Lubango - A redução do êxodo rural, que aumentou o número de crianças nas ruas do Lubango, província da Huíla, passa por mais união nas famílias e pelo acompanhamento às comunidades afectadas, por parte das autoridades.
A ideia foi defendida hoje, terça-feira, pela directora do gabinete provincial da Acção Social, Família e Igualdade de Género, Catarina Sebastião, que admitiu ser preocupante a situação, mas que as autoridades já estão a trabalhar para inverter o quadro.
Segundo ela, a Huíla conta com 11 centros de acolhimento, em regime de internato, dos quais oito são de parceiros do governo (igrejas), situados nos municípios do Cuvango, Lubango, Caluquembe e Quipungo, para onde esses petizes são encaminhados.
Após cadastramento, disse a fonte, algumas crianças são levadas às famílias e outras a esses centros, mas acabam fugindo e retornando à rua, devido a supostas crises de desunião nos lares.
A responsável falava à ANGOP, sobre fluxo de crianças pedintes nas ruas da cidade do Lubango e apelou às famílias a unirem-se mais, pois mesmo na pobreza os pais devem esforçar-se a manter o sustento dos filhos.
A vulnerabilidade das famílias, conforme a directora, leva algumas crianças a estar nas ruas a mendigar, mas também a ganhar o vício pelo dinheiro, sob risco de serem exploradas de todas as formas.
Segundo a directora, a pobreza material não pode levar os pais a perder o controlo dos seus menores, denunciando que há também uma crise de valores espirituais que agudiza a situação.
O gabinete da Acção Social, Família e Igualdade de Género na Huíla tem o cadastro, até agora, de 150 crianças de rua e na rua, as mesmas estão já acolhidas pelo o centro dia “O Ninho” entregue pelo governador Nuno Mahapi nesta segunda-feira.
Na maior parte dos casos, o êxodo rural afecta comunidades dos municípios da Humpata, Chibia e arredores do Lubango.