Ndalatando – O Gabinete Provincial da Família e Promoção da Mulher do Cuanza Norte realizou, esta quinta-feira, uma marcha de repúdio à violência contra mulheres e crianças.
Participaram na marcha mulheres de várias organizações sociais, como políticas, polícia, reliogiosas, assim como crianças, entidades tradicionais.
A vice-governadora da província, Luzia da Silva Bartolomeu, que liderou a marcha, apelou ao fim dos actos de violência contra mulheres e crianças, pedindo a protecção para estes membros da sociedade.
“Hoje estamos, mais uma vez, aqui para dizer basta” reiterou, solicitando a união da sociedade e denúncia destes actos.
Luzia da Silva Bartolomeu recordou que a violência doméstica é um crime público que pode ser denunciado por qualquer cidadão que tomar conhecimento da situação e não apenas a vítima.
A responsável denunciou também o tráfico de seres e de órgãos humanos para o comércio, chamando a atenção dos cidadãos para o aumento do nível de violência na província e no país.
A secretária provincial da Organização da Mulher Angolana (OMA), Filomena de Lima, disse que esta situação tem sido uma “grande” preocupação para a instituição, que a repudia “fortemente” e apela aos homens que protejam as mulheres e os menores .
Por este facto, a OMA, através de seu Gabinete Jurídico, realiza acções de mediação de conflitos, marchas, palestras e debates, com o principal foco no combate à violência contra mulheres e crianças. Em média atende dez casos por mês e com sucesso.
De Janeiro à presente data, segundo o chefe do Departamento da Família do Gabinete Provincial da Família e Promoção do Género, Eliseu Ângelo Miguel, a província registou 301 casos de violência doméstica, com maior relevância para a fuga à paternidade, abandono do lar, falta de prestação de alimentos e agressão física.
Eliseu Miguel pediu a união da sociedade para o combate deste crime que muito aflige a sociedade e as famílias, de modo particular, para que estes actos do género não sejam recorrentes na província.
Informou que as vítimas, no quadro da Lei contra a Violência Doméstica, recebem apoio moral, psicológico e material, em função do tipo de crime.
Em casos de abandono do lar, esclareceu, a instituição realiza encontros de reconciliação, para a responsabilização do infractor, com o apoio de parceiros, para harmonização da sociedade.
O acto aconteceu em simultâneo nos 10 municípios da província e visou também repudiar a profanação do cadáver de uma jovem de 22 de idade, no município da Catumbela, em Benguela.
A marcha, que partiu no Largo das Escola e culminou no Largo 1ª de Maio, teve como palavra de ordem “Levantar a mão não é a solução” para desencorajar a agressão física e outras formas de violência contra mulheres e crianças .
As participantes exibiram cartazes com palavras de repúdio contra a violência doméstica e com apelo à promoção de diálogo nas famílias, harmonia familiar, respeito pelas crianças e senhoras durante a vida e após a morte, assim como dos direitos destes cidadãos. IMA/VM