano, o mesmo poderá beneficiar cinco mil e 172 ligações domiciliares, além de instituições públicas e privadas.

No rol dos acontecimentos ocorridos neste período, destaca-se também a visita, pela primeira vez, em Abril, de uma equipa de jornalistas da Rádio Televisão Portuguesa (RTP-África).

 A equipa de repórteres deslocou-se ao Cuemba com o objectivo de descrever as culturas, costumes e potencialidades turísticas do município para compor conteúdos da segunda temporada do programa Afrikando.

Neste domínio, foi igualmente registada a visita de 30 turistas, entre nacionais e estrangeiros, que se interessaram em explorar as potencialidades do município, com destaque para as quedas do Rio Cuemba e do Luando.

Principais ganhos do município

Ao longo dos 61 anos de existência, o município do Cuemba tem demonstrado um notável progresso, especialmente após a visita do Presidente da República, João Lourenço, em 2019, que inaugurou o hospital municipal/regional com 100 camas.

Esta unidade de saúde não apenas atende a população local, mas também pacientes de várias províncias vizinhas, abrangendo diversas especialidades médicas.

O desenvolvimento acelerado do Cuemba foi impulsionado pelo Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), que implementou 14 projectos, quase todos concluídos, beneficiando tanto a sede tanto as comunas de Luando, Munhango e Sachinemuna.

Entre as melhorias, destaca-se a asfaltagem de seis dos dez quilómetros de estrada na sede municipal, que melhorou a imagem da vila, e a construção de uma nova ponte de betão sobre o rio Cuemba, que facilita o comércio regional.

Além das melhorias em infra-estrutura, a oferta de água potável e energia eléctrica também avançou.

O município agora conta com um sistema de água que atende mais de 1.800 famílias e a recuperação de sistemas de água nas comunas beneficiou milhares de habitantes.

A central térmica, avariada desde Novembro último, fornecia energia para cerca de mil residências e iluminava 600 espaços públicos.

O Programa de Fortalecimento de Protecção Social “Kwenda” introduziu transferências monetárias que assistem quase 13 mil famílias, contribuindo para a melhoria das condições de vida. Cada família recebe 66 mil kwanzas, ajudando a combater a pobreza local.

Já o sector da educação também experimentou um crescimento significativo, com a construção de mais de 280 salas de aula, aumentando a matrícula para mais de 25 mil alunos em diversos níveis de ensino, apoiados por 704 professores, o que demonstra um compromisso com a melhoria da educação na região.

Mau estado da via de acesso

O município do Cuemba enfrenta sérios desafios devido ao mau estado da via de acesso na Estrada Nacional 250, especialmente no troço que liga Camacupa e a sua sede municipal, com uma extensão de mais de 80 quilómetros.

Durante a época das chuvas, a estrada torna-se intransitável, comprometendo a livre circulação de pessoas e bens.

Essa situação não apenas dificulta o transporte de mercadorias, mas também prejudica o acesso a serviços essenciais, como saúde e educação, limitando as oportunidades de desenvolvimento para a população local.

A precariedade da estrada afecta directamente a economia do município e a qualidade de vida dos seus habitantes. A dificuldade de movimentação de produtos agrícolas impede que os agricultores acessem mercados, resultando em perdas significativas e na desvalorização da produção local.

Em Dezembro do ano passado, o Presidente da República, João Lourenço, anunciou a reabilitação do troço que liga Cunje, Catabola e Camacupa, alocando um montante considerável de recursos para as obras.

Com um valor autorizado de mais de 91 milhões de dólares, a expectativa é que a recuperação da Estrada Nacional 250 traga melhorias significativas não apenas para o transporte de pessoas e bens, mas também para a conexão entre regiões, facilitando o comércio e a mobilidade entre diferentes partes do país.

Recentemente, a governadora da província do Bié, Celeste Adolfo, anunciou que o Tribunal de Contas aprovou o contrato para a reabilitação da estrada Camacupa/Munhango, com previsão de início das obras até ao fim do primeiro trimestre de 2025.

Com a conclusão dessas obras, espera-se que a região experimente uma expansão socioeconómica significativa, possibilitando o acesso a serviços públicos e impulsionando sectores como a indústria mineira e madeireira.

A reabilitação da estrada representa, portanto, uma oportunidade valiosa para transformar a realidade de Cuemba e suas comunidades, promovendo um futuro mais próspero e sustentável.

Outros desafios

O restabelecimento da rede eléctrica em Cuemba representa um dos maiores desafios enfrentados pela comunidade local, que se encontra, actualmente, privada deste bem essencial para o seu desenvolvimento socioeconómico.

 A falta de electricidade não apenas compromete o quotidiano dos cidadãos, mas também limita as oportunidades de negócios e investimentos na região, por ser fundamental para a operação de indústrias, comércio e serviços, além de ser crucial para a educação e a saúde.

Além desse desafio, Cuemba enfrenta outros problemas significativos que dificultam seu desenvolvimento.

A falta de bombas de combustível é um obstáculo que afecta a mobilidade e a logística na região, tornando o transporte de mercadorias e pessoas mais complicado e oneroso.

A rede hoteleira é igualmente precária, com apenas uma hospedaria disponível, o que limita o turismo e a atracção de visitantes.

Essa situação torna difícil para os viajantes e empresários se estabelecerem na região, perpetuando um ciclo de isolamento e subdesenvolvimento.

No que diz respeito ao sector bancário, a presença de apenas uma dependência do Banco de Poupança e Crédito (BPC) restringe o acesso a serviços financeiros essenciais e dificulta a capacidade dos empreendedores locais de obterem crédito para iniciar ou expandir seus negócios, além de limitar as opções de poupança e investimento para a população.

No domínio do desporto, Cuemba carece de um campo relvado, o que representa uma limitação significativa para o desenvolvimento de actividades desportivas e recreativas.

A falta de infra-estrutura adequada impede que os jovens da região possam praticar desporto de maneira organizada, contribuindo para o seu bem-estar físico e social, tendo em conta as suas valências como uma ferramenta poderosa para a inclusão social, a formação de valores e a promoção da saúde.

O município do Cuemba, cuja vila dista a 164 quilómetros a Leste da cidade do Cuito, capital provincial, é limitado a norte pelos municípios de Quirima, província de Malanje, e Cacolo (Lunda Sul), a leste pelo município do Luena (Moxico), a sul pelo município de Camacupa (Bié) e a oeste pelos municípios de Camacupa e Luando (Bié).

As festividades dos 61 anos, que decorrem sob o lema “Fortalecendo o agro-turismo para a sustentabilidade económica, estão a ser marcadas por actividades culturais, cívicas, desportivas, recreativas, entre outras, contando com a participação activa dos seus habitantes. VKY/PLB





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