Cahama – O início das obras da Barragem da Cova do Leão, no município da Cahama, província do Cunene, está previsto para Junho deste ano, no âmbito dos projectos estruturantes de combate aos efeitos da seca na margem direita do rio Cunene.
A barragem contará com um volume útil estimado em 25,2 milhões de metros cúbicos, 17 metros de altura do barramento, quatro metros de largura na crista e 844 metros de comprimento, para abastecer os municípios da Cahama e Curoca.
O projecto permitirá nove mil e 216 ligações domiciliares, do tipo A, sete mil e 780 ligações do B e 250 chafarizes de quatro torneiras, a nível das comunas da Cahama, Otchinjau (Cahama), Oncocua e Chitado (Curoca).
A implementação será projectada numa dimensão para beneficiar 241 mil e 232 pessoas, até 2041, 30 mil cabeças de gado e actividades agrícolas.
A seca e a fome afectaram 77 mil e 343 pessoas no município da Cahama e 43 mil no Curoca.
Segundo o director-geral do Gabinete para Administração das Bacias Hidrográficas dos rios Cunene, Cubango e Cuvelai (GABHIC), Carolino Nunes, que falava durante um encontro de auscultação dos projectos estruturantes de combate aos efeitos da seca, vão terminar a fase de estudos de impacto ambiental e outras questões administrativas para o início das obras, neste primeiro semestre.
Explicou que cada comuna passa por uma solução, no caso da Cahama e Otchindjau, a água sai da represa da Cova do Leão, onde será construída uma captação e adução para o abastecimento, e do Chitado, por ser uma comuna ribeirinha, parte do rio Cunene.
“Já no Oncócua, vamos reabilitar o sistema de 13 furos e nove represas existentes, para dar mais segurança da hídrica à população, não só do ponto de vista do abastecimento de água potável, mas também para o gado e prática da agricultura de subsistência”, disse.
Carolino Nunes afirmou que, depois de um estudo detalhado, neste pacote emergencial, Otchandi e Monte Negro, onde se previa tirar água para abastecer estas localidades, no momento ficam de fora, mas poderão ser implementados no futuro.
A governadora do Cunene, Gerdina Didalelwa, manifestou-se satisfeita com a conclusão encontrada neste segundo encontro de auscultação, depois do segundo realizado em Dezembro de 2021, no Curoca.
Referiu que os encontros foram um bom exercício por permitirem a recolha de várias contribuições valiosas para o início das obras este ano, a fim de satisfazer as necessidades de água às populações, o gado e a prática da agricultura familiar.
Gerdina Didalelwa fez saber que os municípios da Cahama e Curoca passam por situações difíceis devido à seca, que provoca a deslocação das populações para outras áreas, e tirar água na Cova do Leão, nesta fase de emergência, é animador.
A governadora reconheceu que são projectos com elevados custos, mas o Executivo teve a coragem de defini-los na província, a fim de acabar com os efeitos da seca, por falta de chuvas regulares, nos últimos anos, na região.
Outros projectos em andamento no Cunene
No quadro dos projectos estruturantes de combate à seca no Cunene, está em construção, há quase um ano, e com previsão de conclusão em Março, o Sistema de Captação no rio Cunene, a partir da região do Cafu.
Estão também em construção dois canais, um do Cuamato até Ndombondola, com extensão de 55 quilómetros, e outro do Cuamato até Namacunde, com cerca de 53, para além de 30 chimpacas.
Encontra-se em curso, desde Outubro de 2021, a construção das barragens de Calucuve e do Ndué, nos municípios de Cuvelai e Cuanhama, considerados dois projectos estruturantes de combate à seca na região.