Benguela – A distribuição de água potável às cidades do litoral da província de Benguela poderá ser reforçada, em 2024, através da reposição da capacidade da Estação de Tratamento de Água (ETA) do Luhongo, soube a ANGOP, esta quarta-feira.
Com capacidade para bombear 1,5 metros cúbicos por segundo, a ETA do Luhongo tem apenas disponíveis 0, 5 m3/segundo e, por isso, o governo prevê recuperar a capacidade nominal do sistema instalado, perdida ao longo dos anos por desgaste dos equipamentos.
Segundo o governador provincial de Benguela, o Programa Integrado de Obras Emergenciais do litoral, orçado em 415 milhões de euros, prevê recursos para a reposição da capacidade da ETA do Luhongo, permitindo assim mitigar o actual défice no abastecimento de água.
Luís Nunes deu a conhecer que neste momento o Governo está também a investir no sentido de duplicar a capacidade de captação no Campo de Furos do Tchiúle, na Catumbela.
Ao que a ANGOP apurou, a captação e tratamento da água do Campo de Furos do Tchiúle tem custos mais baixos do que a água extraída na superfície (a partir de um açude) do rio Catumbela para a ETA-Luhongo, por causa do elevado nível de turvação.
Além dos cinco furos existentes no Campo do Tchiúle, estão previstos mais sete – dois dos quais já terão sido executados, especialmente para o reforço do abastecimento às zonas altas das cidades do Lobito e da Catumbela, que dependem deste sistema.
Com o aumento da produção de água de 21.600 m3/dia para cerca de 46 mil m3/dia, o Campo do Tchiúle poderá beneficiar mais de 200 mil consumidores nos bairros do Alto Liro, Zâmbia, Lixeira, 4 de Abril, Golfe e Alto Esperança, incluindo a Centralidade Habitacional, na zona alta do Lobito.
Resultados
Fruto dos investimentos no reforço da capacidade de fornecimento a partir do Campo do Tchiúle, o governador de Benguela diz que neste momento a água voltou a jorrar em algumas áreas das zonas altas das cidades do Lobito e da Catumbela.
Porém, admite que, embora a quantidade não seja ainda a desejada, o trabalho vai continuar para haver mais água e mais ligações domiciliares, de maneira a aliviar as dificuldades da população.
“São equipamentos muito grandes e específicos para aquele tipo de obra (…). Só para fabricar está a demorar um ano, porque não tem, aqui, no mercado”, esclareceu o governador.
Quanto à energia, fez saber que há produção e, por isso, o foco é trabalhar na construção das linhas de transporte e ligações domiciliares, para a electrificação dos bairros ainda não abrangidos.
Mais escolas
A existência de 300 mil crianças fora do ensino deixa, também, preocupado o governador, que se mostra determinado em mudar o destino dos petizes que estão a ter aulas em escolas precárias.
Com efeito, reiterou que a meta do governo é a de melhorar as condições de vida da população na província de Benguela, com a construção de mais escolas e postos de saúde, no próximo ano.
“Temos muitas crianças fora do ensino, mas estamos a construir muitas escolas e vamos fazer mais”, reforçou, apontando a educação, a saúde, água e energia como a bandeira do governo.
Por outro lado, também assegurou que o governo vai dar uma atenção especial à segurança pública, construindo mais postos de polícia e introduzindo meios rolantes.
A melhoria da iluminação pública no litoral benguelense, para aumentar o sentimento de segurança da população, faz parte da intervenção. JH/CRB